capitulo 1

2081 Words
CAMILA Estou noventa e nove por cento segura de que esta é a pior encontro da história. — Você disse que estudou literatura? Greg pergunta com a voz de um homem que não está ciente de que as mulheres sabem ler. Não — Mas isso não é inútil? Você sonhou em ser atendente do McDonald's, ou o quê? Corrigindo, estou cem por cento segura agora. Desde que nos sentamos, os olhos do Greg passaram todo o tempo, dividido entre o meu decote e o traseiro da garota que encheu os nossos copos de água. Lanço um suspiro amargo. Não devia ter ouvido a Brianna quando ela me disse para eu por um vestidinho preto. Não devia ter escutado, quando ela escolheu o lugar. Este restaurante é elegante, o que significa que o serviço é lento, o que significa que eu estou presa aqui por mais tempo do que eu gostaria com o Príncipe Não-Tão- Encantador. Mas ela me paga, segundo ponto para minha querida irmã. — Há muitos bons trabalhos. Digo para Greg. — O ensino, por exemplo... — Sim, mas quem em sã consciência quer ser professor? Ele diz, com cara de nojo. Me arrepio no mesmo instante. — Eu! Eu digo de maneira taxativa. Ele começa a gargalhar. Ao menos tem a decência de se dar conta, cerca de segundos tarde, mas melhor tarde do que nunca, de que na verdade, estou falando sério. Ele é um ignorante, e não vê que rir das esperanças e os sonhos de alguém no seu rosto é algo bastante estú*pido. Olho para as minhas unhas e suspiro de novo. Trinta e cinco dólares, mais a gorjeta numa manicure para me encontrar com um tipo de aberração como essa. A minha vida é uma piada. — Você está muito sexy, esta noite. Greg, diz mudando de assunto abruptamente. Ele sorri com os dentes manchados de vinho. — Não,sério. Eu reviro os olhos — Esse vestido é, sabe... put*a me*rda! A mulher mais velha com o colar de pérolas na mesa ao lado uma lança olhar de desaprovação na nossa direção. Eu olho para ela no mesmo instante, e vejo alguém por cima do seu ombro, que está numa mesa do canto. Instantaneamente, eu me sinto, como se tivesse sido atingida por um raio. Uma agitação e um calor, percorre o meu corpo dos pés a cabeça. Embora o homem está sentado, ele é obviamente, alto. E esse rosto anguloso e c***l, com afiados maçãs do rosto como um modelo de capa de revista, além de uma mandíbula de super-homem. A sua roupa se move com fluidez sob os seus ligeiros movimentos. Não é difícil perceber que o terno é ridiculamente caro. E ele tem um reluzente relógio. Não consigo desviar o olhar. Até que ele me pega olhando. Me*rda, mer*da, mer*da! Eu giro muito rápido, eu me sinto como uma completa idi*ota. Só posso esperar que o rubor no meu rosto, não seja muito óbvio. — Você está bem? Greg pergunta. — Estou bem! Quase grito, muito mais forte do que pretendia. Felizmente, a garçonete me salva, quando chega com os nossos pratos. Ela coloca os pratos na mesa. Olho para o meu ravioli com lula. E percebo que perdi o apetite e que estou com o estranho pressentimento de que alguém está me olhando. — Cheira muito bem, né? Greg pergunta, cortando o seu bife de imediato. Ele corta um pedaço grande, e coloca inteiro na boca, devorando tudo, antes que eu tenha sequer pegado o meu garfo, em seguida, continua conversando com a boca cheia de comida. Aproveito o momento para dar uma olhada para o restaurante. Em parte para não ter que olhar para Greg mastigando, e em parte, para poder dar outro olhar furtivo para o homem na outra mesa. Mas ao que parece não é tão furtivo, depois de tudo. Uma corrente de eletricidade sobe por minha coluna quando me dou conta de que ele ainda está olhando para mim. O seu olhar é direto. Sem disfarçe. Sem compaixão. Eu giro com um arrepio e eu tento me concentrar na minha comida. Greg está latindo