CAPÍTULO 3

2186 Words
Eu não gostava e nunca havia tido uma festa surpresa, era algo que me deixava pensativa e que me deixaria bastante bolada se algum dia me acontecesse, embora eu estava ajudando uma. Louise gargalha com minha cara, m*l ela sabe que quem ri por último ri melhor, seguro a mão de Louise, enquanto a guio pelo corredor de um prédio de três andares, depois de inventar que iria para uma festa e não sabia onde era, convidando ela, fazendo ela se arrumar todinha e me fazer uma cobaia, me perguntando de minuto a minuto se havia algum cara. Se ela notasse os cara pareciam ter medo de mim, de verdade, a maioria nem olhava pra mim e nem ligavam, mesmo que isso não fosse importante eu notava e até agradecia mentalmente por essa boa escapada e esquivada que os caras pareciam dar em mim. - Olha se essa festa for morta eu vou morrer em seguida, Ana - Assim que encaro o número da porta eu solto um suspiro, bem, era aqui. Havíamos chegado. - Relaxa, eu já te levei para uma festa morta? - Brinquei, já até imaginando uma resposta da parte dela. - Você nunca nem me levou para uma festa e nem no restaurante da esquina, não sei se pergunto o que fizeram com minha amiga ou apenas entro. - Sim, mas pode confiar em mim? - Dou um sorriso, vejo os olhos brilhantes dela, de uma alegria que eu sei que vai aumentar muito. Aquilo é gratificante. Era sobre isso que Riller se esforçava pra ter, eu o invejei e admirei por ele ter aquela atenção nela. Se tivesse um irmão queria essas qualidades nele. Não uma cópia de Riller, Deus me livre ter uma xerox dele sendo meu irmão. - Confiar eu não confio, você nunca sai no sábado - Assim que abro a porta eu a puxo, quando ela tomba em mim as luzes se acendem e eu me afasto dela, vendo o rosto dela paralisado, enquanto umas duas dezenas de pessoas gritam e começam a cantar os parabéns para ela. Segurando o bolo com a vela eu vejo Riller, fico parada e desvio o olhar e apenas batendo palma com os outros. Quanto menos contato melhor, seja visual ou o que for. Quanto menos eu visse ele na posse bem vestido e sóbrio melhor. Vou me jogando para o canto gradativamente, quando para ela abraça Riller com força. Da até pra esquecer que ele pode ser um cara estranho, mas quando ele ergue o olhar, bem, ele me olha com os olhos escuros e debochados. Vejam, isso é Riller. Sei que tem aquilo ali. A ironia estampada na cara dele. Eu não quero nem pensar em nada. Nem no que ele fez. Nada. Só esquecer. Mas era difícil, levando em conta ele vira e mexe está perto, como um carapato, com diferença que não transmite doença. Vou caminhando pelo lugar depois dos Parabéns, consigo ouvir Louise dando seus gritos empolgadas e a música que surge. Fico feliz com aquilo. Estava tudo... perfeito pra ela. Olhei para o balcão e puxei um doce, um copo enquanto olhava para a tigela com algo vermelho, pensando se era viável ou não. - Batida, garotinha - Encaro Riller, que deixa o bolo e por um segundo sorri pra mim, até se inclinar e puxar um cerveja. - Fez a lição de casa direitinho, deu tudo certo. - Não foi difícil. Louise se empolga quando o assunto é sair. - Pegar ela de surpresa sempre é diferente - Sorri, puxando o meu copo e a concha, colocando meio copo e erguendo na minha direção. - Pega - Ergo a mão e pego. - Aproveite a festa, você merece. Quando ele sai eu relaxo, me virando e vendo dois pares de braço na minha direção que me aperta com força e euforia. O gritinho faz sentido e dou um sorriso. - Eu te adoro! Eu te adoro! - A voz de Louise sai alta. - Vocês me pegaram direitinho! - Ei - Louise se afasta. - Você merece. - Como fez isso com o meu irmão... eu nem desconfiei de nada, eu nunca pensei que vocês estariam juntos nessa, eu... Eu estou chocada - Ela coloca uma mexa do cabelo preto atrás da orelha e se inclina pegando uma cerveja. - Ele só me avisou hora e lugar, eis