LORENA NARRANDO — CONTINUAÇÃO A gente já tava ali no café há quase uma hora, conversando, comendo tudo que via pela frente e falando m*l de macho como se fosse esporte olímpico. A mesa tava cheia: pão de queijo, croissant, bolo de cenoura, dois capuccinos, um suco de laranja gigante e aquele misto quente que a Maju sempre pede quando tá nervosa. E ela tava nervosa. Só que tentando disfarçar com aquele sorriso calmo dela. Só que eu conheço minha irmã, p***a. Eu sei ler cada microexpressão daquela cara bonita. Entre uma fofoca e outra, o celular dela vibrava. De novo. E de novo. E de novo. Rodrigo. Ela só olhava a tela, suspirava fundo e ignorava como se fosse um mosquito chato voando perto da orelha. Depois da quinta chamada ignorada, eu bati a unha na mesa e perguntei: — Vai ficar

