Episódio 2

1516 Words
— Feliz aniversário, minha louca favorita. Ela corre ao meu encontro, me fazendo sentir um pouco melhor. — Obrigada. Respiro fundo para conter as lágrimas e depois me afasto, um pouco trêmula, mas resiliente. — É melhor eu terminar este penteado para você, já que não queremos decepcionar o seu marido. E agora, me conte como está indo a missão "Conquistando o Italiano". — Bem, eu não conseguiria definir exatamente. Eu me concentro no que faço de melhor: resolver os problemas dos outros para esquecer os meus. E a americana tem vários, então ela me mantém entretida por algumas horas. Os pais dela são quase tão detestáveis ​​quanto a mulher que me deu à luz. Depois de vendê-la ao maior lance como um objeto, eles agem com dignidade e ofensa. — O italiano, junto com aquelas duas pessoas pequenas... Estou me referindo aos dois filhos do marido dela. — Ama você de uma forma ou de outra e fez mais por você do que as criaturas do m*al que lhe deram a vida. Me agrada vê-la rir das minhas palavras. Não suporto vê-la triste por algo que não vale a pena. — Eles merecem o seu amor. Eles são sua família. Laços de sangue não importam em situações como esta. Continuo a minha longa dissertação. — Estou lhe dizendo isso, porque sei bem como pode ser isso. Não se esqueça que eu fui abandonada por criaturas que não devem ser muito diferente dos seus pais. — Leah... — Mas eu tenho a Sra. Clarice. Interrompo a sua tentativa de conforto a tempo. Ainda não é hora de desabar. A noite é uma criança. — E as crianças do orfanato. Elas, o residente se*xy, e você são minha família. O mesmo vale para você. A conversa continua na mesma linha até chegarmos aos homens e nos deixarmos levar por eles até o salão de recepção. Dou um passo para trás para deixá-los passear pelo lugar como os anfitriões que são e me refugio nas taças de champanhe. É gelado, borbulhante e deixa um sabor requintado no paladar. Este é o verdadeiro Moët & Chandon. Nada como a cidra de frutas que tenho em casa. À medida que escurece, os sentimentos ru*ins vêm à tona e eu bebo como água. — Por que não saímos para tomar um ar fresco? Sugere a minha amiga. — Ou talvez possamos petiscar algo da mesa de aperitivos. — Não. Protesto enfaticamente e com entusiasmo. — Vamos brindar. — Leah... — Por favor. Aperto os lábios de um jeito adorável e cheio de biquinho. — Por favor, me faça esse favor. — Certo. Ela concorda após um suspiro. — A que estamos brindando? — Que o seu italiano caia aos seus pés. Levanto o meu copo e tomo um longo gole. — Mais um! A todas as crianças abandonadas. — Leah... — Ah, e às mulheres que não merecem ser mães, para nunca trazerem bebês inocentes ao mundo. Engulo o líquido sem lhe dar tempo de protestar. — Esta é a melhor festa em que já estive. — Que bom que você está se divertindo. — Sim. Rio um pouco alto demais. — Pelo menos ainda não chorei. Vamos agradecer ao Sr. Champagne e ao seu marido espirituoso. — Ei, quando precisar ir embora, pode me avisar. — Não se preocupe. Levanto os cantos dos lábios o máximo que eles permitem, até doerem. — Por enquanto, pretendo continuar aproveitando o meu encontro com o Sr. Moët. — Adriano está me chamando. — Então, o que você está esperando? Insisto para que ela corra. — Já volto. Não se perca, ok? — Ok. Respondo com uma voz estranha, em meio a uma risadinha boba. Fico sozinha, olhando ao redor, e não consigo encontrar a advogada se*xy para me entreter. Então, os pensamentos me dominam ao mesmo tempo, em que uma repentina sensação de sufocamento me invade. Corro para o jardim e me agarro à parede da enorme fonte central para evitar colidir com os meus próprios pés. Os meus pulmões se enchem de ar novamente e eu caminho sem rumo pela paisagem verde. A minha bebida acaba e eu a jogo com desdém no vazio. A festa não parece mais tão divertida, e uma tristeza profunda me atinge quando me lembro de que estou um ano mais velha. — Dia dos Namorados, po*rra! Xin*go no ar. — Por que você não desaparece? Dou um passo em falso, o meu calcanhar afunda na grama e fecho os olhos, imaginando a queda estrondosa. No entanto, um par de braços me impede antes que a tragédia aconteça. Olho para cima e vejo meu salvador e, de repente, congelo no calor