Assumindo

4335 Words
Reuni toda família em volta da mesa em um sábado à noite. O Otávio era o único que sabia o que eu estava prestes a assumir diante dos meus pais e irmãos. Apenas depois de declarar minha escolha pessoal abertamente eu conseguiria ficar despreocupada. Não me importava com o que as pessoas de fora pensariam, mas esperava que a minha família me entendesse. Assumir responsabilidades era importante para mim. Fosse com as pessoas que amava como meus pais, irmãos, primo e amigos, em meu papel de líder no time de handebol, ou em ser uma boa aluna e agora o de ser determinada no trabalho, estava certa de que sabia lidar com todas essas responsabilidades que marcavam o início da minha vida adulta. - Tenho uma coisa importante pra dizer. Falei atraindo atenção de todos e o Otávio me olhou e sorriu me dando incentivo. - O Otávio promoveu você na primeira semana de trabalho? Brincou o César bem humorado. - Não é nada sobre trabalho. É sobre mim. Algo que quero que saibam. Afirmei nervosa e senti o olhar atento dos meus pais, o que me fez gaguejar. - É que... E que eu não sei como falar. Estava engasgada. - Apenas fale e lidamos depois. Aconselhou meu pai, que sempre disse que mesmo sem saber como lidar com um problema, quanto antes o deixarmos claro mais fácil será para encontrarmos uma resolução.  - Gosto de garotas. Não pretendo mais namorar garotos. E não é uma suspeita é uma verdade! Declarei sentindo uma pressão na cabeça, tamanha tensão em mim. - Por essa eu não esperava. Comentou o César. - Legal! Disse o Alex rindo para mim. Ele era um pirralho de treze anos que achava tudo legal. - Enquanto ao Gustavo, vocês namoraram por três anos. Estranhou meu pai. - O Gustavo foi um bom namorado, mas éramos muito mais amigos. Eu só quero me sentir eu mesma a partir de agora e dividir esse fato com você é importante para mim. Afirmei sem saber ao certo o que dizer. - Você está namorando a Fernanda? Perguntou minha mãe e eu achei graça... Pelo jeito desconfiavam de nós duas. - Gosto da Fernanda, mas não somos namoradas. Não tenho uma namorada no momento. - Corajosa irmãzinha. Incentivou o Alex parecendo se divertir com o momento. - Pra mim você continua sendo a mesma Joaninha. Brincou o César. - Eu fui o primeiro com quem ela conversou e disse que ela teria o apoio de todos nós. Declarou o Otávio sorrindo. - Ainda nos dará netos? Perguntou meu pai me deixando sem graça. - Júlio, a menina ainda vai fazer dezoito anos, deixe-a em paz com essa história de netos. Retrucou minha mãe. - Você também pensou o mesmo Marina. Ele reclamou com ela. - Pai, mãe, se um dia eu sentir vontade de ter um filho vocês terão um neto, mas não penso nisso agora. Acredito que minha maior responsabilidade será a de cuidar da empresa. Afirmei assumindo meu legado sem pensar em desviar minha atenção. - Seja honesta sempre e não baixe sua cabeça. É só o que eu posso dizer Joana. Disse meu pai, que parecia processar a informação. - O tio Júlia tem razão. Confirmou o Otávio. - Estamos aqui para apoiá-la filha. Sinta-se a vontade para ser quem você quiser ser. Disse minha mãe em tom compreensivo e sorrindo ela se levantou para me abraçar. - Suas ações mostram quem você é e hoje você foi muito corajosa e sincera. Ela sussurrou me abraçando e eu me senti acolhida e protegida. - Amo você mãe! Obrigada. Falei agradecida. - Essa Joaninha é sempre surpreendente. Brincou o César que também veio me abraçar. - Isso não faz de você uma estranha para nós minha irmã. É um detalhe apenas. Afirmou ele rindo. - Eu acho você ainda mais legal agora Joana. Brincou o Alex animado. - Sei bem porque pirralho, você quer só um motivo pra colar em mim. Afirmei por ser cúmplice dele que me seguia nos treinos para ver as meninas jogando. - Gostamos das mesmas coisas isso é legal não é? Continuou animado e eu lhe dei uma tapa de leve na nuca. - Deixa de ser bobo pirralho. Olhei para o meu pai esperando que ele também dissesse algo mais. - Quando você nasceu todos ficamos emocionados por ser a