O morro parecia mais calmo, mas para Bruna, o mundo inteiro estava mergulhado em neblina. A perda de Lorenzo não saía da sua cabeça. Não pelo amor que tentou negar, mas pela forma como tudo terminou, entre culpa, dor e uma última tentativa de redenção. O rosto dele, ensanguentado, tentando sorrir, voltava todas as noites em seus sonhos.
Ela se afastou de tudo. Das reuniões com RR, dos treinamentos com os irmãos, até mesmo das visitas das amigas. Ficava horas no quarto, encarando o teto ou escrevendo em cadernos que depois rasgava.
E junto com o luto, antigos hábitos começaram a voltar. Bruna passou a rejeitar refeições, escondia a comida nos guardanapos, trancava-se no banheiro por longos períodos. A bulimia, que havia adormecido por um tempo, agora rugia de volta em seu estômago vazio e