me aqui, querida - Ela aproxima a garrafa do meu copo. - Um brinde? - Um brinde - Fazemos isso, eu me aproximo, abraçando ela. - Parabéns, espero que seja sempre essa garota alegre - Louise me aperta. - Obrigada, obrigada! - Ela se afasta e da um sorriso. - Agora vai, tem pessoas que querem te apertar também, a noite é sua - Falo. - Por falar em noite - Ela me puxa para um canto. - Eu não sabia disso e acabei marcando com j**k - Abro e fecho a boca. - Como eu faço agora? - Vai sair com ele de novo? - Pergunto, um tanto surpresa. - Bem, chama ele. - Esta vendo meu irmão aqui, não está? Se Riller souber eles vão entrar na linha de frente hoje é meu aniversário, quero paz e nada de briguinhas assim. - Não se resolveram? - Em partes, mas não posso mandar essa bomba ainda, nem sei o que vai dar. Riller também conhece j**k, são amigos. - Não sei o que lhe falar, talvez devesse desmarcar com ele ou simplesmente ir depois que isso acabar. Da alguma desculpa ou algo do gênero. - Você acha? - Faço uma careta. - Riller nem chamou ele - Ela sorri, sapeca e pensando algo que a faz sorrir ainda mais. - Então isso é um sinal claro pra mim, vou mandar uma mensagem e desmarcar ou ver o que faço. - Faça isso longe dele - Reflito por um segundo. - Evite situações com Riller, pelo menos hoje. Por um segundo eu quase falo pra ela falar aquilo por experiência própria, mas quem sou eu em vista dela, que convive e sabe o irmão que tem? Quando ela se enfia em um banheiro eu caminho pelo corredor e alguns rostos são completamente novos pra mim, outros não, me sento no sofá eu fico com o copo na mão, me encostando e vendo as luzes pisca-pisca do som enorme ao canto da sala. Sinto o sofá ao meu lado se afundar e quando ergo o olhar encaro Riller, que sorri e se encosta, levando a mão ao cabelo e o puxando para trás. Respiro calmamente, ele dá um sorrisinho, como se realmente quisesse me provocar f**o, mas se fosse uma competição ele teria perdido. Eu tinha uma noção básica e até senso pra não cair naquilo, Riller era esperto, saber lidar com ele estava sendo algo novo, mas não impossível de lidar. Dava um pouco de receio, isso era óbvio,mas se eu soubesse guardar esse receio seria bom, assim ele não poderia usar isso contra mim. Riller não parecia o cara oportunista da vez, mas ele era bom em fazer situações e coisas nessas situações que era favoráveis para o lado dele. - Vai ficar sentada, garotinha? - Já dei minhas volta - Falo. - Parabéns, esta tudo bom, Louise adorou. - Sei que sim - Dou um sorriso amarelo na direção dele, apenas para não ficar chato. - Estava aqui pensando, que tal dar uma volta depois que isso aqui acabar? - Balanço a cabeça em negação, possivelmente, se eu tivesse uma placa escrito não teria usado ela nesse exato momento, seria uma maravilha se tivesse pisca-pisca. - Não - Falo, tão firme que eu me pergunto onde arrumei tanta firmeza assim. - Por que? Eu não vou fazer nada que você não queira - Vejam, se eu não fosse tão pessimista ou já tivesse tido cenas com Riller, eu quase ficaria comovida, quase. - Vai ser madrugada e, se Deus quiser, eu vou dar uma volta no meu travesseiro. - Não sabia que você era dessas - Ele gargalha, por um segundo eu vejo o sorriso dele e fico encarando ele. - O que foi? Quando entendo a malícia eu fico indignada, sinto o rubor tomando meu rosto. Balanço a cabeça e tento me levantar, ele me puxa e me faz sentar de novo, enquanto ele passeia o olhar pela sala. - Tenho que ir, aliás está dando minhas horas, olha que gracinha - Falo, tão rápida que quase gaguejo. - Tem não, faz nem uma hora aqui, fica aqui sentada um pouco, não vai se levantar só porque eu estou aqui? Vai? - Você é egocêntrico. - Você está maravilhosa nesse vestido - Sinto o arrepio e me mexo, aquilo não é bom de sentir, não é mesmo! - Quando vamos nos ver de novo? - Como? - Deixa eu