primeira menina Blanc a nascer no Brasil. Eu soube desde o primeiro olhar que você seria especial. Sei que é comprometida e será o futuro da nossa empresa ao lado do Otávio. Assim como um dia eu fui com meu irmão. Afirmou o meu pai me tratando como a filha herdeira de um legado e não sendo sentimental. - Nada mudou. Ainda é a minha filha favorita. Ele garantiu sorrindo. - Eu sou sua única filha, mas a declaração é válida. Brinquei sorridente e o abracei. Com o apoio de todos me sentia disposta a enfrentar qualquer julgamento, porque cedo ou tarde isso aconteceria. Mesmo sabendo que estava protegida por meus privilégios tinha consciência de que me assumir lésbica mudava a minha vida e o meu status. Aos dezessete anos estava começando a trilhar minha jornada pessoal e profissional com um olho no presente e outro no futuro. Queria continuar focada, e não perder tempo com confusões e m*l entendidos, e para isso quanto mais honesta eu fosse com todos e comigo mesma, menor seria o meu risco de tropeçar ou cair em dilemas e problemas bobos. As férias avançavam e eu permaneci focada. Sabia que para alcançar meu objetivo de um dia assumir o lugar do meu pai teria que adquirir muita experiência antes. Estava disposta a pagar com todo meu tempo e com muita dedicação para conquistar no futuro o posto de primeira Diretora do Grupo Blanc e cuidar de todas as nossas lojas, negócios e empreendimentos. Poucos dias antes da Nanda e Alice voltarem para o Brasil eu estava ficando entediada. Nós três sempre estávamos juntas e ficar longe delas era muito chato. Ao acordar em um dia de sol perfeito para ficar na piscina, desejei que as duas estivessem por perto e acabei ligando para a Alice, que me atendeu animada e eu lhe atualizei sobre as novidades na minha vida. - Como assim você se assumiu para os seus pais e até já saiu com uma garota? Perguntou espantada. - Foi ao acaso Alice. Por favor, não fala sobre isso com a Nanda. - Claro que não vou falar. Ela teria um surto de ciúmes - Vocês precisam voltar logo. Combinei com o professor de participarmos dos treinos de seleção das novas jogadoras. - Chegaremos a tempo amiga. Espero por algumas novatas interessantes esse ano. Ela brincou toda assanhada. - Fica de olho no título e não nas meninas Alice. Preciso de você e da Nanda. - Fique calminha que vai dar certo. Esse ano não tem pra mais ninguém. -Vocês duas deviam treinar um pouco nós próximos dias. Principalmente você Alice. Pode melhorar seu tempo de bola. E a Fernanda tem que se movimentar mais na linha. Espero que tenha alguma canhota entre as novatas. Estamos precisando. - Relaxa Joana esse ano é tudo nosso! - Vai ser mesmo. Estou com saudade Ali. Amo você. Beijos. - Beijo pra você também e tenha juízo! Brincou comigo ao se despedir e eu fiquei rindo sozinha. - Quando vai ser seu próximo jogo? Perguntou o Alex entrando no quarto de fininho. - Estava ouvindo minha conversa pirralho? - Você deixou a porta aberta. Ele se defendeu descaradamente. - Os primeiros jogos são no fim de fevereiro, em Salvador. - Posso ir ver o treino com as novatas? Perguntou com um sorriso assanhado nos lábios. - Só depois que as aulas voltarem Alex, até lá os treinos são fechados. Afirmei cortando as asas dele. - Só eu e você vamos almoçar em casa hoje? Perguntei estranhando o silêncio. - O papai e a mamãe viajaram para São Paulo. Sobramos aqui. Disse ele. - Quer fazer alguma coisa fora? Perguntei e ele sorriu animado. - Cinema e games? Propôs e eu concordei. - Almoçamos no shopping Então. Vá se arrumar pirralho. Ordenei rindo e ele saiu correndo. Antes do César se mudar para o apartamento dele saíamos os três, mas com a correria da faculdade ele não tinha mais tempo para nada. Enquanto eu não caísse na mesma rotina, podia dar um pouco de atenção para o Alex, por isso passamos o dia jogando games, comendo besteira e até assistimos a um filme no cinema. Era bem fácil se divertir com ele. Contei nos dedos os dias que antecederam o retorno das meninas de Lisboa. Faltavam duas semanas