Depois da conversa na cozinha, o clima entre mim e Isadora parecia mais... calmo. Não leve, não natural — nada entre nós dois era simples assim —, mas havia uma trégua não verbalizada ali. Eu tinha escutado a história dela, pelo menos a versão que ela decidiu me contar. E, por mais que a parte cética da minha mente gritasse que era uma encenação perfeita, algo em mim... hesitava em chamar aquilo de mentira. Subi pro meu quarto tentando ignorar o aperto estranho no peito. O tipo de incômodo que não era físico, mas emocional, e que eu odiava sentir. Como se, de repente, eu tivesse sido puxado pra dentro de um jogo que jurei que nunca jogaria. Me joguei na cama, deixando o braço enfaixado repousar ao lado do corpo, enquanto a cabeça ainda processava tudo que ela tinha dito. A luz do abajur

