Sentimentos

1300 Words
04 de Março do ano XXXX Andei pela escola me escondendo do garoto, evitando sempre ser vista por ele. - Não acha que está sendo óbvio demais? Eu estava arrumando minhas coisas para ir embora, sério que ele tinha que falar comigo agora que eu já estava indo? - O quê? Por acaso estou fazendo algo de errado? - perguntei em um tom irônico. Ele riu e eu levantei o olhar para sua face, ele ria como se eu estivesse contando alfo muito engraçado. - Qual é a graça? - perguntei a ele. - Você me odeia? - peguei minha mochila e fui para o corredor e ele me seguiu - Você não me respondeu - ele continuou me seguindo, ele não iria para de me seguir mesmo... - Eu não lhe odeio - falei já com pouca paciência. - Por acaso não gosta que falem com você? - Exatamente! - quase gritei no meio do corredor, seu rosto assustado me fez dar conta do quão alto eu havia acabado de falar. Suspirei e voltei ao meu caminho e dessa vez ele não me seguiu. No dia seguinte ele estava sentado na cadeira do meu lado, eu apenas continuei o ignorando mas em certo momento não tinha como mais. - Você por acaso é anti social? - ele repentinamente apareceu na frente da minha carteira no intervalo por entre as aulas. - Sou - respondi, aquilo era mentira mas eu falaria qualquer coisa só pra que ele me deixasse em paz. E isso continuou por vários dias, não importa se eu me escondesse ou não, como infelizmente estudamos na mesma sala, não adiantaria nada mesmo que eu não me escondesse mas um dia isso mudou. Eu havia chegado como sempre na escola mas naquele dia os meus nervos já estavam fervendo, estava prometendo a mim mesma que na próxima mês que ele viesse falar comigo eu iria acertar um soco bem no meio do seu rosto para ver se ele nunca mais me perturbaria, mas naquele dia foi tudo diferente. A aula já tinha começado e ainda não havia sinal dele, olhei ao redor da sala e nada da sua presença, pensei que fosse a primeira vez que ele faltava mas minutos depois ele tinha chegada atrasado mas tinha chegado. Ele quase se jogou na cadeira ao meu lado - onde era o seu lugar de costume - mas pouco tempo depois de ele ter sentado já estava dormindo em sua carteira, para a "sorte" dele era a aula do professor que não admitia que ninguém dormisse em sua aula, e parece que naquele dia ele estava pior por estar ministrando um assunto importante, o tempo todo o professor virava o seu olhar para o meu lado, ele estava vendo o garoto dormir, quando ele desviava o seu olhar eu então tentava acordar ele mas sem nenhum sucesso. - Armin! - o professor quase gritou mas não acordou o garoto. Ele então caminhou por entre as carteiras e chegou do meu lado e acordou Armin, ele sem entender abriu os olhos dando de cara com o professor. - Bom dia professor querido - falou ele abrindo os braços, a sala riu. - Devia estar tendo bons sonhos na minha aula para acordar alegre desse jejto - elemfoi voltando para a lousa, onde ele já estava. - Com certeza - ele bocejou. - Deve estar muito bem na minha matéria para estar dormindo tão tranquilamente, me diga o que estamos estudando então? A sala toda ficou em silêncio. - Professor, tem um erro na lousa! - falei repentinamente interrompendo o professor, ele se virou para a lousa. - Pode dizer onde exatamente onde Ana Lucy? - perguntou ele olhando para trás. Eu precisava apenas de alguns segundos. - Na questão 6 professor. Peguei uma folha e rasguei um pouco, escrevi e joguei para Armin, ele ficou olhando para mim sem entender, falei baixo "abre o papel i****a", ele deu de ombros e olhou. - Desculpe professor, acabei me enganando. - Tudo bem, voltando, o que estamos estudando Armin? Ele levantou a cabeça para o professor. - Álgebra - falou ele com um leve sorriso - Querido professor - ele falou novamente mas mais suavemente. O professor deixou ele em paz no restante da aula, o garoto sussurrou um "obrigado" para mim, eu apenas dei de ombros e continuei assistindo o restante da aula. Assim que tocou para o intervalo o garoto saiu correndo da sala, não que eu esperasse que ele fosse falar comigo, na verdade eu acho muito melhor assim. Levantei e fui até a lanchonete da escola, naquele dia eu teria que comprar algum lanche para mim, depois de comprar a comida eu fui para a área externa da escola, eu costumava comer em vários lugares diferentes, as pessoas não parecia gostar da minha presença, provavelmente elas gostavam de falar de mim quando eu não estava por perto. Neste dia estava um lindo, era mais um motivo para que eu comesse do lado de fora, abri o meu salgado mas então ouvi uma voz familiar. Olhei para o lado e vi que o garoto estava com outras duas garotas, uma eu sabia quem era, em qualquer lugar que ela passasse as pessoas a reconheciam, ela aparentemente era aquele tipo de garota popular que havia em todas as escolas, ela realmente era bem bonita e olhando para os dois eles pareciam ficar bem juntos e também parecia serem bem íntimos já que ela estava abraçada com ele e seus rostos estavam bem perto um do outro. Virei o rosto e voltei a comer o meu lanche, quando percebi o garoto já estava cindo em minha direção, levantei rapidamente na esperança de escapar mas ele segurou o meu pulso, eu não tive a coragem de olhar para o seu rosto. - Ana Lucy? - eu senti um arrepio percorrer pela minha espinha ao ouvir ele falando o meu nome, eu olhei para o seu rosto e ele deu um sorriso meigo. - É a primeira vez que olha para mim ao chamar meu nome - encarei ele um pouco. - É a primeira vez que você chama meu nome... - Ok, isso é verdade... Parece justo que você também chame o meu nome não? Fiquei um pouco pensativa. - Você sabe meu nome não? - É claro que eu sei, o professor lhe chamou na sala quando você estava dormindo... Ele continuou encarando meu rosto, eu virei para o lado, eu tinha certeza que eu deveria estar parecendo um tomate mas novamente seu rosto apareceu no meu campo de visão. Ele continuou me encarando por mais que eu desviasse o olhar, aparentemente ele não iria desistir. - Armin... - falei baixo quase inaudível. Olhei novamente para ele, e lá esta estava, aquele seu sorriso bobo. - Obrigado por hoje, por ter me salvado do professor. Imediatemente senti o meu rosto ferver de vergonha. - Olha, ela está vermelha! - escondi imediatamente o rosto com as mãos - Nãomprecisa se esconder! - ele pegou minhas mãos e retirou do meu rosto. Ele passou algum tempo me encarando enquanto eu encara o chão, sem coragem o suficiente para ver o seu rosto. - Você é muito fofa. Larguei minhas mãos da dele e fui embora, eu não era obrigada a escutar ele falando aquelas coisas para mim, por acaso ele estava querendo me bajular apenas porque eu o ajudei? Eu não me importava com aquilo, eu apenas fiz porque... Por quê? Eu não sabia exatamente e naquele dia eu voltei para casa com aquela perguntar, mais tarde eu descobri que as pessoas também faziam diversas coisas e não sabiam exatamente o por quê das suas ações, eu julguei que se tratava apesar de não me sentir totalmente satisfeita com a resposta que obtive.
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