Melina foi me acordar ás nove da manhã. Retirou-se do quarto assim que eu acordei e notei a cama vazia. Seu lado estava bagunçado, travesseiro amassado e o lençol não forrava totalmente seu lado.
Deveria ter se mexido muito essa noite.
Senti uma enorme vontade de cheirar seu travesseiro. O cheiro que saia da sua pele é tão bom. Balancei minha cabeça, expulsando os pensamentos indesejados. Não é possível que eu esteja ficando tão maluca a esse ponto, mesmo que ele seja absurdamente cheiroso, é loucura isso ter passado pela minha cabeça.
Espreguicei-me e joguei a coberta para alto me levantando. No caminho para o banheiro da suíte, vejo uma mesa de retratos e curiosa caminho até ela.
Essa família tinha o dom da beleza.
Vi a de uma mulher com olhos azuis como do Hector. Glamorosa e com o mesmo olhar esnobe e prepotente, ele é a cópia escrita, provavelmente esse é a sua mãe.
Em outra, Ítalo e ele estavam abraçados com uma bola de futebol americano na mão. Os dois disputavam pela bola. Pela primeira vez, tinha visto o sorriso do Hector mesmo que fosse por foto, e provavelmente clicada há uns cinco anos.
Digamos que ele não gosta muito de sorrir. Eu nunca vi um sorriso.
{...}
Quando chego á cozinha encontro Melina colocando as últimas coisas na mesa
Um café da manhã farto, porém ótimo, confesso que estava morta de fome.
Sentei-me e ela sorriu.
— Bom dia. Desculpa acorda-la Sra. Bernardi. Mas o Sr. Bernardi mandou - Explicou-se - Disse que teriam compromissos hoje. Seu vestido estará em seu aposento, assim que subir.
— Ele comentou para onde iriamos? - Perguntei já mastigando um pedaço de torrada.
— Sr. Bernardi é muito privado. Apenas mandou prepara-la.
— E pra onde ele foi?
Perguntei e depois de alguns segundos balancei a cabeça negativamente. Ela não precisaria responder.
Ele é muito privado.
Óbvio que não falou aonde iria.
Terminei meu café da manhã e subi. Entrei no quarto e sinto o meu celular vibrar freneticamente, pego e no visor observo o nome da nossa assistente pessoal. Eu quase não recebia mensagens suas, porque dificilmente estávamos em algumas notícias, mas é óbvio que agora estamos, afinal, é um noivado importante.
— Alô, Fê. - Atendo, indo até o banheiro.
— Olá, Louise. Tudo bom, querida?
— Diga-me você. — Sorrio medrosa e ligo a banheira.
— Tudo sim. É, bom, vocês saíram em diversos tabloides, com inúmeras suposições e a imprensa está caindo matando. Sei que você não está acostumada com todo esse holofote, por mais que as pessoas comentassem sobre sua família e do Bernardi, agora comentam mais ainda por ele ser um crush das meninas.
— Elas são loucas. - Giro os olhos e ouço sua risada inalada.
— Estou te ligando para avisar sobre essa movimentação, provavelmente será diferente ao sair nas ruas. Vocês são a Elite, as pessoas gostam de saber sobre você, ainda mais agora...
— Obrigada, Fê.
— Imagina, querida. Um beijo, se cuide.
Desligamos e eu tiro a minha roupa, ficando completamente nua para um banho demorado, não me importava muito com o tempo. Ele não queria ter esposa? Então esperaria como um marido.
Depois de longos e demorados minutos, voltei para o quarto vejo o vestido acima da cama. Azul marinho, bem passado e sofisticado. Um vestido formal.
Ouço duas batidas na porta.
— Pode entrar. — Me enrolei mais na toalha.
Melina aparece com um sorriso amigável, como sempre.
— Vim ajuda-la a se vestir, Sra. Bernardi. Se me permite.
Coloquei o vestido com ajuda dela. Ele ficava dois dedos acima dos joelhos, marcava um pouco minha cintura e largo nas pernas. Sem mangas, sem decotes e lindo. Estava apaixonada por aquele vestido, mesmo que fosse digna de uma mulher rica e casada.
Parei na frente do espelho, enquanto Melina levantava o zíper.
— A Sra está linda. - Elogiou animada - Gosta de cabelos presos?
— Sim! - Respondi, levantando meu cabelo em um r**o de cavalo alto. - Será que ficaria bom?
— Perfeitamente!
{...}
Desci as escadas e o vi , sentado no sofá bebendo, suponho que seja uísque pela pequena quantidade e a cor. Um dos cachorros estava a sua frente, recebendo uma passada de mão na cabeça.
Tossi chamando a atenção. Ele virou a cabeça me olhando acima dos seus ombros.
Estreitou os olhos e me mediu dos pés a cabeça. Meus cabelos estavam presos em um r**o de cavalo alto, com algumas mechas soltas onduladas. Levantou-se e deu o último gole em sua dose me olhando. Deixou o copo vazio encima da mesa e andou até mim.
— Estava impaciente com a demora. Mas, valeu a pena esperar, está maravilhosa. - Beijou as costas da minha mão.
— Aonde vamos? - Foco Louise, foco.
Entrelaçamos os braços e fomos caminhando até a saída da casa. Assim seus olhos, como o seu perfume me deixava desnorteada.
— Um almoço de negócios. Será apenas por algumas horas. - Explicou saindo da casa. Um carro já nos aguardava, um homem de terno abriu a porta de trás assim que nos viu.
— E é necessário que eu vá? - Perguntei parando alguns metros do carro.
— Obviamente! - Estendeu a mão para que eu entrasse.
{...}
O caminho foi rápido. Agradeci por ele não querer ficar conversando. Vidros fechados, piorando o meu desejo de parar de sentir aquele perfume, agora misturado com uísque.
Assim que chegamos, reconheci a mansão. Era a do Forbes sorri contente por saber que iriamos almoçar ali.
— Por que a felicidade? - Ele perguntou incomodado, assim que o motorista brecou o carro.
— Uma amiga minha mora ai. O pai dela é o Isac Forbes.
— Patt Forbes? - Perguntou curioso.
— Sim. Minha amiga de infância.
— Hum.
Descemos do carro e ele entrelaçou sua mão na minha cintura. Tinha alguns carros parados e algumas pessoas. A casa da Patt era grande como a minha não exageradamente como a do Héctor.
Cansei de correr por esse quintal. Minha infância foi tão doce aqui.
Estava tão nostálgica, que havia me esquecido do crápula que esta ao meu lado.
— Para todos, eu disse todos sem exceções, estamos casados. Sem tentar fazer gracinhas. - Deu ênfase no todos.
Provavelmente se referindo a Patt.
Ele não se dava ao trabalho de me olhar, enquanto andávamos. As pontas dos seus dedos apertava um pouco a minha cintura, me desconcentrando. Engoli em seco sentindo o formigamento em toda minha pele.
Isac e Eliz Forbes nos recepcionaram na porta. Hector deveria estar fechando algo muito importante, pra eles fazerem isso.
— Louise! -Eliz sorriu surpresa - Que presença maravilhosa! - Me abraçou contente.
— Assim que soube do noivado de vocês, fiquei impressionado. - Isac apertou a mão do Hector. - Estávamos em New Orleans, não conseguimos comparecer. Desculpe.
— Imagina, tio Isac. - Sorri.
O casal Forbes caminhava a nossa frente, sentia os dedos do Damon brincar com meu vestido novamente.
O imaginei tirando. Respirei fundo segurando firme na sua cintura
Não passou despercebido pelo meu marido, que apertou com mais força e me juntou a ele.