Acerto de contas.( Pietro)

1514 Words
( Continuação) " Estou tão perdido em meus desatinos que esqueço de prestar atenção nos detalhes, me torno um t**o ." Por: Pietro. Acordo sentindo um enjoo que embrulha meu estômago. Levanto da cama e corro para o vaso sanitário, regurgito o pouco de comida que ingeri e o líquido biliático. _ Droga, eu não deveria ter bebido tanto. - me auto recrimino. Retiro a calça de moletom cinza chumbo e a camisa de algodão azul escuro, entro no box, precisando de um banho quente para relaxar meus músculos tensionados e mandar embora a dor de cabeça que me acomete. Passo a esponja com sabonete líquido pelo meu tórax tatuado e, consequentemente, nas cicatrizes escondidas pelos desenhos pintados. Lavo os meus fios escuros e saio de debaixo da água, envolvo o meu corpo num roupão felpudo de cor escura, paro em frente à bancada da pia e me olho no espelho. Vejo as gotas de água pingarem das pontas do meu cabelo molhado. Escovo os meus dentes e me seco, caminho para o closet, visto as costumeiras peças escuras: calça social, suéter de gola alta, sapatos italianos. Desço e como ainda é bem cedo, precisamente umas seis e meia da manhã, todos ainda dormem e as funcionárias estão atarefadas com o preparo do desjejum que será servido. Dirijo-me para a cozinha, a fim de beber uma xícara bem forte de café. No entanto, quando estou prestes a atravessar o portal, escuto o meu nome ser mencionado. Cesso os meus passos e mantenho-me fora das vistas das empregadas, com o intuito de ouvir a conversa que acontece entre elas. E assim ocorre. _- Larissa tentou dar o golpe e acabou se ferrando; todos na cidade comentam que depois do filho do senhor Grecco comer a i****a, chutou ela com a barriga cheia. - Por Deus, Mônica, não fala coisas que você não sabe. - Estou mentindo, Carmem? A fofoca rola solta aqui dentro dessa fazenda, que a criança que a filha do Fernando espera é do senhor Pietro. Ouvir aquilo deixa meus nervos irritadiços. Então, todos tinham conhecimento da mentira que a puttana resolveu contar. De onde estou, retorno para meu quarto. Não iria mais esperar por uma oportunidade; resolveria essa questão hoje mesmo. Busco no closet, dentro de uma gaveta bem larga, os exames que fiz e que comprovam a p***a do saco seco que eu tenho. Abro o cofre e retiro de lá a minha Desert Eagle .50 e o silenciador. A pistola é considerada a arma mais forte do mundo, e um disparo dela significa morte certa. Confiro o pente e completo a munição. Pego um par de luvas pretas e visto o meu sobretudo. Com tudo o que necessito em mãos, deixo o meu quarto e a mansão para trás. Entro no meu carro com a ideia certa de trucidar a garota e qualquer um que tente me impedir de acabar de uma vez por todas com a existência da filha da p**a. Chego em poucos minutos, desço do veículo sentindo o veneno da raiva transbordar e escorrer pelos cantos da minha boca. Meto o pé na porta da casa e a folha de madeira choca-se contra a parede. Vejo Larissa olhar em minha direção, assustada. A garota está sentada no sofá, segurando uma espécie de agulha de onde surge um diminuto casaquinho de bebê. _ Pietro.... - ela sussurra, de olhos arregalados, como se não acreditasse que estou aqui em pé, bem na sua frente. _ Surpresa, troitta? - pergunto, olhando-a de cima. Então, meu coração erra uma batida quando a menina se levanta com certa dificuldade e exibe a barriga enorme revestida por um vestido vermelho. Observo seu corpo e as mudanças que ocorreram nele: seu rosto está mais redondo, cheio, seus s***s estão maiores, o cabelo mais comprido e seu ventre protuberante mostra por qual razão essas transformações estão ocorrendo. " Linda!"- o pensamento cruza minha mente, numa velocidade vertiginosa e logo se dissipa. Meus olhos fixam-se em sua barriga cheia, engulo em seco por saber que o causador disto não fui eu, mas sim qualquer outro. O maldito deu a ela o que eu não poderia dar nem em um milhão de anos. _ Sua... sua mãe te contou? - pergunta com os olhos exibindo preocupação. _ Por que acha que estou aqui? - pergunto com escárnio. A menina foca na minha mão esquerda, no dedo anelar que carrega o grosso aro de ouro amarelo. Sigo seu olhar e dou um sorriso frio. _ Sabe, Larissa, eu sou um homem que não permite que meu nome seja envolvido em fofocas, muito menos em mentiras.