reformular a pergunta - Ele vira a garrafa e a coloca sobre a mesa ao lado do sofá. - Quando vou poder tocar de novo você? Beijar você? Eu me levanto, dessa vez com um grande alerta de "fuja". Passo da sala para cozinha e deixo meu copo sobre a bancada, me apoiando nela com força. - Olha quem está aqui, a descontrolada - Ergo o meu olhar e encaro a ruiva, colocando uma caixa sobre o balcão e sorrindo, enquanto seus olhos caem sobre mim. - Não quero confusão com você, tá legal? - Relaxa, não vi aqui para brigar, temos algo em comum além de Riller... - Eu não tenho nada com ele! - Eu quase grito. - Digo, não tenho nada, nunca tive - Tecnicamente aquilo era mentira. - Não gosto dele. - Eu sou a fada do dente - Respiro fundo. Ela só quer perturbar Analu, ignore pessoas assim, apenas isso. - Pense o que você quiser, San - Pego meu copo, trazendo ele para o mais perto de mim. - Mas eu não tenho nada e nunca vou ter nada com Riller, ele é um debochado, egocêntrico e irônico. Não é um cara pra mim, você entendeu? - Você entendeu, San? - Riller passa por mim e eu arregalo meus olhos, vendo ele se aproximar da garota e a puxar, fazendo a coisa que eu não esperava, em momento nenhum vendo ele fazer. Beijar ela. Mais beijar com vontade. Por um segundo ela falou algo e eu levei a mão na boca, meu estômago se revirou e uma raiva me subiu rapidamente. Senti repugnância da cena e fiquei impaciente quando percebi que era San com ele na noite que fiquei presa no quarto dele. Ah, d***a! - Era ela que estava com você aquele dia - Riller para de beijar ela, me encarando, tem um sorriso na boca dele e eu dou um passo para trás. Aquilo era algo detestável se pensar, era uma coisa que eu carregava e daria tudo pra esquecer. Agora descubro a segunda pessoa da cena toda. Estava um tanto chocada, mas por um segundo aquilo não pareceu estranho vindo de Riller. Era ele, aquela era o tipo de garota que dividia as noites com ele. Garotas que estavam à altura das coisas que ele fazia ou dizia, do tipo de cara que ele mostrava ser. Poderia dizer isso na cara dele, mas o sorriso dele já está muito grande e não posso dar mais satisfação a ele, na verdade distancia ou apenas me afastar. Amizades com caras assim devem ser complicadas, então cogitar na amizade acaba sendo difícil também. Riller não fazia o tipo de cara que tinha amiga, era mais que pegava elas e chamava de amiga apenas pra fazer moral. Aquilo era r**m. - Sim, quer ver o show de novo? Eu olho para ele, chocada, não quero esboçar uma reação negativa diante ele ou mostrar que aquilo não me fez muito bem, mas não consigo, eu devo estar olhando bem f**o pra ele. Não quero que venham me falar de me abrir ou expressar o que estou sentindo, minha cara f**a já é expressiva o suficiente e eu não quero discurso moralista vindo de mim pra ele. Não colava e eu não faria. Eu falaria o básico, para aquele assunto acabar logo e eu não me sentir envergonhada ou constrangida. - Qual deles? De eu sendo expectadora de um show seu com outra pessoa ou você fazendo papel de ator contando mentiras? Ele parece entender, vejo o olhar dele abaixar um pouco, mas nem tanto, ele devia ter entendido o que falo e que eu não quero entrar naquele assunto. - Não estava atuando em nada. - Se tivesse talvez eu tivesse acreditado, seu i****a. Falo de uma vez, me perguntando se aquilo foi um final bonito. Mas creio que sim, ainda mais quando vejo a cara dele, bem, Riller não está nenhum pouco contente. AVISO - Mais um capítulo fresquinho pra vocês minha gente (finalmenteeee), para ficar por dentro adicione o livro na biblioteca, comente sempre nos capítulos para eu poder saber o que vocês acham e deixe o seu voto maravilhoso ou me sigam para receber novidades e atualizações. Até amanhã com mais um capítulo. Att, Amanda Oliveira, amo-te.
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