A casa estava em silêncio. Bruna encarava o teto, os olhos abertos apesar da luz apagada. O som do mundo parecia distante — como se tudo estivesse em pausa, menos o que fervilhava dentro dela. Era como se, mesmo cansada, a mente se recusasse a deixar que o corpo descansasse. Um leve rangido na porta a fez virar o rosto. Lorenzo entrou devagar, fechando a porta atrás de si. Não disse nada. Só ficou ali, parado por alguns segundos, observando-a no escuro, como se buscasse permissão com o olhar. Ela se sentou devagar, o lençol escorrendo por seus ombros, os olhos fixos nos dele. Nenhum dos dois falou. Mas havia algo. Um silêncio que não era desconforto, e sim compreensão. Eles não precisavam de palavras, porque tudo já estava dito nos olhares trocados nas últimas semanas, nos abraços long

