capítulo 02

1082 Words
Terror On Já faz um tempo que mandei o DT buscar a menina. No começo eu não queria aceitar — p***a, mano, o cara tava vendendo a própria filha. Mas como sou dono do morro, preciso me manter no posto… e agora tenho uma menina. Estava resolvendo alguns assuntos na boca quando alguém entrou na sala e me chamou. Pela voz, percebi que era o DT. DT: Cheguei, irmão. – falou, se sentando na cadeira à minha frente. Eu: Cadê a menina? – perguntei erguendo a sobrancelha. DT: Tá na porta. Mano, tem alguma coisa estranha nessa história… a menina não é filha dele. Eu: Como assim? Ele disse que era filha! DT: Ele é padrasto. E o amigo dela viu tudo, tava junto. Porra, só me traz problema. Eu: c*****o, mano, você tem problema? Era pra ninguém saber disso! – falei, gritando, já irritado. DT: Quando ela subiu, fiz ele prometer que não ia contar, mas suave. Quer que ela entre aqui ou levo direto pra sua casa? Eu: Pode mandar ela entrar. Preciso trocar uma ideia com ela. Ele saiu e voltou com a menina. Olhei pra ela e… uau, mano, que menina gata, p**a que pariu. Mas tinha cara de patricinha. Eu: Não sei se entendeu, mas agora você é minha. Eu não tenho pena de ninguém. Ou anda no caminho… ou eu te mato. Tá entendendo? – ela assentiu. – Ótimo. Já acabei aqui, vamos pra casa. Valentina On Mano, esse Terror é um gato, mas não posso esquecer que ele me comprou. Pode parecer estranho, mas eu não tenho medo do DT. Não conheço ele direito e, de alguma forma, ele já me passou um pouco de segurança. Me levaram até o alto do morro e todos me olhavam. Já estava incomodada, e acho que o DT percebeu. DT: Eles são assim. Depois você acostuma. Até porque é difícil eles verem uma menina arrumada assim com o dono e o sub. – falou no meu ouvido, e eu apenas assenti. Chegamos numa casa enorme, com homens armados na frente, assim como na entrada do morro. Terror: Acho que já percebeu que, se tentar fugir, leva bala, né? – falou sério, me fazendo tremer de medo. Meu Deus, onde eu me meti? Entramos na casa e vi uma mulher e uma menina na cozinha. Assim que me viram, ficaram espantadas, até que a mulher se pronunciou. Xxx: Não acredito que você fez isso! – falou séria. Terror: Mãe, não começa. Não tô com paciência. – colocou a arma num canto. Eu fiquei calada, e o DT não saiu do meu lado nem um segundo. Xxx: Claro que vou começar! Tá achando que mulher é mercadoria, Terror? Eu sou sua mãe, mas não vou admitir isso! Terror: Não tem que admitir nada. Ela é minha e vai ficar aqui. Tô de saco cheio de vocês. DT, pega as malas dela que eu vou pegar umas putas. – falou e saiu batendo a porta. A mulher se sentou, passando a mão na cabeça. DT: Desculpa, tia Ana… ele me obrigou a fazer isso. – Então, esse era o nome da mãe dele. Ana: Tudo bem, DT, eu sei. – suspirou. – Mas e você, querida, como se chama? – perguntou olhando pra mim. Olhei para o DT, que assentiu. Eu: Valentina. – falei. Então a menina, que até então estava quieta, se pronunciou. Xxx: Satisfação, me chamo Alice. – sorri sem graça, e logo o DT voltou com minhas malas. DT: Toma, Magali. – disse. Eu soltei um risinho, mas logo fiquei triste em lembrar do meu melhor amigo. – Desculpa, não queria te deixar triste. Eu: Tudo bem. É bom lembrar dele. Ana: Desculpa, mas… ele quem? Eu: Meu melhor amigo. Ele tava lá quando tive que vir pra cá. Não quero ficar longe dele. – falei olhando pro chão. Alice: Ih, relaxa. Eu boto ele aqui no morro, vocês ainda vão se ver. Ana: Alice, leva ela pro quarto que agora será dela, por favor. Alice: Vamos, gata. – falou, puxando minha mão pro andar de cima. Ela era bem doidinha. – Desculpa por isso. A gente não achou que ele ia fazer mesmo isso. Meu irmão é um i****a. Eu: Acredite, não é a pior coisa da minha vida. – falei, e ela me encarou. Alice: Veja pelo lado bom: agora somos amigas. Quase irmãs, já que vamos morar juntas. Vou te apresentar dois filhotes de cruz-credo, doidas. – disse, e caímos na gargalhada. Eu: Sabe… acho que não vai ser tão r**m assim ficar aqui. Arrumei minhas coisas com a ajuda da Alice, que era bem legal. Quando terminamos, descemos e encontramos Ana na cozinha. Ana: Meninas, fiz um lanche pra vocês. – falou. Alice logo pegou um hambúrguer e se sentou, e eu me sentei junto. Alice: Menina, que roupa é essa? Toda de marca! Menina chique. Veio de onde, pra estar arrumada assim? Porque aposto que não tava em casa à toa. Eu: Eu tava na faculdade. Mas nem sei se vou conseguir continuar. – falei cabisbaixa. Ana: Faculdade de quê? – perguntou, bebendo seu suco. Eu: Medicina. Ana / Alice: Uau! Alice: Mas por que escolheu uma faculdade tão difícil assim? Eu: É meio complicado… Sempre gostei de ajudar as pessoas. E quando minha mãe teve câncer, prometi cuidar dela, mas não consegui. – uma lágrima desceu pelo meu rosto. – Antes de morrer, eu tava na sala, segurando a mão dela. Ela me perguntou o que eu queria ser, e eu não soube responder. Foi aí que ela disse: “Um dia você vai ser médica e ajudar todos assim como me ajuda. Eu não posso mais estar aqui, mas me promete que vai ser a melhor médica de todas?”… E eu prometi. Prometi que cuidaria das pessoas da forma que queria ter cuidado dela. – terminei de falar e todas já estavam chorando. – Não quero ter que parar a faculdade… mas acho que não vou poder mais. Ana: Eu não vou deixar ele te proibir, querida. Esse sonho é mais que válido. Pode saber que estou ao seu lado. Sorri, aliviada em saber que não estava sozinha ali. Terminei de comer e meu irmão me mandou mensagem. Respondi dizendo que estava bem e que não precisava voltar para o Brasil. Ele disse que, se eu precisasse, viria na hora. Me sentei com Ana e Alice, assistindo uma série. Até que alguém ligou pra Alice… e ela desligou, animada.
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