Deitar na cama e adormecer pareceu ser algo muito difícil para mim, mas o remédio estava começando a fazer efeito. Pensar demais não va me levar a lugar nenhum e a única coisa que posso fazer é esquecer. Em algum momento o Lorenzo vai estar aqui e eu preciso estar no meu melhor, mesmo qe eu não goste dele o suficiente para namorá-lo, não quer dizer que não aprecie a sua companhia.
Acho que estou ficando louca. Talvez a droga tenha-me feito alucinar, ou ele realmente estava lá, não posso perguntar se mais alguém o viu, pois isso tornaria tudo muito esquisito.
Após me revirar por quase uma hora inteira eu finalmente peguei no sono, óbvio que foi devido ao remédio, mas tanto faz.
[...]
Já são 16:00 da tarde e p***a, como dormi tanto assim? Por que ninguém veio-me acordar? Agitei a cabeça para os lados e sair da cama, bocejando eu caminhei até o banheiro para fazer a minha higiene e descer para comer algo, ou ao menos tentar.
O meu celular tocou em cima da cama e rapidamente fui ver quem era. O Alex havia dito que o Lorenzo vinha aqui em casa mais em momento algum alguém veio até o meu quarto ou sequer deitou na minha cama, a ligação caiu por conta das minhas divagações, mas isso fez-me ver o grupo cheio de mensagens do pessoal se organizando para uma pequena ‘rave’ na quadra. Não sei se o RR ou a minha mãe vai tá lá, mas o que importa é sair e encher a cara, afinal hoje é sábado. O celular tocou novamente e eu atendi em seguida.
- Fala bonequinha - reviro o olho com o apelido i****a que Sophia me chamou, argh isso não é fofo, mas sim bizarro.
- Diga Sophia, e pelo amor não me chama assim nunca mais.
- Seguinte Bruna... Porque tu não leu as mensagens do grupo, ta todo mundo aqui te esperando mulher.
- Se um dos patetas que chamo de irmão tivessem-me acordado, eu já estaria aí.
- Uau... te acalma mulher, a gente ta esperando-te aqui na quadra. O Lor ta indo te buscar, então fica pronta aí.
- Hoje eu nem queria sair de casa, mas como sempre vocês inventam coisas para me tirar do meu conforto da minha cama.
- Okay amiga, o Lor acabou de sair daqui então espero que nesse meio tempo tu já tenha se vestido, beijos.
- Tchau amiga, beijo. - digo já encerrando a chamada.
Abro o meu guarda-roupa e pego um vestido folgadinho curto, coloco uma sandália com um minissalto de abotoar na frente na cor preta e vou para frente do espelho. Passo somente um pouco de rímel e um glosa no tom cereja, um pouco de blush e pronto, arrumada e perfumada. Não quis elaborar nem nada do tipo, pois a minha cabeça ainda lateja um pouco do porre que tomei, mas a vida segue e com ela a ressaca volta, até porque para curar uma você tem que entrar em outra.
Sophia não mentiu ao dizer que o Lorenzo já estava chegando, assim que desci para tomar um pouco d'agua eu ouço a buzina. Bagunço um pouco o cabelo e deixo o copo em cima da pia, para que agua se posso beber vodka?
- Oi princesa,
Mesmo que eu não o ame eu ainda gosto de ficar com ele, traz conforto e tranquilidade, algo que perdi aos poucos na minha vida. Acho que é por isso que quando o beijo eu jogo-me nos seus braços, mesmo que ele ainda esteja na moto, inclino-me e o beijo. Beijar ele era algo de outro mundo. Me sentia fora de órbita quando os nossos lábios se encostavam, e isso era o que me fasea desejar estar nos seus braços ainda mais.
- Uau princesa... também senti a sua falta, amor.
- Vamos? Não quero dar motivos para o pessoal falar da gente, ou que fizemos ou porque demoramos aqui em casa.
Ele concordou e logo sentei-me na garupa da moto, abraçar a cintura dele, enquanto estávamos na moto era bom, tinha gosto de lar e conforto. Algo seguro para me agarrar e saber que se caísse ele me puxaria do alto mar, talvez isso explique o porquê de sermos tão bons um para o outro e tão maus quanto.
Paramos em frente a quadra e respiro fundo, aquele beijo deixou-me um pouco molhada. Entrando eu vejo o pessoal sentado conversando enquanto bebem a minha vodka. A vodka que pensei em beber para matar a minha sede estava no ralo, completamente entornada na goela desses infelizes.
