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LADO A LADO _Menina da quebrada(morro)

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intro-logo
Blurb

Alana largou tudo em São Paulo para viver no Rio de Janeiro ao lado do irmão, D2, e da cunhada que virou família. Criada no corre desde cedo, ela nunca foi de seguir regras — nem as da escola, nem as da rua. Inteligente, ousada e com uma lábia afiada, Alana domina a biqueira como quem nasceu pra isso, mas sonha mais alto: quer respeito, quer poder, quer o topo.O problema? Tubarão.Frio, calculista e fiel ao Grego, o bandido mais temido da área, Tubarão não leva fé em Alana. Pra ele, ela não passa de uma menina mimada que trata o crime como brincadeira. E ela, que não aceita ser subestimada, decide provar o contrário — custe o que custar.Entre provocações, tensão s****l e desconfiança, Alana vai ter que mostrar que não tá ali pra ser figurante. Ela quer o protagonismo, e vai fazer do fogo cruzado o seu palco.

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cap 01 ela só vai me atrapalha
Filipe... Filipe: Eu não vou abrir mão do D2 só porque tu quer comer a irmã dele. — Apontei pro Grego. Grego: Eu não quero comer a garota, te liga, p***a! — gritou, jogando a garrafa de cerveja no chão. O dono do bar ficou olhando pra gente, mas não falou nada. Duvidava que tivesse alguém maluco o bastante pra falar alguma merda na nossa cara. Grego era dono do Complexo da Penha. O cara que comandava o morro há uns anos, e tinha o maior respeito dos moradores. Mas comigo não era tanto assim, porque ele me estressava pra c*****o às vezes. Tipo agora. Ele comandava a p***a toda, mas tinha uns de confiança pra dar apoio nos bagulhos que a gente se metia. Comecei com 33, aviãozinho... ainda era novão, pô. Não demorou muito pra descobrir o que eu queria de verdade. Até me metia nuns bagulho quando o Grego precisava, mas a minha meta mesmo era 157 boladão. Tinha nascido pra isso, sem neurose. Comecei roubando na pista, coisa pequena, e me meti no meu primeiro assalto grandão com dezesseis anos. Foi loucura. Nem a cocaína me deixava tão pilhado quanto um assalto. Eu era viciado pra c*****o em adrenalina, e nada me proporcionava mais adrenalina do que um assalto bem bolado. Cresci na visão do Grego, e a meta era minha. Eu trabalhava pra ele, a grana era dividida, mas o corre de montar os bagulhos era meu. E dessa vez ia ser quente. Assaltar a casa do governador, pô. O filho da p**a tava prejudicando pra c*****o o nosso lado, roubando, falando merda na televisão, enquanto o caveirão tentava invadir e a gente só devolvia bala com bala... Não dava nem umas horas e ele já tava na TV culpando bandido. O foco era a grana, mas se eu tivesse a oportunidade, ia peneirar ele todinho, sem caô. Filipe: D2 é o meu melhor piloto de fuga. Não tô entendendo tu querer meter a irmã dele no rolo. — Cruzei os braços, boladão. Grego: A garota quer crescer no crime, Tubarão. Ela tá vendendo bem pra c*****o na biqueira. — Marolou legal enquanto falava, parecia estar com a cabeça em outro mundo. — Quero dar essa oportunidade pra ela. Tava desconfiado que ele queria mesmo era dar a p**a pra ela. Nada a ver, pô. A garota era toda criança lá. Filipe: Meter o louco com a família do lado é f**a, tu tá ligado. Grego: Tô ligado, mas quero ela junto. — Insistiu. Filipe: A garota deve nem saber atirar. — Resmunguei. Grego: Aí o problema não é meu, né. Pago vocês pra ensinar quem tá chegando na caminhada. — Falou, se levantando da cadeira. — A meta tá na tua mão. Faz acontecer. Filipe: Três semanas. Tu quer que eu prepare uma criança em três semanas? — Neguei com a cabeça. Grego: Criança? — Ele riu e eu fiquei mais bolado ainda. — É isso mesmo. Filipe: Come ela antes, jaé? — Ele fechou a cara. Tava nem ligando. Não mandei vir pesar a minha mente. — Se eu tiver que deixar alguém pra morrer, não vou nem pensar em outra pessoa. Grego: Fé pra tu. Me dava o maior ódio no coro quando alguém tentava mandar em mim, pô. Não foi pra isso que eu ralei pra c*****o. Eu tinha os meus homens, o meu time, treinadão pra isso. Aí o outro vem de tiração com a minha cara, querendo incluir uma vagabunda no meu plano só porque ela tava batendo a meta legal na biqueira. Tava pouco me fodendo. Se ela tava se dando bem lá, que ficasse lá então. E não viesse atrasar o corre dos mano. Mas eu tava consciente de que a última palavra era do Grego, e ele já tinha dado o papo. Continuei no bar por mais um tempo, tentando acalmar um pouco as ideias, antes de ir atrás da criança. Vi o meu celular tocando e o nome da Fabiana brilhando no visor, mas nem atendi. Fabiana era a minha fiel há dez anos. É, caraí. Dez anos é coisa demais. Uma vida juntos. No começo era maneiro até, eu curtia ela, mas gostava mais da p*****a. Mas ela nunca se importou muito com isso, até porque se viesse ficar me enchendo era poucas ideia, e ela tava bem ligada nessa fita. Mas a parada que já não era boa, piorou pra c*****o quando ela perdeu o bebê, há uns meses atrás. Eu não me importei muito, mas isso destruiu a mulher. E destruiu qualquer sentimento bom que existia entre nós dois. Ela sabia que eu não queria. Nunca quis, e nem fiz questão. Cê é louco, tio. Bandido não tem que ficar colocando cria no mundo pra sofrer, não. Mas a Fabiana nunca entendeu isso, e ficou toda toda quando descobriu que tava grávida. Mas na primeira consulta, a médica já tinha falado que o bebê não tinha sobrevivido. Não vou mentir, fiquei aliviado. Era uma fita a menos pra minha cabeça. Eu não ia ser um pai maneiro, e se pá que ia sumir no mundo igual vários filhos da p**a aí. Mas eu não queria ser um filho da p**a. Ela ficou doidona com isso, e jogava na minha cara que a culpa era minha por ter perdido o filho, sendo que eu nem tava por perto quando aconteceu, papo reto. Aí agora ficava apertando a minha mente, falando que tava com depressão e essas parada aí. A gente não tava bem, mas também era f**a de largar depois de tanto tempo juntos. Salvador: E aí, meu parceiro, suave? Voltei pra terra quando o moleque estendeu a mão, bem na minha frente, pra eu cumprimentar. Fiz um toque maneiro com ele e fiquei de pé, colocando um cigarro no bico e acendendo. Filipe: Tudo certo. Tô piando, tenho uns bagulho pra resolver aí. — Ele fez um joinha com a mão. Salvador: Tranquilidade. Filipe: Brota no treino às oito. Tô com um bagulho grande aí e quero tu envolvido. Salvador: Claro, tio. Só agradece a confiança, viu. Eu só mexi a cabeça e vazei dali. Já tinha mandado o papo pro D2 que queria ele no treino, e o Rato também já tava ciente dos bagulhos. Então só faltava eu acionar a Alana.

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