O tempo passou, Mattheo estava encostado na cabeceira da cama, olhos fechados, até que o silêncio foi tão forte que ele pode ouvir as batidas do relógio. Mattheo se levantou de uma vez da cama.
— Mas que m***a— Murmurou pegando seu casaco e sua varinha, erguendo ela e aparatando direto para a rua ao lado do apartamento de Catherine.
Mattheo prometeu que iria até o apartamento dela para ver como ela estaria após as dores agudas, porém, depois do sonho e das buscas para entender tudo isso, as horas passaram e ele não se deu conta.
O relógio já batia 19:30, Mattheo andava apressado em direção ao apartamento de Catherine, até que parou ao ver Catherine vindo do outro lado da rua, com duas sacolas cheias.
— Mattheo, que bom te ver. Pensei ter te assustado com minhas dores repentinas ontem. — disse Catherine parando ao lado dele.
— Catherine — diz Mattheo com a voz calma,pegando uma das sacolas dos braços dela. — Na verdade é por causa delas mesmo que estou aqui. Está melhor ? Sentiu mais algo ?
— Estou bem, obrigada. Não senti mais nada até então, talvez, tenha sido o cansaço. Mas já que está aqui, que tal me acompanhar no jantar de hoje ?. — Pergunta Chaterine
— Seria um prazer. — Responde Mattheo a seguindo em direção ao apartamento.
Eles entram e Mattheo ajuda Catherine a guardar as coisas, ela diz que vai preparar algo rápido para eles. Mattheo fica parado na cozinha observando ela, porém , obsevando ao redor também.
O apartamento de Catherine era simples, porém aconchegante. Mattheo observa algo em cima da mesa, ele sabia que ela gostava de ler, mas era.. algo escrito a mão desta vez. Ele se aproxima e lê algumas linhas, mas Catherine logo o interrompe.
— O senhor curioso, da licença.— Catherine coloca a mão cobrindo a página aberta e puxa, guardando na gaveta.
Mattheo franze o cenho, sorrindo discretamente.
— Escrevendo sobre mim, Woodsen?. Sabia que gostava de ler, mas, agora é escritora também ?.
Catherine revira os olhos, porém acaba rindo da audácia de Mattheo.
— Eu estou em Londres, posso estar escrevendo sobre qualquer britânico que vi pelas ruas, não se acha vai. — responde Catherine sem fazer contato visual com Mattheo.
Mattheo solta uma risada baixa. Ele saiu bem da situação, fez parecer casual, mas, não foi, nunca é. Mattheo percebeu que a letra era idêntica a letra do diário de feitiços proibidos que encontrou em seu apartamento.
— Então, Catherine, ficou sabendo do filme que vai sair essa semana nos cinemas? Que tal acompanhar seu britânico favorito em uma sessão ?.— Pergunta Mattheo sem vergonha nenhuma, voz calma e baixa.
— Seria um prazer, Ross. Mas fique sabendo que sou medrosa, esteja preparado. — Responde Catherine olhando para Mattheo, com um sorriso envergonhado.
— Sério ? Tem medo de bruxa agora ?.— Pergunta Mattheo arqueando a sobrancelha, em tom incrédulo
Catherine ri alto dessa vez, parando na frente de Mattheo.
— Tô brincando, calma, na verdade eu nem acredito nessas coisas. — Responde Catherine dando de ombros.
— " Nessas coisas?”.— Pergunta Mattheo.
— Sim, bruxas, vampiros, sereias, sei lá... Qualquer coisa desse tipo, eu acho que são só invenções para vender mais histórias.— Responde Catherine com naturalidade.
Mattheo fica um pouco incomodado, mas, entende, afinal ele sabe que ela não se lembra de nada, ou talvez, finja muito bem.
— Bom, então temos um encontro marcado para ver mentiras no telão do cinema.— Responde Mattheo com naturalidade, fugindo do incômodo que a conversa lhe trouxe.
Minutos depois Catherine coloca dois pratos na mesa e duas taças de vinho. Eles jantam e conversam sobre cosias banais, livros, personagens.
Após o jantar eles se sentam no sofá, ao se sentar seus ombros se encostam e os dois sentem um leve choque.
— Aí, mas que m***a Mattheo.— Catherine fala batendo a mão de leve no ombro de Mattheo. — A culpa disso é sua.
— Minha ?— Mattheo pergunta rindo.
— É sua sim, eu li, que quando temos acúmulo de energia e entramos em contato com outra pessoa podem ocorrer choques ou estalos, então, a culpa é sua.— Respondeu Catherine se encostando no sofá e encarando Mattheo com um sorriso genuíno.
Mattheo da uma gargalhada alta, também se encostando no sofá, porém, mantendo distância significativa de Catherine. Ele sabia que ainda não podia ter nenhum contato físico com ela, pelo menos não até descobrir o que fazer para reverter o feitiço que ele acreditava estar sob ela.