- Ei, seus paus mandados!estão curtindo sem nós - digo tomando a garrafa de vodka da mão do Guilherme e dando um gole.
Deliciosa.
- Podia pedir pelo menos - resmungou ele do chão.
- Posso? Ah, obrigada.
Ele revirou os olhos e foi buscar mais uma garrafinha, sento no chão perto das gémeas enquanto escuto ele e o Alex falarem de garotas gostosas que já ficaram, huh, eu mereço mesmo ficar ouvindo quantas vezes elas gozaram em baixo deles. Pergunto-me se é falando dessas merdas que ele pretende pedir a Sabrina em namoro, falam nela onde será que ele se meteu ein.
Levanto soltando um suspiro por ter que gastar os meus tímpanos escutando essas idiotices que eles dizem, merecem levar na cara para aprender a ficarem de boca calada, vou para o outro lado da quadra bebendo a minha vodka olhando para o nada. Na verdade, estava procurando a Sabrina, mas ela não parece estar aqui, alguma das meninas devem saber de algo.
- Oi - diz Juliana.
Desgraça, susto da p***a.
- De onde tu saiu - pergunto com a mão no peito.
- Como disse antes, da barriga da minha mãe.
- Não escutei você chegando - digo pegando o copo rosa da sua mão.
- Sei lá, te achei um pouco estranha então… vim falar com você - diz sorrindo de lado.
- Estranha como - pergunto com uma sobrancelha arqueada.
- Hum… é... meio fora do lugar não sei - riu pelo nariz.
- Na verdade, estava a procurar a Sabrina, por isso pareça meio sei la.
- Ah, sim, ela não vai vir agora não. Teve alguns problemas com o pai e até agora não resolveram a questão, talvez ela não venha.
- E ela falou algo mais? - sussurro.
- Não amiga, a gente não quis se meter demais e deixar ela dsconfortavel.
- Oh certo. Se ela aparecer me fala ou avisa-lhe que atava querendo trocar umas ideias com ela.
- Okay Bru falo sim, ei... queria saber se você e o Lor já se resolveram sabe, la cm seu pai.
- Ainda não. Eu e ele ainda não falamos exatamente o que somos e o que vai acontecer la na frente, e também não é como se eu esperasse algo melhor do que o que temos agora. Isso basta, para mim.
- Certo. Só garante que ele já saiba disso, ou então vocês ficaram como eu e seu irmão. Que não sabemos nem onde erramos e agora fingimos que nada aconteceu entre a gente.
- Não vou chegar a esse ponto, e outra que o Lor com certeza sabe disso.
- Se você tem tanta certeza eu fico tranquila, agora borra encher a cara e aproveitar esta tarde maravilhosa.
Voltamos para perto do pessoal e o Lor acabou me puxando para o seu colo, me deixei ir, mesmo sentindo como RR e os meus irmãos me olhavam eu fingir não ver. Queria ficar tranquila e relaxada pela primeira vez. Não queria me preocupar com o que as pessoas vão dizer de mim, então eu bebi enquanto fingia não ver.
Bebi a vontade e curti como se fosse o último dia da minha vida, mesmo sabendo que ainda teria outros 75 anos ou mais pela frente.
Sabrina não veio e isso deixou Alex chateado ao ponto dele ir procurar ela em casa e acabou não voltando para a festa, me perguntei se algo mais serio tinha ocorrido com a Sabrina, mas me recusei a pensar neste caminho. Isso só me levava ao que aconteceu no baile que fui recentemente, se o JH tinha realmente voltado, eu me pergunto o porquê dele ter feito isso somente anos depois de tudo o que ocorreu.
- Tá pensando em mim princesa - a pergunta me tirou dos devaneios, Lor estava me puxando para perto, isso me incomodou então me levantei e fingir encher o meu copo.
- Na verdade, estava pensando na Sabrina.
- Espero que ela esteja bem.
- Ela vai ta Lor.
Virei o rosto e dei um gole na minha bebida, mesmo querendo acreditar na boa saúde da Sabrina, eu sabia que o pi dela não prestava, sua mãe era um doce, mas seu pai biológico era um merda. Talvez isso que tenha a feito ser como é, meio retraída e deslocada as vezes. Sabrina não merece isso, nunca mereceu.