Doce e salgado. part-2 ( Larissa)

1450 Words
( Continuação) " Amor é mais do que desejo, por isso ele cega os humanos para coisas tão evidentes." Por: Larissa. _ Com fome? - pergunta Pietro, dando leves mordidas em meu pescoço. _ Não. - respondo, enquanto meus dedos tocam em suas coxas grossas. Estamos os dois na banheira. Eu sentada no meio de suas pernas, a espuma nos cerca, cobrindo os meus s***s doloridos. _ Precisa se alimentar, se não o fizer, não conseguirá me aguentar. - diz, enfiando um dedo na minha i********e dolorida. Fico espantada com suas palavras. _ Nós acabamos de fazer. _ Não estou satisfeito, preciso de mais. - diz, erguendo-se e saindo da banheira. Pietro vai até a bancada e volta com duas toalhas gigantes. _ Venha, Larissa, enrole seu corpo com isso. - diz, estendendo-me o tecido atoalhado. Faço conforme pediu, depois que me enxuguei. O homem também envolve a toalha em sua cintura, cobrindo sua natureza masculina. _ Gosta de vinho? Trouxe um de uma safra excelente, produzido pelos nossos vinhedos na Itália. A uva Pinot Noir é de excelente qualidade. A principal região produtora no planeta é a França, mais especificamente na Borgonha. No entanto, implantei essa casta nas nossas produções, assim como a Ruby Roman. Quase gargalho, eu não entendia patavina de nada sobre vinhos, safras, uvas e essas coisas, muito menos sabia o que era um vinhedo. _ Então, além de gado de corte, sua família produz vinhos? - pergunto curiosa. _ Temos muitos negócios. - ele é sucinto. _ Respondendo a sua pergunta: nunca bebi vinho ou qualquer outro tipo de bebida alcoólica. Sempre fiquei distante de tudo que é errado, drogas, álcool, cigarro. Sei lá, nunca achei e nem acho nada disso atrativo. - revelo, prendendo a ponta da toalha em meu corpo. Olho para o italiano que me fita. _ Provará uma taça hoje comigo? - diz, saindo do banheiro. Não entendo por que sua voz soou fria. Pensei que estávamos nos aproximando, até me falar sobre uvas e vinhedos. Me olho no espelho, desembaraço meus fios usando meus dedos. Arrumo a minha franja e saio do local. Sinto que estou pisando em ovos quando o assunto é Pietro. Não sei o que acontece com ele, de repente ele muda. Chego perto do homem que organiza o conteúdo da cesta em cima da mesa. Ele abre o vinho e coloca o líquido em duas taças, em seguida me entrega uma. _ Beba. - diz, tomando um grande gole da bebida. Meio receosa, dou um pequeno gole do líquido tinto. As nuances dos sabores explodem em minha língua. Fecho meus olhos, encantada com a bebida adocicada. O néctar presente no vinho me faz soltar um gemido de satisfação. _ Huuuummm!!!! Que delícia. - falo, abrindo os olhos e olhando para a taça em minha mão. Bebo mais um pouco do líquido que desce pela minha garganta, provocando ondas faiscantes de prazer. Pietro se aproxima e tira a taça de mim. _ Coma alguma coisa, não quero ver você ficar bêbada. - diz, apontando para as frutas e outros alimentos. Belisco um pedaço de focaccia. Estremeço quando um trovão ribomba e encolho meu corpo. _ Assustou-se, bella mia? - ele dá um esgar de sorriso. Me sobressalto ao ver que Pietro sequer piscou diante do barulho ensurdecedor. "Que homem é esse que não se assusta, não externa o que sente, que é inexpressivo?" - me pergunto, estarrecida. As luzes piscam e apagam-se, o pequeno cômodo é tomado pelo breu. _ Pietro! - chamei, alarmada, com minha respiração ficando errática. _ Shiu! Estou aqui! - diz, aproximando-se de mim - O gerador deu algum problema. - fala para si mesmo. _ O que faremos? Vamos embora? - perguntei, sem conseguir enxergar nada. Apenas as toalhas brancas que nos envolvem se destacam na escuridão. _ Não, ficaremos aqui. - diz, puxando-me para sua frente. O homem retira a minha toalha e me guia para a cama. Seu corpo cobre o meu mais uma vez, e nossa entrega acontece, ele mais afoito do que antes. Suas investidas são mais brutas, como se ele quisesse extrair de mim tudo que possuo. Suas mãos prendem os meus braços acima da minha cabeça, e meu corpo balança junto com a cama, cuja cabeceira bate na parede, provocando um barulho violento que se mistura com o da chuva