Eu tinha acabado de subir pro meu quarto depois daquela cena bizarra na sala — meu pai e Isadora tentando recompor a compostura como se nada tivesse acontecido —, mas a verdade é que minha cabeça estava um turbilhão. Tinha sido uma noite longa demais, pesada demais, e eu estava pronto pra simplesmente me trancar ali e esquecer que o resto da casa existia. Mas o silêncio não durou muito. Uns vinte minutos depois, ouvi um barulho lá embaixo, meio abafado, como um estrondo seco. Não era o tipo de som que se mistura ao ruído distante da TV ou ao eco de passos. Era algo mais grave, carregado, quase urgente. Desci devagar, só com a luz do corredor acesa, e encontrei Isadora agachada perto da porta da cozinha, o rosto contraído de dor e uma das mãos apoiada no chão. — O que foi isso? — pergunt

