Meu corpo inteiro enrijeceu. Os músculos se contraíram tanto que eu quase senti cãibras. Minha respiração ficou presa, gelada, como se o ar tivesse sido arrancado dos meus pulmões. Os passos lá fora se intensificaram. Correria. Ordens gritadas. E, de repente, os tiros. O som seco das balas ecoou pelos corredores, cada disparo vibrando dentro do meu peito como um tambor de guerra. O cheiro de pólvora parecia atravessar as paredes. O caos tinha começado de verdade. Eu não me movi. Não podia. Só esperava. Esperava o momento. Porque eu sabia que ele chegaria. Segurei a arma com as duas mãos. Mirei no escuro. Me preparei. A maçaneta girou. O rangido baixo da porta abrindo cortou o silêncio como uma lâmina. E então eles entraram. Três pares de passos. Pesados. Decididos. — Vasculhem tu