para o começo das aulas e o início dos nossos treinos oficiais, mas antes disso tinha a seleção das candidatas ao time de handebol. Elas precisavam passar por um teste técnico em quadra e depois tinham que fazer uma prova com os conteúdos curriculares do colégio. Como tínhamos uma importante competição se aproximando, o professor pediu que eu fosse ajudá-lo, e como eu nunca andava sozinha, convidei a Alice e Fernanda para irem comigo. Animada, cheguei cedo ao colégio e fiquei observando o grupo de meninas reunidas perto da quadra. Todas esperavam o professor chegar para dar início ao treino e eu esperando pela Ali e Nanda, que estavam atrasadas para variar. - Joana! A Nada me abraçou de surpresa e pelo calor do seu abraço parecíamos distantes há meses. - Que abraço bom! Senti sua falta Nanda! Afirmei e ela me olhou com um sorriso lindo estampado no rosto. - Queria ter falado com você ontem, mas o voo atrasou e chegamos bem tarde. Explicou parecendo saber que eu tinha esperado notícias das duas. - Sem problemas... E você Alice, me dá um abraço! Mais que pedi, exigi e ela me agarrou, dando um abraço apertado.  - Joana você perdeu dias incríveis em Lisboa. Declarou sorridente. - Imagino que sim. - Aquelas são as meninas novas? Perguntou a Nanda analisando as garotas com o olhar. - Meu coração já se apaixonou por umas três. Brincou a Alice. - Esse ano o foco e ganhar e não namorar as meninas do time Alice. - Só foi um comentário. Defendeu-se. - E o professor? Perguntou a Nanda e assim que ela se calou ele apareceu com o material do treino. - Bom ver vocês meninas! Ajudem aqui, por favor, montem um circuito na quadra. Como estão? Perguntou atencioso. - Estamos bem. Respondemos juntas. - Essa sincronia é excelente. Joana, você pode levar as meninas novas para a quadra e falar um pouco com elas? - Deixa comigo! Falei antes de me aproximar do grupo com doze meninas de onde tiraríamos cinco para o time. - Bom dia meninas! Venham para a quadra, vamos começar o treino. Formem um círculo... Pedi para poder olhar direito para elas ao falar. -... O meu nome é Joana e eu sou a armadora central do time. As duas moças montando o circuito são a Fernanda, a loirinha que é pivô do time. E a Alice, que é goleira. Temos uma competição importante esse ano, começando pela regional no fim do próximo mês, e estamos precisando de novas jogadoras, porque algumas se formaram no final do ano. Espero que vocês gostem muito de competir e jogar em equipe, porque esse é o espírito do nosso time. Expliquei para elas que ouviram com atenção até o professor se aproximar. - Bom dia, bom dia a todas! Eu sou Thiago o professor responsável pelo treino do time. Hoje vou fazer uma avaliação física e de alguns fundamentos com vocês. Quero que se apresentem dizendo o nome, a posição em que jogavam e de onde vieram. Começando por você! Determinou apontando para uma das meninas e elas começaram a se apresentar... - Marina, lateral direita, jogadora no colégio estadual professor Altino Santos. - Amanda, central direita, jogadora no colégio Emílio Vaz. - Jéssica, central esquerda, também do Emílio Vaz. - Fernanda, armadora. Morava e estudava em João Pessoa. Internato Armando Petrônio. - Rayanne, lateral esquerda, jogadora no colégio Borges Nunes. - Jogamos contra vocês ano passado. E ganhamos. Observou a Alice sendo um pouco s*******o como de costume. As meninas continuaram a apresentação e eu percebi que a Rayanne me olhava fixamente. - Vamos começar aquecendo. Dez voltas na quadra. Depois sigam a Joana pelo circuito. Façam o mais rápido possível. Sem derrubar os obstáculos. Ele instruiu e assoprou o apito para começarmos. - Vocês treinaram esses dias? Perguntei as meninas enquanto corríamos. - Sim senhora! Brincou a Alice rindo. Depois de algumas voltas na quadra fiz o circuito e todas me seguiram. Repetimos a corrida com obstáculos até o professor apitar novamente, nos fazendo prestar atenção nele. - Fernanda Ranieri você que joga como armadora. Quero que tire o time aqui com a