Capítulo 17. Família Tomeras

552 Words
Mattheo se levantou decidido que era hora de investigar a fundo a família Tomeras. Se Anélisse precisava da sua ajuda e tinha uma conexão com ele que ultrapassava o tempo e os sonhos, descobrir suas raízes poderia trazer pistas essenciais. Ele se dirigiu ao seu pequeno arquivo particular, repleto de registros antigos, pergaminhos e livros que acumulara ao longo dos anos. Com um feitiço de busca rápida, ele trouxe informações sobre a família Tomeras, cruzando registros públicos e arquivos secretos de famílias bruxas influentes. Rapidamente, ele encontrou a linhagem: os Tomeras eram uma família de bruxos poderosos, conhecidos no mundo mágico por sua habilidade e prestígio, trabalhavam no mercado de poções, sendo bem reconhecidos no mundo mágico. Fotos, registros e pergaminhos detalhavam membros antigos e recentes da família, rituais, conquistas e até participações em eventos históricos importantes do mundo bruxo. Tudo parecia perfeito — exceto por um detalhe que Mattheo notou imediatamente. O nome de Anélisse não aparecia em nenhum registro recente da família. Tudo que encontrava sobre a geração atual mencionava apenas Georgina Tomeras, escrita como filha única da família , retratada em fotos e registros escolares e sociais. Fotos de festas, reuniões familiares e encontros mágicos mostravam Georgina crescendo cercada por seus pais e parentes. Mas Anélisse… não havia sinal dela. Mas, que merda.. pensava Mattheo Ele olhou cuidadosamente cada imagem, cada pergaminho, cada documento. Nada.Absolutamente Nada. Nenhuma menção, nenhuma presença. Parecia como se ela nunca tivesse existido na história da família. Mas Mattheo sabia que o feitiço que fez não mentia, ela era sim daquela família . Curioso e desconfiado, Mattheo continuou procurando até encontrar algo diferente: uma fotografia antiga, desgastada pelo tempo, com a família Tomeras reunida. Dois adultos, jovens e orgulhosos, segurando duas meninas pequenas, provavelmente com quatro ou cinco anos. Uma delas era Georgina, claramente identificável. A outra era diferente — mas não havia anotações sobre seu nome. Mattheo estudou a foto com atenção. O rosto da segunda menina tinha traços familiares: cabelos castanhos escuros, olhos profundos, uma expressão determinada mesmo na infância. Era impossível não reconhecer. — Então é isso… — murmurou, os dedos passando pelo pergaminho. — Você existia… mas depois… desapareceu, ou foi apagada? As informações paravam aí. Nenhum registro posterior mencionava Anélisse, como se ela tivesse sido apagada da história da família. Nenhuma menção em festas, escolas, eventos mágicos ou mesmo registros de sangue puro. Era como se a própria família a tivesse excluído ou, de algum modo, perdido contato com ela. Mattheo franziu o cenho, os olhos fixos na foto antiga, o cérebro trabalhando rapidamente. Ele agora entendia que havia algo muito mais complexo envolvendo Anélisse: ela era parte de uma família poderosa, mas algo aconteceu que a desconectou completamente de suas raízes. — Então é por isso que você é… tão isolada, tão diferente… — murmurou. — Você tem segredos que nem sua própria família ousa tocar. — Mas, por que me chama, Anélisse? Por que aparece nos meus sonhos se nem mesmo se lembra que é igual a mim ?.— Pensava Mattheo enquanto olhava a única foto que Anélisse aparecia. O silêncio do apartamento parecia pesado. Mattheo sabia que aquilo apenas aumentava a importância de descobrir tudo sobre ela: seu passado, suas dores, e o que havia acontecido para que Anélisse Tomeras desaparecesse da própria história da família.
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