O silêncio da mansão era quase ensurdecedor naquela noite. Não era o silêncio calmo de um lar, mas o silêncio carregado de tensão, como o ar antes de uma tempestade. Eu havia chegado antes dele, ainda tomado pelo ódio e pela vergonha da cena no evento de gala. A imagem de Lorenzo me humilhando diante de todos, expondo Isadora, queimava como ferro em brasa na minha mente. Eu o esperei na sala principal, sentado na poltrona de couro, a gravata solta, os punhos cerrados. Sobre a mesa, uma garrafa de uísque já aberta e um copo vazio. Não havia vontade de beber. Apenas raiva. As horas passaram lentas, e cada minuto só aumentava a pressão no meu peito. Até que ouvi o som da porta se abrindo. Lorenzo entrou. O terno estava amarrotado, a gravata frouxa, os cabelos desalinhados. O olhar era de u