Joana. Pediu ele e eu me aproximei dela para tirar o ímpar ou par. Ela ganhou. - Boa sorte! Desejei. - Você quem vai precisar. Ela respondeu com arrogância, o que me chamou atenção. Montamos os times. - De olho nessa outra Fernanda. Ela me parece agressiva. Pedi a Porto. - Jogo livre. Sem violência. Não admito isso no time. Ordenou o professor antes de apitar o começo do jogo. As meninas novas estavam empenhadas e até famintas de bola. Sem orientação tática e trabalho em equipe era difícil jogar, mas a ideia era deixá-las agir por conta própria para se mostrarem verdadeiramente. A outra Fernanda me chamou atenção, mas a Rayanne chamou ainda mais por ser canhota e ter uma força e precisão incrível ao arremessar. Ao final do treino o professou agradeceu e disse que a escola entraria em contato com as jogadoras que voltariam para mais um treino. - Temos boas jogadoras aqui. Disse ele para nós três. - Verdade. Mas professor, quando o senhor aprovar na quadra elas ainda precisam tirar uma boa nota na prova do colégio. Não estou querendo ser arrogante ou algo assim, mas as garotas que são de colégio público. Estão em condições de fazer essa prova? Perguntou a Nanda. - Elas foram avisadas sobre a exigência no Inglês. E as que estão aqui estudam o idioma. Esclareceu ele. - A ruiva, Rayanne, joga muito. Essa e quase certo que vai ficar. Observou a Alice. - De quem mais gostou professor? Perguntou curiosa. - Voltem amanhã para o treino e vão saber. Bom dia meninas! - Até amanhã. Bom dia professor! Despedi-me. - Querem ir tomar um suco? Convidei. - Não vai trabalhar hoje? Perguntou a Nanda. - Vou apenas a tarde. Dá tempo de conversarmos um pouco. Vamos? Elas concordaram. Seguimos para a cafeteria e lanchonete de sempre, onde eu havia conhecido a Laura.  E ao sentarmos em uma mesa ela foi nos atender. - Oi Laura, tudo bem? Cumprimentei-a com um sorriso e ela me devolveu outro com muita simpatia. - Tudo bem Joana. Esperei que me ligasse. Disse ela. - Desculpa. Estou trabalhando bastante. - Tudo bem. Entendo. Mas queria dizer pra você que vou voltar para a faculdade. Falei com o meu avô, como você sugeriu. Obrigada. Disse ela e eu fiquei contente. - Isso é ótimo, fico feliz por você! - Seria bom sair pra comemorar qualquer hora dessas. Ela sugeriu e eu desconversei. - Ah essas são minhas amigas, Alice e Fernanda. Apresentei as meninas e enquanto a Alice sorriu abertamente, a Nanda nem olhou para ela. - Prazer conhecer vocês. Vou deixá-las à vontade. Qualquer coisa que precise é só dizer. Disse ela passando a mão em meu ombro. - De onde vocês se conhecem? Questionou a Nanda séria. - Daqui mesmo. O pai dela é novo proprietário. - Estão bem intimas. Comentou enciumada e eu sorri para ela, que ficava ainda mais linda bravinha. - Exagero seu. O que vai querer vitamina mesmo? - É. Respondeu monossilábica. Um claro sinal de que estava furiosa. - Ela quer sair pra comemorar. Tudo bem se eu convidar? Perguntou a Alice e eu não resisti, rindo muito dela. - Convide. Só vai saber tentando. Você não perde tempo. - Porque perder. Ela se interessou por você porque não me conheceu antes. Brincou empolgada. - Deve ter sido isso. Porque não vai ao balcão faz nosso pedido e fala com ela. Sugeri e ela se levantou sem hesitar. - O que fez nesses dias que ficou aqui sozinha? Perguntou a Nanda em um tom estranho. - Basicamente trabalhei Nanda. Está falando assim comigo por quê? Questionei a encarando. - Por nada. Eu só achei estranho essa menina se oferecendo pra sair com você do nada. Continuou enciumada. - Você é muito ciumenta Fernanda. E agora está mais. Chamei a atenção dela que ficou me olhando feio até a Alice voltar para a mesa. - Ela vai sair comigo mais tarde. Contou a Ali animada e a Nanda se levantou pisando forte e foi para o banheiro. - Ela ficou emputecida com você? Perguntou a Alice rindo. - Isso porque ela não imagina que saí com a Laura. - Certas coisas você não sabe disfarçar Joana. Ficou toda sem jeito quando viu a menina. Observou rindo de mim. - Pensei