O silêncio que ficou depois que Isadora subiu as escadas parecia vivo, pulsando, como se tivesse peso físico dentro da sala. O eco dos saltos dela ainda vibrava nos meus ouvidos, cada passo se afastando, cada batida contra o mármore me lembrando que talvez eu nunca mais a veria cruzando aquele corredor, nunca mais ouviria sua risada suave cortando a tensão da casa. Eu não conseguia me mover. Minhas mãos estavam cerradas, mas tremiam. O coração batia tão alto que parecia que Lorenzo poderia ouvir. Eu sabia que tinha perdido o controle de tudo. E então, como se algo dentro dele tivesse finalmente se rompido, Lorenzo levantou-se da poltrona de couro. Seus olhos estavam vermelhos, úmidos, e a expressão era um misto de ódio e desespero. — É tudo culpa sua. — A voz saiu rouca, quase um sussur

