— Ah, está é a minha melhor amiga. Anuncio, lutando contra o rubor, mesmo que a iluminação fraca pudesse esconder muito bem. — Eu a adoro, mas ela pode ser muito intrusiva quando quer.
— Ela se importa muito com você? Ele pergunta enquanto a voz de Cassie se aproxima lentamente.
— Demais. Bufo. — Principalmente hoje, ela parece a minha mãe, embora eu não possa reclamar. Sou igual com ela. Somos muito próximas, como uma família. Gostaria de conhecê-la?
— Talvez outro dia. Vejo um brilho especial na sua esclera branca e juro que os seus olhos são da cor do fogo. — Preciso ir, pequena.
— Espere! Exclamo baixinho. — Vou te ver de novo?
— Ah, você pode contar com isso. Talvez aconteça mais cedo do que você pensa.
— Pelo menos me diga o seu nome. Imploro desesperadamente.
— Na próxima vez que nos encontrarmos, você saberá.
Observo-o se afastar em disparada, incapaz de impedi-lo. Então, recorro a me despedir como as mulheres do filme Titanic enquanto o navio zarpa.
— Lá se Vai Meu Querido Jack Dawson.
— Leah...
— Adeus, Sr. Misterioso! Digo quando a minha amiga me alcança.
— Leah, graças a Deus! Ela me abraça desesperadamente, e eu rio quando uma bola peluda faz cócegas na minha barriga. — Não desapareça assim de novo, principalmente sem aviso, ok?
Acho que alguém estava preocupada, mas não posso me sentir culpada. Continuo suspirando, perdida na minha própria fantasia. Acho que foi bom enquanto durou.
— Ok, mãe. Reviro os olhos enquanto olho para o cachorrinho nos seus braços. — Psiu. Digo lentamente, atraindo a sua atenção. — Acabei de encontrar o homem dos meus sonhos.
— Po*rra. Ela x*inga. — Você está mais bêbada do que eu pensava. É melhor irmos.
Tudo o que consigo fazer é rir, e quando um dos seguranças do Magnata do Aço aparece inesperadamente, eu caio na gargalhada.
— Pelo amor de Jesus Cristo! Exclama a loira, quase desmaiando. — Vocês precisam parar de aparecer como fantasmas. O seu chefe vai ficar viúvo jovem.
— Desculpe por assustá-la, senhora. Acho que estou babando enquanto olho para o exército de cavalheiros musculosos, e acho impossível não compará-los ao meu Senhor Misterioso. — Eu só estava tentando ajudá-la com a Srta. Falco.
— O seu guarda-costas é uma gracinha, Cassie. Deixo escapar. — Quero um assim para mim. Concentro o meu olhar no homem de preto. — Me daria um beijinho inocente?
— Me ajude a levá-la para o quarto, por favor. A minha amiga instrui, e a partir daquele momento, tudo se turva na minha memória.
Caio na cama como um saco de batatas e sorrio de satisfação por ter sobrevivido ao Dia dos Namorados sem derramar uma única lágrima. Chego a bater palmas na solidão do quarto, como se estivesse drogada.
— Viva você, Leah Falco! Encorajo-me. — Conseguimos, conseguimos mesmo. Ela não vai me incomodar mais até o próximo dia 12 de junho. E tudo graças a ele, o homem dos meus sonhos.
Fecho os olhos, entregando-me aos braços de Morfeu para poder estar com ele novamente. No entanto, a sua figura desaparece lentamente diante dos meus olhos. Chamo-o, mas ele não responde e, de repente, nem sei o que estou fazendo.
Uma forte vontade de vomitar me obriga a acordar de repente, pular da cama e correr para o banheiro para esvaziar o estômago.
Caramba! Quantos litros de champanhe eu bebi?
A minha bexiga explode, as minhas têmporas latejam descontroladamente e só de piscar já dói muito. Parece que um caminhão passou por cima de mim.
Não faço ideia de como consigo chegar ao chuveiro e me vestir. Ligo para a recepção para pedir um analgésico e óculos de sol, porque tenho a sensação de que resistir ao sol hoje será minha tarefa mais difícil.
— Bom dia. Pietro Varca me cumprimenta na saída da minha suíte com um café na mão, que eu arranco da sua mão, quase levando os seus dedos comigo no processo. — Nossa, você parece estar com sede.
— Preciso de dez como estes. Aponto com uma expressão angustiada enquanto caminhamos em direção à recepção do hotel. — Para repor pelo menos dez por cento das minhas energias.
O grande relógio na parede m*al bate seis da manhã, e já temos que voltar para Florença. M*aldita seja a obsessão de Adriano Di Lauro em acordar cedo.
— Eles vão te dar o quanto você pedir no avião. Explica o advogado. — Procurei você na festa, caso precisasse de calor ou apenas uma distração. Ele acrescenta. — Mas não consegui te encontrar.