que ela não estivesse mais trabalhando aqui com o pai. - Não quero dizer nada, mas a Fernanda está convencida de que esse ano vocês vão formar um casal. Ela falou isso muitas vezes esses dias e eu acho que você tem que falar com ela. Aconselhou preocupada com a amiga. - A gente ficou no réveillon, mas eu não prometi nada para ela. - Estou sabendo. Mas o que rola entre vocês afinal? O que sente pela Nanda? Questionou me olhando nos olhos. - Eu amo a Nanda, mas somos amigas. Não quero misturar as coisas e magoá-la. - É o que vai acabar acontecendo se você não resolver isso logo. Afirmou antes que a Porto voltasse para a mesa e eu sabia que ela tinha razão. - Pode ser que esse ano tenha outra Fernanda no time e duas armadoras. Vamos ter que usar o sobrenome nas camisas. Sugeriu a Alice introduzindo um assunto novo. - Se for preciso vou colocar Joana B. - Porque não J.Blanc ou Jota. B fica bem sexy, não acha Nanda? Brincou a Alice rindo. - É pra ser sério e não sexy Alice. A Nanda lhe cortou. Estava realmente m*l humorada. - Eu estava pensando em Alice B. Mas se você for usar Joana B. Vai parecer que somos irmãs. - E porque não usa A. Barcellar? - É muito grande. - É um pouco mesmo. Concordei rindo. Continuamos conversando mais um pouco e a Nanda ficou todo tempo de cara feia. Despedimos-nos perto da hora do almoço e eu fui para casa me trocar antes de ir trabalhar, mas fiquei com o que a Alice disse na cabeça. Precisava conversar com a Nanda e assumir diante dela que não estava cogitando me envolver de verdade com ninguém no momento. Trabalhei durante a tarde e a noite, depois do jantar, caminhei até a casa da Fernanda que não ficava muito longe da minha. Ao chegar encontrei com a mãe dela saindo apressada. - Boa noite Sandra! Cumprimentei-a ao entrar. - Boa noite Joana. Estou de saída, mas pode subir, a Fernanda está no quarto dela. Disse segurando uma mala. - Me deixa ajudar. Ofereci-me levando sua bagagem até o carro. - Obrigada Joana. Se puder fique essa noite com a Fernanda. Ela detesta dormir sozinha. - Está bem. Boa viagem! Desejei e assim que entrei, fechei a porta e fui até o quarto da Nanda que estava distraída. - Olá, soube que está precisando de companhia. Falei batendo na porta do quarto e a chamando atenção. - Como entrou aqui? - Sua mãe estava saindo e ela me pediu pra ficar aqui essa noite. - Pediu? E você vai ficar? Deitei-me ao lado dela na cama. - Não sei. Depende do quanto você quer que eu fique e também do seu humor. Falei fazendo charme e ela tentou segurar um sorriso, mas não resistiu. - Prefiro mil vezes você assim, sorrindo. Afirmei e ela me abraçou. - O que a Alice falou sobre os nomes na camisa do time. Pode ser que entre essa outra Fernanda. Você percebeu que ela joga muito? Comentei. - Joga tanto quanto é arrogante. Ela encarou você na hora de escolher o time. - Percebi, mas se ela jogava como armadora no antigo colégio, deve está preocupada agora. - Vocês não estão concorrendo. A liderança não está em discussão. - Não. Mas os nomes na camisa sim. O que achou da sugestão de abreviarmos o sobrenome. - Nós somos titulares. Usaremos nossos nomes. As novatas usam o sobrenome. - Assim não vai ser legal. Vamos separar o time quando a ideia é integrar as novatas. - Eu quero continuar usando meu nome. Você não? - Posso usar Joana B. ou Jota B. embora você não tenha gostado. - Eu gostei. Só reclamei porque estava com raiva. Admitiu rindo com timidez e eu a olhei e senti vontade de beijá-la. - Você veio aqui em casa só pra falar dos nomes no uniforme do time? Perguntou me olhando fixamente, certamente percebendo minha intenção. - Quero resolver o m*l estar entre nós duas. Você sabe o quanto é importante pra mim Nanda. Afirmei sem desviar meus olhos dos dela. - Você pode dizer com certeza que não sente nada por mim e que não gostou do que houve entre nós duas no réveillon? Questionou me fazendo sorrir. Obviamente eu tinha gostava de ficar com ela. - Eu assumo com todas as letras que gostei Nanda. Só que nós duas queremos