sobre a loja de ferragens de que é co-proprietário com os seus dois irmãos mais velhos. Eu balanço a cabeça e ele sorri, espero que ele não se dê conta de que não estou prestando a mínima atenção. Você está agindo como uma adolescente apaixonada. Eu dou bronca em mim mesmo. O fantasma de Susan B. Anthony, provavelmente, me perseguirá pelo resto da minha vida por renunciar a todas as minhas inclinações feministas, no instante em que fiquei desse jeito, por um cara está olhando para mim. Mas o que está acontecendo comigo, não é ideológico, é biológico. Não é o meu cérebro que ele está afetando! Falando diretamente, o que está sendo afetado é a região no meio das minhas pernas. É estranhamente emocionante. Estranhamente inquietante. — Cami? Greg chamou. Eu giro em direção a ele. Eu não gosto que ninguém use o apelido carinhoso que apenas a minha irmã e a minha família usam. Isso é muito íntimo e familiar. Mas estou muito concentrada em terminar esta jantar o mais rápido possível para me prejudicar em exigir uma correção. — Sinto muito. O que você estava dizendo? Deixe o garfo com um ruído seco e irritado. — Tem alguma coisa distraindo você? Ele pergunta. — É bastante rude ignorar o que o outro está falando, sabe? — Me desculpe. Respondo rapidamente. — Eu estou cansada. — Cansada? — Eu tenho duas entrevistas de emprego, que eu estou me preparando muito. O que não é exatamente uma mentira. — E eu fiquei acordado a noite passada até mais tarde. Não é exatamente uma mentira. Embora "tarde" neste caso significa "tarde para mim", isto é, 9:05 em vez das 9:00 em ponto. — Entrevistas de emprego, né? Ele diz. — Bem. De qualquer maneira, eu dizia... Me retrai com um sorriso congelado, e assentindo de forma perpétua. — Eu mexo no meu telefone, enquanto ele continua. É mais fácil dessa forma, e Greg não precisa muito da minha parte para seguir falando. — Sabe, eu achei você é incrivelmente sexy. Ele diz, de forma melosa para acentuar a sua tentativa de elogio. — Um verdadeiro espetáculo. Uma menina como você precisa de um cara como eu. Empresário independente, sabe? Um vencedor. E eu sou muito bom na cama também. Resisto ao impulso de virar os meus olhos. É pelo menos a centésima vez está noite que ele diz p "vencedor" que é. Mas estou bem segura de que ele herdou a loja de ferragens do seu pai. Antes de poder decifrar como vou sair dessa situação, Greg levanta a vista e estala os dedos para chamar o garçom. Quando ninguém o atende em zero vírgula dois segundos, ele leva a mão nos lábios e assobia. — Ei! Eu praticamente grito, mortificada por seu comportamento. — Você não pode assobiar. Ele parece absolutamente perplexo de que eu tenha problema com isso. — Por quê? — É vulgar! — Vulgar? Greg repete, como se eu estivesse falando em outra língua. — Não, querida, é um gesto amigável. É que com certeza você não está acostumada que os caras te levem para lindos lugares como este. Eu deslizo no meu assento, a bochecha corada por causa da vergonha. Talvez se fechar bem forte os meus olhos, me tornarei invisível. Vale a pena tentar, pelo menos. — Você pode pegar os nossos pratos, querida. Ele diz para a garçonete, quando ela se aproxima da nossa mesa. — E pode nos trazer os menus de sobremesas. — Na verdade, isso não é necessário. Digo rapidamente, dando para a garçonete o meu melhor sorriso de desculpas. Por favor, não me odeie Digo para ela com o olhar. Eu quero que isso termine tanto como você. — A conta, por favor. — O que? Greg pergunta. — Vamos, a festa ainda nem começou! — Estou cansada! Eu explico com uma paciência que está prestes a desaparecer. — E eu estou muito cheia para comer a sobremesa. Ele olha para o seu relógio. — São apenas onze. Ele diz. — Bem, esqueça do menu de