Um CEO Para Mim

 - Que filme maravilhoso. - Diz Yasmin se abanando, após termos visto várias cenas de Christian Grey, no último filme da trilogia Fifty Shades Of Grey. - A frase certa é, que homem.- Corrige Nicole, com cara de safada enquanto andamos na direção das escadas. - Valeu muito a pena, passar dias chorando, para que os meus pais me deixassem assistir esse filme. – Eu sou mais contida com os elogios, mas um grande sorriso de satisfeita, brinca nos meus lábios. - Os seus pais pega muito no seu pé, você já tem dezessete anos e a classificação do filme e de dezesseis anos, então basicamente você não está quebrando nem uma lei. – Nicole revira os seus olhos azuis, enquanto falava. - Eles acham que esse tipo de filme, não é adequado para moças jovens demais. – Bufo ao me lembrar dessas palavras saindo da boca da minha mãe, enquanto ela me negava o meu pedido para assistir esse filme. - Mesmo estando separados, os seus pais sempre acham uma forma de te atormentar. – Yasmin solta uma risadinha. - Pois é, e é por isso que vou para a Universidade mais longe deles dois. – Falo enquanto levo os meus olhos na direção do meu braço esquerdo, e vejo no relógio que já é seis horas da noite e eu tenho que estar em casa as sete. – Meninas, eu tenho que ir para casa, antes que a minha carruagem vire abóbora. - Então vamos todas. – Nicole fala abrindo a sua bolsa, e de lá tira o seu celular para poder ligar na agência de taxi. Enquanto ela fala com a atendente da agência, fomos andando na direção da saída do shopping, pois a agência ir ligar para o taxista mais próximo da nossa localização, e pelo horário, se perdermos o taxi, vamos chegar em casa somente depois das oito. Durante a nossa espera, ficamos conversando empolgadamente sobre o filme, e fazendo planos sobre uma supermaratona com os três filmes da trilogia, na casa da Nicole, e quando o carro chegou, foi escolhido que a primeira a ser deixada em casa, seria eu, pois eu quero evitar ter uma briga pessoalmente com a minha mãe, e uma por telefone com o meu pai, caso eu passe um minuto do meu toque de recolher. Assim que coloco os meus pés dentro de casa, minha mãe imediatamente se levanta do sofá, e fica parada de frente para mim. - Como foi o filme? - Ela me pergunta, mas os seus olhos rapidamente capitam a sacola da livraria, onde está o meu mais novo livro da trilogia, só que desta vez se encontra os personagens principais na capa. - Foi perfeito, um amor diferente, com uma pitada dominação da parte dele, e ele como sempre se mostrando que pode fazer tudo por ela, e ela nos ensinando que nós mulheres podemos lidar com nossos problemas sozinhas, mesmo que alguns detalhes não dando certo. - Falei lembrando do filme, e tenho certeza que estou com um olhar bobo de menina apaixonada. - Isso que você viu neste filme, não é amor e sim doença da parte dele. Onde já se viu bater em quem ama. – Resmunga a minha mãe, enquanto se aproxima de mim, para em seguida pegar a sacola da minha mão, e olhar para o livro sem nem mesmo pegá-lo nas mãos. – Mais um livro deste filme? Você já não tem todos? Vou conversar como seu pai, e pedirei para ele não te mandar mais dinheiro, para assim você parar de comprar essas porcarias. O que aconteceu com os livros de antigamente? Eu cheguei em casa no horário para poder evitar uma discussão com a minha mãe, mas parece que ela sempre procura um motivo para brigarmos, eu acho que o seu hobby favorito, é me deixar louca. Ainda querendo evitar uma discussão, eu não a respondo, eu simplesmente pego a minha sacola da sua mão e sigo na direção do meu quarto, e se ela quer brigar, ela que brigue sozinha na sala. Assim que fecho a porta atrás de mim, eu jogo a minha bolsa em cima da cama, tiro o livro da sacola e ando na direção da minha estante de livros, e coloco o meu mais novo livro, junto com os outros. E para ter uma vista melhor de todos os meus livros, eu dou um passo para trás e olho para toda a minha estante. Pode parecer besteira para muitos colecionar livros, mas para mim é uma história que eu já vivi, eu já fui secretaria, eu já fui uma vampira, já fui uma bruxa, já fui esposa de um mafioso, já fui tantas coisas, e tudo isso dentro do meu quarto e com um bom livro nas minhas mãos. Mas a vida que mais me deslumbra no momento, é a da Anastasia Steele. Olha a diferença da minha vida, para a dela. Ela tinha acabado de terminar a faculdade com vinte e dois anos, e eu, estou aqui começando o terceiro ano do ensino médio, com dezessete anos. A mãe da Anastasia sempre a apoia nas suas escolhas, já a minha mãe, quer que eu faça as coisas do seu jeito, pois na cabeça dela, o seu jeito sempre será o certo. Como a minha cama está bem atrás de mim, eu bufo enquanto me jogo de costas em cima da mesma, e percebo que se eu continuar fazendo comparações entre a vida dela e a minha, eu vou acabar chorando, pois, a minha vida não está sendo nem de longe feliz, e os poucos momentos de felicidade que eu consigo, a minha mãe acaba com ela em questão de segundos. - Eu queria tanto ter uma vida igual da Anastasia Steele, ter um Christian Grey que faria de tudo para me ver feliz. - Falo fechando os olhos com força, e como uma i****a sonhadora, coloco ambas as minhas mãos na direção do meu coração. E assim que abro os meus olhos novamente, vejo que está tudo escuro, e não é só no meu quarto, pois nem a luz da rua ilumina aqui dentro, como acontece quando as luzes dos postes acendem. Pego o meu celular de dentro da bolsa, e ao ligar a lanterna do aparelho, ando na direção da janela e ao olhar para as outras casas, vejo que eles obviamente também estão sem luz. - O que mais irá acontecer, para tornar a minha noite pior? – Pergunto olhando para o céu, que já tem algumas estrelas. Pelo menos tomei banho antes de ir ao shopping, então eu não estou tão preocupada assim com o banho, então tendo somente o meu celular iluminando o meu quarto, eu tiro a roupa que estou usando, e logo em seguida visto um dos meus pijamas personalizados da Disney. Mesmo com raiva da minha mãe, eu não consigo dormir em falar com ela, então com o celular na mão eu ando na direção das escadas, e ao chegar lá, eu tenho uma pequena visão dela na sala lendo um dos meus livros, com a iluminação da vela. - Mãe, boa noite. - Falei da escada mesmo, e quando ela notou a minha presença, dando um pulo ela escondeu o livro ao lado do seu corpo. - Boa noite filha. – Ela sorri para mim, enquanto acena com a cabeça. Subo os poucos degraus que eu desci, e ao chegar no meu quarto novamente, eu me deito na cama e puxo o coberto para cima do meu corpo. De início foi difícil dormir pois estou sem sono, mas após me obrigar a dormir enquanto balanço o meu corpo de um lado para o outro, eu sinto o sono mais que bem-vindo chegar.