Dom Carlo voltou a caminhar em direção ao quarto, mas o corpo seguia em chamas.
Eleonora. Meia nua. Embriagada. Implorando silenciosamente por algo que ele não podia lhe dar — ainda.
Mas ele era homem. De carne, osso… e desejo acumulado.
Ao virar o corredor, a camareira ainda estava lá. Parada. Mexendo no celular. O uniforme levemente aberto no decote, os olhos atentos a cada passo dele.
Ele parou.
— Qual o seu nome? — perguntou, voz baixa e firme.
Ela ergueu os olhos com um sorriso.
— Giulia.
Ele não disse nada por alguns segundos.
— Meu quarto. Cinco minutos.
Ela engoliu seco, surpresa. Depois assentiu.
Dom entrou no quarto e deixou a porta entreaberta. Tirou a camisa, ainda sentindo os beijos molhados de Eleonora em sua pele. O perfume dela grudado no ar.
Logo, Giulia entrou. Fechou a porta atrás de si com um leve clique e olhou para ele, como quem sabe exatamente o que está fazendo.
Sem uma palavra, Dom se aproximou.
A mão segurou o zíper do uniforme da jovem. Ele o puxou devagar, revelando a pele alva, o sutiã preto rendado. Ela tremeu sob seu toque.
Mas então, ele viu. Não nela.
Em sua mente, o olhar da garota do vestido branco.
Aquela que, mesmo bêbada, o chamava de “marido” com ironia e inocência.
Aquela que se entregaria a ele, um dia, não por contrato. Mas por vontade.
Dom parou.
— Tire a mão — ela sussurrou, provocando. — Ou vai apenas olhar?
Ele deu um passo para trás. Passou a mão pelos cabelos e soltou um palavrão em voz baixa.
— Pode ir embora, Giulia.
Ela franziu o cenho, confusa.
— Sério?
— Não vou repetir.
Ela ajeitou a roupa com orgulho ferido e saiu sem olhar para trás.
Dom caiu sentado na beira da cama, encarando o vazio.
Tudo que ele queria agora era esquecer o gosto amargo de desejo interrompido.
Mas não conseguia parar de pensar…
Naquela boca que ele ainda não beijou.
Naquela pele que ele ainda não tocou de verdade.
E no maldito fato de que Eleonora já era dele. Mas ele ainda não era dela.
O quarto estava escuro, silencioso. Apenas a luz suave da cidade filtrava pelas frestas das cortinas, dançando sobre os lençóis de linho branco.
Dom Carlo deitou-se, ainda nu da cintura para cima, o peito arfando lentamente, como se tentasse recuperar o controle que passou o dia inteiro tentando manter.
Mas era inútil.
A imagem dela estava ali.
Eleonora.
Com a pele úmida da banheira, os cabelos caindo em ondas sobre os ombros, os olhos marejados de álcool e desejo.
Os s***s cobertos apenas pela renda fina da calcinha branca. As pernas entreabertas quando subiu em seu colo, implorando em silêncio para que ele a tomasse.
Dom fechou os olhos. A respiração se intensificou. A mão deslizou por seu abdômen até alcançar o volume latejante sob o tecido da calça.
Ele estava duro. Quente. Louco.
Pensou na boca dela.
Nos lábios entreabertos sussurrando “você é meu marido, não é?”
Nos dedos trêmulos que tocaram o próprio corpo, tão perto do dele, provocando-o além do suportável.
A mão de Dom começou a se mover, lenta, firme, num ritmo que ecoava o que ele desejava fazer com ela.
Na sua mente, Eleonora o montava com as coxas nuas, a pele arrepiada e a respiração acelerada.
Ela o provocava, gemendo baixinho, pedindo mais, mesmo sem nunca ter tido nada.
E ele a invadia com a boca, as mãos, o olhar.
Ele gemeu baixo.
O prazer subia como uma febre, quente e insuportável.
Eleonora.
Inocente. Proibida. Comprada.
Mas completamente dona dele naquele momento.
O corpo se arqueou. A respiração se quebrou em estalos de prazer.
E quando o clímax o tomou, foi com o nome dela preso entre os dentes.
— Eleonora…
Silêncio.
Dom caiu de costas nos lençóis, o coração disparado, os olhos fixos no teto.
Nunca se sentiu tão satisfeito…
E tão maldito.
Porque ela ainda era virgem.
E ele acabava de se perder por ela — sozinho, no escuro.