do seu abraço. — Você está perdida, pequena? Olho para a figura voluptuosa e boquiaberta levanto a cabeça o máximo que posso para vê-lo completamente, devido à diferença de altura. Meu Deus, que homem! Ele não é italiano — falava um inglês quase perfeito demais — mas é perfeito. Exatamente como o médico receitou! Adeus, advogado se*xy, Sr. Pietro Varca. Este Ian Somerlander com corpo de Tarzan parece muito melhor. Ele é o meu sonho realizado. — Você está longe da festa. Ele me encanta novamente com a sua bela voz. — Está perdida? Por que homens misteriosos sempre têm aquele tom rouco na voz? — Talvez. Respondo, surpresa por encontrar a minha voz em meio ao mar de sensações que me afogam ao vê-lo. — Por quê? Você vai ser o meu cavaleiro de armadura brilhante? Ele parece estar tentando sorrir, mas simplesmente não funciona. Ele é obviamente um cara durão, e, caramba, bad boys são um clichê que eu adoro. Sinto como se estivesse vivendo a minha própria história de amor erótica. — Você parece um pouco triste. Algum motivo sentimental? Idi*ota! De repente, me sinto insultada. Esse cara acha que sou a típica mulher apaixonada que vagueia por jardins ansiando por um coração partido. Id*iota! — Eu não me apaixono. Deixo claro, mesmo que não seja totalmente verdade. Nesse momento eu descubro que esse Deus grego se insinuou no meu coraçãozinho desde o primeiro momento em que o vi. — É uma perda de tempo, e o meu tempo é muito valioso. Exceto por vidas humanas, não posso simplesmente suspirar nas esquinas como uma caipira. — Um homem precisa saber como me amar, e acredite, o homem que pode tentar ainda não nasceu. — Uau! Agora ele mostra seus dentes perfeitos enquanto exclama um tanto espantado, embora o gesto permaneça numa expressão distorcida com um toque de sinistro. — Uma garota durona. Eu gosto disso. — Você não precisa gostar de mim. Argumento. — Eu não gosto de você, nem um pouco. A perplexidade o domina, e é óbvia. O cara age com poder, e eu o tenho como um gatinho assustado. Eu adoro isso. — Entendo, você também é muito determinada. Ele argumenta, soltando a fumaça de um cigarro que eu não tinha notado até agora. — Espero que você encontre um homem do seu nível. — Com certeza, você está muito longe disso. Zombo, e ao invés de se afastar, começa a me aproximar. O que estou fazendo? Não tenho ideia, mas não consigo me conter. Estou bêbada, o meu cérebro não tem filtro e ele deixa escapar a primeira coisa que me vem à mente. Isso é muito, muito engraçado. — Quer que eu te carregue para que fique no meu nível? Ele sugere descaradamente, soprando o resto do cigarro na minha boca. Ele está bem perto, e eu trago e retribuo. Ele sorri novamente, aquele sorriso m*aldito que estou começando a amar, enquanto um fogo desconhecido queima nas minhas entranhas e se espalha pela minha corrente sanguínea. — Por que você não se abaixa? Retruco, provocando-o deliberadamente. Agarro o seu pulso antes de levar o cigarro à boca e marcar a marca dos meus lábios vermelhos brilhantes na rolha enquanto dou uma tragada. Não consigo soltar a fumaça porque a sua boca pressiona a minha, prendendo-a no processo. O tempo parece ter parado, as minhas pernas me ladeiam enquanto sinto as borboletas no estômago uma a uma. Já cansei de beijar homens e até algumas garotas no ensino médio — só para reafirmar a minha orientação se*xual —, mas nunca fui beijada assim. Não há comparação, e não é a maneira como os seus lábios dançam sobre os meus com uma cadência tortuosa, enquanto simultaneamente conseguem explorar com a língua e absorver a minha força vital. É tudo o que ela me transmite: as promessas implícitas, o desejo tangível, a saudade delirante... Estamos cercados pela escuridão da noite, o som da água caindo na fonte localizada a poucos metros de distância, a brisa fresca e, claro, meus drinques a mais, que afrouxam completamente as minhas inibições. É lindo demais para ser real. O melhor beijo da história, a descrição exata da perfeição, e ele até supera as minhas imaginações mais profundas sempre que leio os meus livros favoritos. — Para onde foi essa mulher? Uma voz doce, muito familiar para mim, nos obriga a nos separar.
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