— Tenho certeza de que você estava perto de conseguir. Dou de ombros, sem querer flertar. Sinto-me um lixo, sinceramente, e não estou no clima.
— Você teve uma noite divertida?
Paro por alguns segundos para vasculhar a minha memória, em busca dos eventos do dia anterior.
O beijo no jato, a conversa com Cassie, as taças de champanhe, a escuridão da noite...
— A verdade. Digo finalmente. — É que não tenho ideia.
Acho que o álcool apagou as minhas memórias. E sou grata por isso, já que este é o primeiro aniversário em que não preciso lamentar ou relembrar a angústia, ou a raiva. Afinal, não foi tão rui*m assim.
— Bebi muito e não me lembro das últimas doze horas. Explico enquanto nos aproximamos da pista. — Acho que nada de importante aconteceu.
Dean
Reviso as informações mais uma vez. O currículo é bem curto, mas me parece muito interessante. Tudo nele é... um verdadeiro mistério, que vou decifrar e, no processo, destruir.
O gosto ardente da boca dela ainda permanece no meu paladar, e não consigo deixar de sorrir diante de tamanha insolência.
Leah Falco não tem ideia de que sair para o jardim naquela noite foi o maior erro que já cometeu. Agora ela selou o seu destino, porque encontrei naquele flerte o instrumento da minha vingança.
Eu conheço Cassandra Reid. Sei que nenhuma tortura física ou mental a machucará mais do que ser a pessoa que causou dano a um ente querido e, de acordo com este relato, Leah Falco é como uma irmã para ela. O fato de ter sido ela quem comprou a passagem de avião da minha noiva e a incentivou a fugir para a Itália no dia do nosso casamento só reforça a minha decisão.
— Você vai se arrepender de brincar comigo, Cass. Digo, olhando para a foto das duas mulheres se abraçando e sorrindo, como se tivessem uma vida perfeita. Nenhuma delas tem ideia do que as espera. — E sua querida amiguinha vai pagar o preço.
A música alta da boate enche os meus ouvidos enquanto as dançarinas desfilam diante dos meus olhos, ansiosas, e algumas até desesperadas, para passar pelo menos uma noite na cama do Di*abo. No entanto, nem hesito em apreciar o espetáculo.
Simplesmente tomo um gole do meu bourbon e olho para as fotos sobre a mesa. Não consigo pensar em nada além dessa obsessão doentia que me corrói como uma espécie de câncer e toma conta de todos os meus sentidos. Assim como não consigo esquecer a ousadia e o bom humor daquela safada de pernas compridas.
''Vou te ver de novo?" Lembro-me da sua voz doce e sedutora como se eu estivesse ali, na frente dela.
"Pelo menos me diga o seu nome."
Quase lá, pequena. Realizarei todos os seus desejos e corromperei a sua alma com o meu veneno. Você pagará as consequências por tentar o Di*abo.
— Já providenciei tudo. Jackson senta-se a alguns metros de distância e pede a sua bebida.
— Tudo bem. Respondo sucintamente, trocando o copo vazio por um cheio.
— Tem certeza disso, Dean?
Nem respondo com um gesto. O meu olhar é mais do que suficiente.
— Estou lhe dizendo isso porque pisar em solo italiano representa um grande risco para você agora. Afirma o homem como se estivesse apresentando uma tese. — Assim que você sair daquele avião, estará sozinho, e se o Magnata do Aço ou alguém da sua comitiva o descobrir, não poderei fazer nada para salvá-lo.
— O Magnata do Aço não compreende completamente a extensão dos meus poderes. Retruquei, enfurecido só de ouvir o seu nome. Geralmente odeio metade do mundo, mas odeio Adriano Di Lauro até a morte. Ele tocou nos meus pontos fracos e me ferrou, agora é a minha vez de destruir a esposa dele. — E eu não preciso ser salvo, Jackson.
— Bem, como a única pessoa no mundo que realmente se importa com você, além da Jo, é claro, devo repetir que isso é uma péssima ideia.
— Obrigado pela preocupação, mas estou pouco me lixando.
— Eu sei. Ele termina sua bebida antes de se levantar e me dar um tapinha familiar no ombro. Só ele eu permito esse gesto. — Talvez você devesse chamar uma das meninas. Ele gesticula em direção ao palco. — E se despedir, porque você pode nunca mais vê-las.
— Saia daqui antes que eu mude o meu testamento, Jackson Collins.
— Infelizmente, você não tem mais ninguém e não é bom o suficiente para doar a sua fortuna para instituições de caridade.
— Sai daqui. Sibilo bruscamente, e o idi*ota vai embora, satisfeito por ter conseguido me irritar.
Eu o odeio, mas ele é o único que me suporta.
Fico na boate, virando a garrafa de bourbon e sem pregar os olhos a noite toda. Tenho um objetivo em mente e não vou parar até alcançá-lo.