A SUV cortava as ruas de Manhattan como uma fera ferida, movida a adrenalina e desespero. As luzes de Nova York, sempre tão vivas, passavam por mim como borrões, memórias diluídas de uma cidade que eu não sabia se voltaria a ver. Dante não dizia nada. Apenas dirigia. O silêncio entre nós não era novo, mas agora tinha gosto de pólvora. Ele havia deixado Adam para trás.Um fim. Eu não precisei perguntar. Eu sabia.
Seus dedos se fecharam sobre o volante com mais força quando o celular vibrou no bolso do paletó. Sem dizer uma palavra, ele o puxou e me entregou. A tela acendeu e meu coração parou por um segundo. Eu reconheceria aquele número em qualquer lugar do mundo. Angelo Messina.
— É Messina — murmurei, a voz um pouco rouca. — A mensagem diz "Doca 39, Nova York. San Lorenzo."
Dante desvi