coisas diferentes. Eu não quero me comprometer agora e você parece querer algo assim. - Se você gostou do que aconteceu, não precisamos parar mesmo que você não queira namorar agora, não sente vontade de ficar comigo de novo? Perguntou sorrindo e mordendo o lábio inferior. - O que você quer? Perguntei sentindo sua intenção no ar. - Quero beijar e ficar com você. Sussurrou me olhando. - Quer ficar comigo sem ser minha namorada? Questionei analisando sua postura e ela sorriu mordendo o lábio novamente. - Tenho um jeito melhor de responder. Disse antes de tirar a blusa ficando de sutiã. - Essa é a sua resposta? Continuei agora jogando charme para ela. - Posso ser mais convincente. Disse desabotoando o sutiã e eu a impedi de tirá-lo. - Você não tem que fazer isso Nanda. - Estamos sozinhas aqui. Eu passei os últimos dias desejando você. - É o que você quer? Perguntei rindo. - Eu quero e sei que você me quer. Estou certa? Perguntou deixando seus s***s à mostra. - Tem razão, eu quero você! Foi tudo que consegui dizer antes dela me beijar. Ceder à vontade de ficar com ela era assumir o risco de deixar a situação entre nós duas cada vez mais instáveis, mas eu não conseguia evitar, a tentação era mais forte que a razão. Beijei sua boca com vontade, sugando sua língua, agarrando-a pelo cabelo, apertando seu corpo contra o meu. A sensação dos seus s***s encostado aos meus era deliciosa. O cheiro da pele dela e a textura também era uma delícia. Eu me sentia a vontade em tocá-la, em percorrer meus lábios por seu pescoço, ombros, em lamber e sugar os s***s. Os nossos beijos eram calorosos e tinham uma doçura e carinho diferente. Despimos uma à outra com pressa e ao nos abraçarmos completamente nuas eu me arrepiei e senti uma energia diferente me tomar. - Do que está rindo? Ela perguntou sussurrando. - É que isso é muito gostoso. Admiti e ela concordou. - É melhor do que eu imaginava também. Declarou me beijando e mordendo meus lábios para me provocar. - Você sabe que ficarmos assim não vai dar certo. Sussurrei abraçando-a e apertando seu corpo contra a cama. - Tudo que sei é que você me deixa muito molhadinha. Ela sussurrou e eu me arrepiei. - Você é uma loirinha linda e eu deveria resistir a essa tentação que é ficar com você. Afirmei rindo. - Porque resistir Jota B.? Provocou me olhando e mordendo os próprios lábios novamente. - Não sou capaz de resistir. Afirmei antes de deslizar meus lábios por seu corpo até pousá-los em seu sexo. Coloquei-me entre suas pernas e tomei seu sexo com a minha língua, fazendo tudo lentamente e olhando com atenção as reações dela que se arrepiava e gemia de um jeito que me deixava molhada. Ela me olhava nos olhos e se lambia e mordia ao gemer e isso me incentivava a passar a língua com cada vez mais precisão em seu sexo. A Nanda era delicada e sensível. O sexo dela era gostoso e tinha o aroma doce do perfume e hidratante dela. Como uma garota inexperiente ela se continha muitas vezes por ser tímida, mas quando ela sentia minha língua em seu ponto mais sensível reagia se contorcendo e gemendo. E nesse jogo de timidez e entrega, ao gozar, ela sorriu ficando com o rosto bem corado. - Você fica ainda mais linda assim! Elogiei olhando para ela que me puxou e beijou. - Estou assim por culpa da sua pegada Jota B.! Falou divertindo-se. - Não fala assim, posso acreditar que sou boa mesmo. Brinquei. - Desde que só seja boa comigo. Disse me olhando nos olhos e eu sorri. - Estou aqui com você não estou? - Você não sabe quantas noites dormi desejando ter você assim. - Sendo assim minha sugestão é recuperarmos o tempo perdido. Confesso que dormir ao seu lado sem tocar você e sem lhe beijar sempre foi uma tortura para mim. Principalmente quando você se deitava ao meu lado toda perfumada. - Eu só queria que você me beijasse Joana. Que mostrasse interesse em mim. - Estou mostrando interesse agora? Questionei antes de beijá-la e deitar meu corpo sobre o dela. - Está sim. Ela sussurrou.  
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