sobremesas então. Pode trazer outra rodada de bebidas. A garçonete sai correndo antes que eu possa protestar. Eu estremeço diante da perspectiva de passar mais meia hora em companhia deste homem. — Eu vou até o banheiro, está bem? Acho que esse bife não me caiu bem. Assento com a cabeça. No momento em que ele se retira da mesa, eu suspiro com alívio e pego o meu telefone para discar o número de Brianna. Ela responde de imediato. — Olá, irmã, como vai a encontro? — Eu vou mata-ló. — Ei, ei, espera um momento. O que aconteceu? Ela pergunta sem entender — Ele é chato, chato, vulgar e, e vou usar a faca de manteiga para acabar com tudo, se eu tiver que passar mais um minuto presa aqui com ele. Brianna ri em voz alta. — Não estará usando palavras como 'vulgar' com ele, né? — Não temos nada em comum, Brianna. — Os opostos se atraem. — Afastando o magnetismo da física, me permito discordar. Brianna geme. — Você nem se quer está dando mua chance para ele. Quando foi a última vez que um homem atraiu você? A pergunta me parece injusta, sobretudo tendo em conta a reação muito real e muito visceral, que acabei de ter com o homem da outra mesa. Não é que vá admitir isso para a Brianna. Eu não vou dizer para ela, que eu estava fode*ndo com os olhos com um cara, vestido no seu terno caro. Ela com certeza ia fazer da minha vida um inferno. — O que se supõe que significa isso? Eu digo. — Significa que você trata os homens como uma espécie invasora. — Por uma boa razão! Ter um homem na sua vida não é tudo, sabe? — A vida não é assim, Cami. Disse Brianna, com um suspiro de sofrimento. — Não tem que entrar comigo no plano idealista como Jo March. Não estou dizendo que o Greg seja o seu príncipe do conto de fadas, mas ao menos é... não sei, é a 'prática'". — Não quero prática. Neste momento, a única coisa que eu quero é um táxi para sair daqui. — Será que ele vai convir você para ir até a casa dele? Ela brinca. Me estremeço — Nem se ele me pagasse. Ah, dia*bos, lá está de volta. Eu tenho que ir. Eu Te amo, adeus!. A ouço ela dizer algo como: — De um beijo nele e vê se você gosta... antes de pressionar o botão e terminar a chamada, antes de guardar o meu telefone de volta. — Você estava falando de mim? Greg diz, com um movimento de sobrancelhas fingindo ser sedutor. Quando volta a sentar-se, tentando olho para ele objetivamente, sem que o prisma do desinteresse seja perceptivo. Talvez Brianna tenha razão e eu estou sendo muito dura. Não é um cara feio. Claro, a sua barba de três dias é mais do tipo que se esqueceu de tomar banho. E claro, fala muito de si mesmo e começa muitas frases com "Na minha indústria… ". Mas isso é bom, eu acho. Então, por que uma noite com Greg fica sem cor em comparação com apenas um olhar do homem do terno caro? Um deles me dá arrepios. O outrofaz a minha pele arder. — Em parte. Eu respondo. — Só queria avisar a Brianna, que chegaria em casa em breve. As suas sobrancelhas se erguem. — A noite não terminou. Eu tenho algo planejado para nós. Um amigo meu vai dar um show num bar aqui perto, eu disse que passaria por lá. Eu tento controlar a minha raiva. — Você não me disse nada! — Eu estou dizendo agora. Vai ser divertido. Odeio me sentir encurralada. — Greg, infelizmente essa noite eu não posso. — Você tem outros planos? Ele pergunta sem rodeios. — Bem, não. — Então eu não vejo o problema. Ele me diz. — Olha, Greg. Eu digo para ele, começando a entrar um pouco em pânico. — Você é um cara legal, e eu realmente aprecio o seu convite. Mas quero ir para casa, assim acho que só eu vou... Eu vou levantando enquanto digo isto, mas antes que possa conseguir levantar totalmente, a mão do Greg segura o meu pulso com força.
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