Capítulo dois

1605 Words
-É linda. – falei olhando a loja de fora e suspirei – Mamãe caprichou. A loja parecia uma casa, na esquina da rua, ao seu lado tinha gramado e algumas flores tão brilhantes e coloridas. Tinha um pequeno caminho de rochas claras, levando para a porta dupla de madeira escura. Toda a casa era de um suave verde azulado. Na frente tem apenas a porta e duas janelas grandes, estilo francês, ocupando todo o amplo espaço da parede e uma palavra em letra cursiva linda, "Solas", o nome da nossa loja. -Sim. É linda. – olhei para Camille do meu lado e ela sorriu – Mamãe já fez propaganda por aqui. Amanhã vamos inaugurar a loja, quer ver agora? -Óbvio. – falei animada e fui até a porta, abrindo com a chave que minha mãe me deu e assim que entrei, liguei a luz e ofeguei – É perfeito. -Simples, mas elegante. – Camille falou ficando do meu lado. Tudo tinha era de madeira, um tom claro, com prateleiras de vidro, onde tinha nossos produtos naturais. No centro tinha dois expositores, um era de cremes pra peles, o outro produtos higiênicos, mas todos da nossa marca. "Solas" significa luz em irlandês, minha mãe criou essa marca, pensando na luz do sol, uma fonte de energia natural, como todos nossos produtos. -Papai está pensando em abrir nossa loja Bia Nádúrtha. – ela disse e suspirou – Então eu irei dirigir e cuidar da outra loja. -A nossa loja de alimentos naturais? – perguntei e ela assentiu, tentando esconder seu sorriso – Garota, o tanto que eu gosto de criar perfumes e cremes, eu sei que... -Eu vou ajudar a organizar tudo nessa loja, depois, quando estiver estável, vou abrir uma filial da loja "Bia Nádúrtha". – ela disse sorrindo – Eu tenho mais interesses de criar chás, mexer com as ervas e comidas do que criar cremes, perfumes e shampoos. A loja "Solas" era voltada apenas para cosméticos naturais, que minha mãe criou enquanto, "Bia Nádúrtha" é voltada pra alimentos naturais e ervas que foi fundada pelo nosso pai. Foi graças a essas lojas que eles se conheceram. -Ótimo. – falei e inspirei o suave cheiro de baunilha que tinha – Ainda usaram meus produtos de limpeza! -Mamãe quis que tudo estivesse como você gosta. – ela disse e eu olhei pela loja, muito bem iluminada por um lustre de madeira – Venha ver seu laboratório. Passamos pelo balcão que ficava na parte de trás, indo de ponta a ponta da parede, onde também tinha mais cosméticos e o caixa pra pagar. Tinha um bom espaço para andar, mas o que me interessava, era a porta de madeira com uma janela de vidro. Assim que passamos, arregalei os olhos. Tudo era branco, tinha prateleiras com diversos potes pra eu colocar os produtos, mais prateleiras com diversos tipos de ervas, flores e algumas seivas. -Ótimo. – falei e então me virei para Camille – Funcionários? -Mamãe contratou três funcionários, e mais cinco possíveis candidatos. – Camille disse – Faz alguns meses que ela já está planejando. Eles vão ficar se você gostar deles. -Tem alguém que estudou botânica? – perguntei e ela assentiu. -Dois foram escolhidos exatamente por isso, um já com experiência na área. Um é novato, mas parece promissor, outro não estudou botânica, mas já trabalhou na parte de atendimento. – ela falou – Tem mais dois possíveis candidatos que estudaram botânica, mas ela só contratou dois que são especialista. Sorri aliviada. Ouço um barulho estranho e Camille me olhou. Ela também ouviu. Voltamos pra loja, onde eu vi uma mulher, baixinha, usando um vestido amarelo, com cabelos castanhos e mechas loiras. -Com licença? – perguntei e ela se virou para mim rapidamente e foi quando eu reconheci – O que gostaria aqui? Senti minha postura endurecer, e meu corpo ficar tenso. Eu nunca tinha encontrado uma shifter urso antes. -Sou sua ajudante no laboratório. – ela fungou, fez uma careta e sorriu – Uma ursa. Bem-vinda. Sou Estela. Meio que sou uma novata por aqui também. Ela estendeu a mão e eu, hesitante, peguei. -Sou do clã Medved. – ela se afastou e acenou pra Camille – Oi Camille! Clã Medved? Fiz uma careta, sentindo uma dor no peito com esse nome, mas rapidamente ignorei. Olhei pra Camille com uma sobrancelha levantada, querendo saber como ela já conhecia a Estela. -Eu fiz a contratação dos funcionários pessoalmente. – ela suspirou, como se isso devesse ter sido mantido em segredo – Minhas ultimas semanas eu fiquei aqui, para deixar tudo do jeito que você gosta. -Qual é o seu problema?! – perguntei incrédula e me afastei – Você está realmente querendo me mimar? O que houve? Não estou reclamando, mas