PRÓLOGO
Prólogo
Dom é um superagente que, na infância, sofreu muito por causa do pai alcoólatra e viciado em jogos.
Ele tem seis irmãos mais novos — três rapazes e três meninas — de quem cuidava a todo custo. Seu pai, obcecado por jogos, costumava trazer amigos para casa e fazia apostas enormes.
Dom sempre ficava de olho na situação, escondido. Até que, um dia, ouviu seu pai desesperado por ter perdido todo o dinheiro e não ter como pagar a dívida.
— Você tem três lindas meninas que podem pagar sua dívida. Basta deixá-las conosco. O que vocês acham, pessoal? — disse um dos homens.
— Como posso entregar minhas meninas? Isso é loucura! Elas são apenas crianças. Por favor, peça outra coisa — respondeu Douglas, o pai de Dom.
— Aceitamos os meninos também. Basta se decidir, meu amigo — replicou o homem.
Douglas ficou calado e, depois, concordou.
Dom, ao ouvir aquilo, correu para o quarto e fez os irmãos prometerem que não abririam a porta sob nenhuma circunstância até que ele chamasse. Os irmãos, mesmo sem entender, concordaram.
Então, Dom saiu do quarto, trancou a porta e jogou a chave por baixo dela.
Logo Douglas chegou:
— Abra a porta e não me atrapalhe, ou prefira apanhar até a morte!
Dom o enfrentou:
— Eu vou no lugar deles. Sou o mais velho aqui, e eles ainda são muito pequenos. Você não pode fazer isso com eles! Além do mais, eu prometi à minha mãe que cuidaria deles e os protegeria. Então vou no lugar de todos e prometo não causar problemas.
Douglas, surpreso, respondeu:
— Você só pode estar louco! O que vão fazer com você vai te destruir.
Dom foi firme:
— Eu sei muito bem disso, mas não vou mudar de ideia. Posso suportar o que for por eles.
Douglas então o levou e o apresentou aos amigos, que imediatamente o aceitaram.
Os dias se passaram. Depois, meses. E então anos. O pesadelo de Dom continuava.
Ele trabalhava para cuidar dos irmãos e nunca os deixava sozinhos com o pai. Levava-os à escola, buscava-os e os mantinha junto a ele no trabalho.
Certa manhã, Dom acordou se sentindo muito m*l e se atrasou para sair com os irmãos.
Douglas chegou bêbado, gritando e assustando as crianças. Dom, ao vê-los já arrumados, disse:
— Só esperem um pouco.
Ele se vestiu rapidamente e saiu com os irmãos. No caminho, as crianças começaram a reclamar que estavam com fome, pois não haviam tomado café da manhã.
Dom deu-lhes dinheiro para que comessem na escola e seguiu para o trabalho, mesmo com muita dor de estômago e na coluna.
Os anos se passaram. As crianças cresceram. Todos já estavam na faculdade, exceto a caçula, Meg, que ainda aguardava sua vez.
Certo dia, Dom foi até Meg e disse:
— Quero te pedir algo. Quero que me prometa, ou melhor, jure por sua vida que vai cumprir. Por favor.
Meg o olhou, preocupada:
— Claro que sim. Mas o que foi, Dom? Está doente? Está usando drogas? Meu Deus, o que houve?
Dom respirou fundo e respondeu:
— Eu me alistei nas Forças Armadas e passei nas provas. Lá, não poderei levar vocês, muito menos a Meg. E não quero que ela more com Douglas. Preciso que você cuide dela até que se forme ou complete a maioridade. Eu vou mandar dinheiro para as despesas e pagar as contas. Só quero ela longe do Douglas. Você, Mia e ela, todos longe dele.
Meg, confusa, replicou:
— Caramba, Dom! Do jeito que você fala do papai, ele até parece um monstro.
Dom suspirou:
— Só me promete isso, por favor.
Meg segurou sua mão, sorrindo:
— Já prometi. Mas, e se eu quiser te ver, meu irmão? O que faço?
Dom sorriu:
— Vocês podem até ir, mas apenas acompanhados pelo Dean, Declan ou Daniel. Somente se um deles estiver com vocês.
Meg o encarou:
— Mano, o que você esconde de nós? O que te fizeram? Por favor, confie em nós.
Dom desviou o olhar:
— Nada que eu não possa suportar. Tá legal? Vou partir em breve. Este é meu novo telefone. Ligue sempre que precisar. Juro vir o mais rápido possível, de onde quer que eu esteja.
Meg sorriu ao pegar o número do celular:
— Pode deixar comigo. Vou cuidar da nossa caçula. E você, aproveite sua vida, meu irmão lindo.
Ela o abraçou. Dom respirou aliviado:
— Então, adeus, minha irmã.
Meg o olhou, triste:
— Adeus? Achei que fosse voltar.
Dom sorriu:
— Vou voltar sim, mas, por ora, é adeus.
E foi embora sem olhar para trás.
Meg ficou parada, observando-o partir, esperando que, ao menos uma vez, ele olhasse para trás. Mas nada. Dom seguiu em frente, sem hesitar.