pesada caindo e com o dos raios perfurando o ar. Mais uma vez, fui atingida pelo ápice que me domina e me desmonta conforme sua vontade. Pietro crava seus dentes em meu ombro quando atinge o clímax, e eu grito sentindo seus dentes cortarem minha carne, enquanto recebo suas sementes dentro de mim. Sinto sua língua deslizar pelas feridas recém-abertas. _ Gosto do seu gosto, menina! Aprecio provar todos os seus sabores. - diz, enquanto lambe minha carne castigada. Pietro rola para o lado, me liberando. Sinto a ferida latejar, arder. Fecho meus olhos, sentindo meu corpo cansado, fatigado, exaurido, e adormeço. Não sei quanto tempo se passa quando acordo, tudo ainda está escuro. Olho para o meu lado e corro a mão pelo travesseiro onde o italiano estava deitado, encontrando a grande almofada vazia. Sinto o colchão se mexer e percebo que ele está sentado, no escuro. Me ergo lentamente, ficando próxima de suas costas. A lembrança da tatuagem vem à minha mente, todos os seus contornos sinistros e belos, as pequenas falanges ósseas segurando aquela vívida rosa, enquanto sua bocarra se preparava para devorá-la. Uma caveira em um espaço flóreo. Levei meus dedos aos meus lábios, eu queria lambê-la, tomar um pouco daquela força impregnada nela. Era apenas um desenho em um pedaço de pele, no entanto me instigava a tocá-la e num arrojo eu ergui minha mão. Com uma agilidade fora do normal, Pietro virou-se, derrubando-me no colchão. Uma lâmina fria encostou na pele do meu pescoço. _ Nunca mais atreva-se a tentar tocá-la! Está me ouvindo, p***a! - gritou fora de si. Eu estremeci da cabeça aos pés. _ Eu... e... sim, sim. - falei tomada pelo pavor. Pietro se afastou com o objeto cortante em mãos, levantou-se da cama, chutou a cadeira que estava no caminho, o objeto foi parar do outro lado, ouvi o barulho de madeira sendo quebrada. Ele entra no banheiro e bate a porta com tanta força que as paredes vibram. Apavorada, procuro pelo meu vestido no escuro. Encontro-o perto dos pés da cama, visto a peça e abro a porta. Pego minhas botas e saio do local. Estou tremendo tanto, o choro está entalado na minha garganta. Corro por dentro dos matos, querendo achar a saída. A chuva não dá trégua e nem os raios. Espinhos dos matos que piso perfuram os meus pés. Cansada, paro perto do tronco de uma árvore e apoio-me nela. Levo a mão ao peito, buscando por ar. Escuto barulhos de galhos sendo esmagados e, em seguida, a voz dele chamando por meu nome. O pavor me toma, lanço-me célere pelo caminho e agradeço aos céus quando me deparo com a caminhonete. Disparo correndo pelo caminho. Quando acredito que estou numa distância segura, paro de correr. A água da chuva varre o meu corpo quente pela adrenalina. Me permito olhar o céu e os raios raivosos que o cortam. "Arranca de mim tudo isso que sinto por ele! Como posso amar alguém que me dá medo? Como?" - falo para o céu. Uma iluminação me atinge, sinto o meu coração cair aos meus pés. Tento correr, no entanto, piso em falso e acabo caindo no chão. O carro freia em cima de mim. Sinto-me esgotada e permito-me chorar. _ Cazzo, Ragazza! - diz, levantando-me do chão. _ Não encosta em mim! - Estapeio suas mãos. _ Diabos, Larissa! - fala, segurando os meus punhos. Pietro me arrasta até a caminhonete e me joga no banco do carona. Ele manobra o veículo. _ Pare essa merda, Pietro! Quero ir para casa! - vocifero. _ Você não vai a p***a de lugar nenhum! - diz, acelerando o veículo pelo caminho. Quando chegamos no final da estrada, ele desliga o motor do carro. _ Jamais toque em mim sem eu autorizar! - fala, ríspido com as duas mãos no volante e olhando para a frente. _ Toquei em seu cabelo e não tive uma faca apontada para minha garganta. Você teria coragem? Cortaria meu pescoço? - pergunto, com mil feridas se abrindo em minha alma. _ Apenas me obedeça e você não vai se machucar. - diz, fornecendo as respostas nas entrelinhas. " Penso :Com que tipo de homem me envolvi e por qual razão ele agiu daquela maneira, quando tentei tocar na tatuagem?" Ficamos os dois distantes cada um emergido em seus pensamentos.
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