abrindo uma filial aqui, arrumar tudo do jeito que gosto... Estranho. -i****a. – Camille revirou os olhos e voltou pra olhar Estela – Nós só viemos dar uma olhada... Falou com seu alfa? -Sim. – ela sorriu – Falei com seu irmão, o Gabriel, ele disse que só gostaria de conhecer ela, considerando que é nova no nosso território, mas não tem problema algum ela ficar. Ela é bem-vinda no nosso clã, ou mesmo só ficar no território. Eu só passei aqui porque estranhei quando senti cheiro de pessoas aqui dentro, mas então reconheci o seu. -Tudo bem. Então nos vemos amanhã, certo? -Sim. Prazer e... Tchau. – ela acenou e saiu rapidamente da loja. -Melhor nós irmos, que ainda temos que passar no mercado. Rapidamente fechamos tudo, e fomos para o meu carro. -O que você achou daqui? – perguntei e ela fez uma careta. -De inicio achei que fosse uma comunidade bem fechada, mas eles foram muito legais, principalmente quando descobriram que tipo de loja nós iriamos abrir. – ela disse sorrindo – Os shifters, então, nem se fala. -Conheceu muitos ursos? – perguntei e ela deu os ombros. -Tem bastes, mas o que eu mais vi foram lobos. – ela disse – Vire à direita. Tem um mercado atravessando a Av. Wolf St. É o supermercado IGA Banff. E é perto tem um posto de gasolina. Vamos matar tudo em uma só tacada. Passamos o resto da tarde fazendo compra e depois de abastecermos o carro, Camille dirigiu, considerando que ela sabia melhor o caminho. Enquanto voltávamos para casa, fiz uma careta, pois tudo parecia tão familiar pra mim que era ridículo, como se cada esquina eu tivesse um déjà vu. Olhei para a rua, perto do de onde seria o central parque e me vi perdida em lembranças confusas. Bati com força ou toda força que eu poderia possuir em um peito masculino, olhando pra baixo, com frustração. O sentimento de tristeza em mim e me virei, não querendo encarar quem quer que fosse. -i****a! Vá embora! – rosnei triste. -Não me venha com essa Anya! – virei, olhando pra cima e vi o homem que invadia meus sonhos – Você não pode simplesmente me atacar e achar que vai sair ilesa! Eu me vejo gritando e saindo correndo, enquanto o homem rosnava atrás de mim e corria. O sentimento de tristeza passou, enquanto um de companheirismo e brincadeira tomou conta. Tentei parar, falar com ele, mas eu apenas conseguia me ver presa na lembrança e nos sentimentos que me trazia. Sinto dois braços me agarrem e então me jogarem sobre os ombros. -Sua menina pentelha! – sinto um tapa leve, mas rápido na minha b***a e eu me vejo apenas rindo – Eu vim correndo te ver, deixei minha amiga planta e agora você acha que pode me mandar embora e ainda me bater? Acha que vai me convencer a ir só por ter me dado uns tapas?! Senti um incomodo da palavra amiga, pois soube que era algo mais e eu percebi que mesmo sendo mais jovem, isso me machucava. Eu me vi forçando a continuar sorrir, mesmo eu estando apenas encarando uma grande costas que estava coberta por um grosso agasalho preto. -Você demorou! – briguei – Eu quero você pra mim, então não importa suas amigas! Você é só meu! Essas babacas tentam me tirar de você! -Sim sou só seu, mas você tem apenas quinze anos e já acha que pode ficar me mandando ir embora, mesmo quando você me chama aqui! E nenhuma, nunca vai me afastar de você! Você sempre será prioridade pra mim, mas então eu chego e você começa a me bater! Não tem nem tamanho! – ele bufou e deu mais um suave tapa na minha b***a, mas logo me colocou no chão e me olhou de cima, sorrindo – Sua pentelha. Agora me fale o que quer. -Não quero mais que veja essa amiga. – falei, meu coração batia a milhão – E quero que me leve pra comer fora! -Na hamburgueria do Eddie. -Sim. – falei sorrindo – E como é bar, pode até pegar uma cerveja e me acompanhar! Depois vamos ao shopping. -Mas a minha garota pensa em tudo em! – ele disse e eu sorri. -Sua garota é a melhor! -Vamos Anya. – ele falou e voltou a andar, na direção que eu sabia estar sua moto. -Micaela! – sinto algo bater no meu braço e balancei a cabeça, virando para o lado – Nós chegamos. O que houve? Eu te chamei, chamei e nada. -Meu nome é sem duvida nenhuma Anya e eu vivia aqui. – falei tensa – O homem dos meus sonhos... Definitivamente é real. Ela arregalou os olhos, mas vi uma das raras ocasiões, Camille ficar sem palavras. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Seja meu padrinho e me ajude a continuar a publicar minhas histórias! https://www.padrim.com.br/vewinkg  
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD