A Dúvida

1133 Words

Aquela noite tinha se arrastado como uma eternidade. O silêncio do meu apartamento parecia zombar de mim, como se cada parede repetisse a cena que eu não conseguia esquecer: Isadora, apagada, nua, ao lado de um estranho que debochava da minha cara. O peito latejava de raiva e dor, mas, no fundo, havia também uma fagulha de algo incômodo: dúvida. Ela tinha chorado, jurado que não lembrava de nada, implorado por uma chance de explicar. Eu deveria simplesmente acreditar? Eu, que vi com meus próprios olhos? Ou estaria cego demais pela humilhação para enxergar a verdade? A madrugada passou sem sono. Quando os primeiros raios da manhã invadiram a sala, já havia tomado uma decisão: eu precisava de respostas. Se Isadora estava mentindo, eu confirmaria. Se ela estava dizendo a verdade, eu também

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