- digo, retirando o exame de dentro da sacola e colocando-o em cima de uma mesa próxima, que tem seu tampo vazio. _ Eu não estou mentindo, fui honesta com você o tempo todo e estou sendo agora, estou grávida de você. - diz ela, olhando-me com mágoa e olhos marejados. A v***a insiste na mentira. _ Você sabe ler, Larissa? Acredito que sim. O ensino porco que você teve deve ter te fornecido pelo menos o mínimo de alfabetização.- falo, demonstrando uma calma que não tenho. Por dentro, estou explodindo como as ogivas nucleares. Abro o exame na parte em que consta o resultado, ando até a mulher, que me fita apreensiva, e pego-a pelos cabelos. _ Ai, para, por favor. - pede, soltando gemidos chorosos. _ Para o c*****o, leia sua v***a! Leia o que está escrito aqui sua puttana!- berro enquanto esfrego com força o rosto da menina nas folhas dos exames. Larissa tenta colocar as mãos sobre a mesa e se afastar mais minha força é maior. Sinto o cheiro emanar dos fios dela, um aroma de morango que me deixa mais irritado. Solto com brusquidão a garota, que bate com a testa na mesa. Larissa se ergue. Vejo que seu rosto sangra bem perto da curva de sua narina. A gota de sangue desce por seus lábios e perde-se em sua boca. Observo a menina levantar uma de suas mãos trêmulas e levar os dedos até o ferimento. Seu choro não cessa. Ela me olha apavorada e nem comecei o seu calvário. _ Fiquei pensando num castigo perfeito para uma safada feito você.- profiro calçando as luvas pretas - E talvez não haja um que te faça sentir a dor que eu quero que experimente, então...- retiro a arma da minha cintura e o silenciador do bolso interno do sobretudo. A menina fica pálida, me olha com pavor. Medo puro escancara suas íris verdes. Larissa leva a mão à barriga, numa tentativa patética de querer proteger o bastardo que cresce dentro dela. _ Pietro, não faz iss.... _ Cala a boca, c*****o! Cala a p***a dessa boca!- vocifero apontando a arma para a testa da garota. Meus olhos captam o momento em que ela começa a respirar com dificuldade. _ Não sei se mato dos dois de uma só vez ou se atiro primeiro na sua barriga e depois no seu rosto?- indago oscilando a arma do rosto da menina para o seu ventre inchado. Larissa tenta falar, mas não consegue. Ela treme tanto que vejo o esforço que faz para continuar de pé. Assim que a menina vê o meu dedo acionar o gatilho, ela se encolhe inteira. Disparo num jarro de vidro cheio de bolinhas coloridas, o vidro se espatifa e as pequenas esferas se esparramam pelo chão. Escuto seus soluços ao mesmo tempo em que leva a mão à parte mais baixa de seu ventre, seu corpo se contorce. _ Não quero você e nem esse verme que está gerando, vivendo aqui nas minhas terras. Eu, Larissa, tenho uma noiva, uma italiana de raça pura, igual a mim. E se chegar ao conhecimento dela essa mentira que anda espalhando, escute bem, porque não sou de avisar duas vezes: eu venho aqui e mato seus pais com requintes de crueldade. Farei os dois sofrerem tanto que suas malditas almas jamais desejaram reencarnar outra vez. Está avisada! Pego os meus exames, manchados com o sangue da garota, e saio da casa. Quando entro dentro do meu carro, solto um urro animalesco enquanto soco o volante. Eu não consegui atirar nela, não consegui roubar sua vida, extinguir sua existência. Alguma coisa vibrou tão forte em mim que, no último segundo, desviei a mira. _ Cazzo! Cazzo! Cazzo! Maldita, maldita! - berro fora de mim. Ligo o veículo e acelero para a minha casa, mais transtornado do que nunca. " Preciso de um pouco de cocaína ou algo mais forte, preciso me livrar da agonia que estou sentindo" - falo mentalmente conforme dirijo para fora da fazenda. Estou completamente fora do prumo, mais perdido em minha loucura como jamais estive, e a culpada disso tudo é ela. _ Te odeio, Larissa, odeio como jamais odiei alguém em toda minha vida, sua maledetta, filha da p**a! - grito enquanto acelero pelas estradas de chão. O que sobrou para mim foi nada, apenas o vazio e o frio. O pouco calor que senti ao estar com ela foi substituído pelo gelo .
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