Capítulo 05
Meg passou a mão na cabeça dele: — Entendi. Então, podemos lanchar juntos, pois eu estou morrendo de fome e eu pago, já que sou eu quem está te convidando. O que acha?
Dom sorriu, olhando para frente: — Ok, então vamos logo antes que você desmaie de fome aqui mesmo.
Da janela, Mia viu os dois saírem juntos: — Meg, precisamos descobrir o motivo do Dom ser tão fechado e triste. Às vezes tenho algumas lembranças confusas dele com o papai, mas nada real ou claro.
Meg respirou fundo: — Seja o que for, isso deixou o Dom muito deprimido, o fez doente e também o afastou de nós.
Daniel, rindo e comendo amendoim: — Qual é de vocês? Estão loucas ou não perceberam que ele é gay? Só pode ser isso! E, como ele não deseja que ninguém descubra, age desse jeito.
Meg olhou para o irmão: — Eu já estou cansada de vocês falando do Dom dessa maneira. A partir de hoje, quando eu trouxer o Dom à minha casa, eu não vou mais querer vocês aqui e muito menos falando dele na minha presença. Se vocês não gostam do nosso irmão mais velho, o azar é somente de vocês, e eu não vou mais admitir que falem dele na minha casa. Vocês me entenderam?
Daniel, rindo: — O que foi? Agora se tornou protetora dele, irmãzinha?
Mia cruzou os braços: — Chega, Daniel. O que você faz com ele ainda o faz sofrer muito mais. E se você não percebeu, é porque é um insensível sem coração.
Daniel caiu na gargalhada: — As duas são totalmente tolas e loucas, só pode ser. Eu vou voltar para a festa, que estava muito mais divertida do que aqui nessa cozinha.
E saiu.
Mia se aproximou da irmã: — É melhor voltarmos para a festa também.
Já na lanchonete, Meg pediu tudo do cardápio para os dois.
Dom olhou, chocado, para a irmã: — Você vai mesmo comer tudo isso?
Meg, sorrindo: — Claro que sim! Eu estou com fome. E você também pode comer. No hospital, é uma guerra para comer. Às vezes, são tantas cirurgias e pacientes que fico horas sem comer. Às vezes, fico até verde de fome. Então, aproveito as chances para tirar a barriga da miséria.
Dom riu, olhando para a irmã: — Estou vendo. Parece até uma louca comendo.
Meg olhou para ele: — Como você é sem graça! Pode comer também. Ande logo, estou de olho em você.
Dom comeu um pouco e parou, levando a mão à cabeça.
Meg perguntou: — Ainda com dor de cabeça?
Dom afirmou com a cabeça: — É melhor eu ir para casa do que ficar mais algumas horas aqui.
Meg olhou para o garçom que vinha: — Espera! Fica comigo hoje, por favor. Eu tenho um quarto sobrando e você até podia morar comigo. Afinal, quase não fico em casa mesmo, e meu aluguel está um pouco alto. Se você morar comigo, podemos rachar o aluguel. O que você acha?
Dom olhou para ela: — Eu gosto de ficar sozinho.
Meg sorriu, segurando a mão dele: — Qual foi, irmãozinho? Você terá seu próprio quarto e ficará sozinho. E também, meu apartamento nunca ficará vazio. Vai, por favor, diga que sim.
Dom respirou fundo: — Eu vou pensar no seu caso. É melhor eu ir agora, tá legal?
Meg o segurou: — Não! Hoje, você ficará comigo.
Ela pagou a conta e o puxou pelo braço.
Segundos depois, no apartamento, Meg mostrou todo o lugar ao Dom: — Viu? Eu não te disse que era enorme? Ficaremos bem. E olhe, este é o quarto do qual te falei. Tem uma boa vista da janela e será todo seu. E saiba que não sou uma xereta.
Dom olhou em volta: — Eu vou pensar um pouco, está bom assim?
Meg deu o remédio para a dor de cabeça: — Pode se deitar. Aqui estão os cobertores. Eu só vou ligar para o hospital e depois avisar à Meg que estamos bem.
E saiu.
Meg então ligou para o hospital para saber dos pacientes e depois para a irmã Meg e contou a ela tudo o que aconteceu.
Meg perguntou: — E como ele está de verdade? Ele está bem mesmo?
Meg colocou a bolsa dele no sofá: — Com um pouco de dor de cabeça e cansado, mas nada grave. Ele ia dormir um pouco. Deixa eu ver se ele ainda está acordado.
Meg se sentou: — Passe o telefone para ele, caso esteja acordado.
Meg olhou no quarto: — Eu lamento, minha irmã, mas não vai dar. Ele dormiu mesmo. Parece que estava esgotado. Apagou.
Meg respirou aliviada: — Deixa ele dormir. Se precisar, me ligue. Tchau, maninha.
A festa continuava, e todos se divertiam e estavam felizes.
Declan veio até a irmã: — Ainda está zangada comigo, com o Daniel e o Dean por causa do Dom?
Meg respirou fundo: — O que você acha, meu irmão? Sabe como o Dom quase não aparece. Eu precisei encher a paciência dele para vir, e o Daniel vai e fala um monte de m***a para ele.
Declan foi até ela: — Mas, Meg, e se ele realmente for gay e o Daniel tiver razão sobre isso? Significa que nunca estivemos enganados. Mesmo assim, estará tudo bem para você?
Meg olhou: — E daí, Declan? É a vida dele. Ele pode fazer o que quiser, e não podemos julgá-lo. Mesmo se ele for gay, para mim ele continuará sendo o meu irmão querido.
Declan balançou a cabeça em negativa: — Eu não sei. Sinceramente, eu não sei se deixaria meus filhos perto dele. Se ele realmente for gay, isso também vai explicar muita coisa sobre suas atitudes.
Meg o olhou: — Francamente, Declan, eu juro que não entendo o que os homens dessa família têm na cabeça. Tudo isso é culpa do papai por ter sido um péssimo pai.
Declan olhou para ela: — Aí você pegou pesado, maninha. Como pode ser culpa do papai a questão s****l de alguém?
Meg olhou: — E não é verdade, Declan? Onde ele ficava todas as noites bebendo, jogando e nós abandonados em casa sem nada para comer? E quem foi trabalhar para nos alimentar? Foi você, o Daniel ou o Dean? Claro que não, foi o Dom. Tudo foi ele.
Declan olhou para o céu: — Claro, o nosso herói Dom.
Meg olhou para onde as crianças brincavam: — Quer saber? Eu vou ver meus filhos e cortar o bolo. Está ficando tarde e logo vou para o hospital.