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Afterlife: Mundos (Livro 2)

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Blurb

Leonard encontra-se pela segunda vez com a Morte e descobre que seus planos vão mais além do que imaginava. A Morte não revela apenas que ele não é seu único escolhido, mas que outros cinco estão espalhados pelo Paraíso apenas esperando que o herói os reúna para, então, descobrirem o verdadeiro propósito da Morte. No entanto, o aparecimento de Abhigyan, uma fada e irmã mais nova de Týr, obriga a dupla a dar um tempo em sua missão no Paraíso e partir para Godheim, o mundo de origem de Týr, para resolver algumas pendência que a fada deixou em seu passado.

Enquanto isso, Elena continua sua busca para encontrar uma maneira de trazer Leonard de volta ao Reino dos Vivos; a fim de descobrir o segredo guardado no Livro dos Mundos, ela precisa encontrar um ovo de dragão que fora roubado pelas Três Feras. Até que a Morte revela-se para ela, mudando outra vez o rumo de sua vida.

Kifo, todavia, tem outros planos e, ao sair do Paraíso, obriga ambos os lados da Segunda Guerra Celestial, anjos e Filhos do Abismo, a viajarem para o mundo desértico a fim de descobrir o que o Filho da Morte está buscando.

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Capítulo 01: Reuniões - Pt.1
A Sala do Trono, Morada do Criador O querubim Miguel não podia acreditar no que seus olhos viam e no que seus ouvidos escutavam. Não podia acreditar que aquele que tudo criou estava logo ali ao alcance de sua mão. O pai de todos os anjos e homens. O Rei dos reis. O Senhor dos senhores. O Alfa e o Ômega. Ele simplesmente não pode acreditar que Deus, o Criador, estava diante dele. – Pai. – Ele ajoelhou-se imediatamente diante de Deus. – Levante-se, meu filho. – Ele disse em hebraico com uma voz suave, mas que ao mesmo tempo eram como o som de trovões. Assim que levantou, Miguel contemplou o rosto do Criador. Ele era lindo! Seus olhos eram de um tom castanho aconchegante, sua pele morena – característica do povo judeu – era perfeita. Ele tinha uma barba curta – mais curta que a de Miguel – e seu cabelo estava num corte moderno entre os humanos; ambos eram castanho escuro, quase preto, como os judeus tinham. Se havia uma palavra para descrevê-Lo era “perfeição”. – O Senhor é lindo. – Disse estupefato. – Você é mais, Miguel. – Ele respondeu com um sorriso que, se qualquer um olhasse por um tempo mais longo, com certeza escolheria segui-Lo onde quer que fosse. – Você é o anjo mais fiel que já criei em toda Criação. Não apenas fiel a mim, mas aos seus companheiros também. Isso é uma virtude incrível. – Obrigado. – O anjo abaixou de leve sua cabeça. – Contudo, eu chamei-o aqui, pois preciso falar-lhe pessoalmente. – Sobre o que meu Senhor? – Sobre a Guerra. – Senhor, me desculpe. Eu falhei. O Paraíso está tomado e Roma também... – Não se preocupe, filho. Você não teve escolha. Além disso, essa guerra é necessária para que o plano se cumpra. – Plano? – Sim, Miguel. Aquilo que está por vir. – A Batalha das Eras? – Isso mesmo, jovem. Contudo, ainda não é o momento apropriado para falarmos disso. Agora você precisa preocupar com o imediato. – O Criador falava olhando diretamente nos olhos de Miguel, que não tinha forças para desviar. – Uma mudança é necessária para que ela seja combatida. – Que mudanças? – Você é o único dos meus querubins que comanda as Legiões restantes, mas não pode ter o trabalho de três anjos para si, sozinho. – Enquanto falava, Ele andou pelo tapete vermelho que ligava a porta da Sala com seu Trono; e sinalizou para que Miguel o seguisse. – Não haverá mais doze Legiões, como antes, apenas sete. E sete querubins irão comandá-las. – Mas senhor... De querubins existem apenas quatro: eu, Sebastiam, Salazar e Valentine. – Esqueceu-se dos três que sobreviveram à batalha de Aaron Van Helsing? – O Criador falou com um sorriso sábio. – Quer dizer, a antiga Guarda de Prata? Aqueles quatro que guardavam as portas desta sala? – Miguel perguntou. – Eles traíram o Senhor por Lúcifer, mas ainda assim o Senhor permitiu que eles voltassem ao Paraíso? – Sim, permiti. Eles, assim como todos os anjos Caídos que escolheram lutar ao lado de Aaron, tiveram suas glórias restauradas. – Assim que terminou de falar, ele seguiu por uma passagem cuja entrada estava sob o trono. Miguel seguiu-O pela passagem, que descia infinitamente. Enquanto olhava-O, notou que ele parecia emitir uma espécie de brilho branco. Sua Glória, o anjo pensou, irradiando bondade, justiça e amor; esse brilho é a sua Glória. Porém, antes de perder totalmente a visão do Salão, ele viu um quadro de algo que não reconheceu: era a face de um imenso leão. Imponente. Glorioso. Imaginou o que aquilo poderia significar. – Aquela é uma das minhas faces. – Ele respondeu ao pensamento do anjo. Miguel não entendeu a afirmação, mas preferiu não perguntar. Eles chegaram a um salão de jantar iluminado por tochas. Parecia ser feito do mesmo material que era feito todo aquele castelo – algo que não pertencia a nenhum dos sete mundos que Miguel conhecia. Havia uma mesa que parecia de madeira no centro. Sentados a ela, estavam três querubins conhecidos ao recém-chegado. Eles eram três dos quatro anjos que estavam presos à margem do rio Eufrates na Terra, guardando a saída Infernal da Mesopotâmia. Mesmo sabendo que estavam ali a mando do Senhor, ele não conseguiu segurar a raiva que nasceu ao ver os rostos dos traidores. – É uma honra revê-lo, Miguel. – Um deles disse; este tinha a mesma altura de Miguel, contudo seus olhos eram verdes e seu cabelo loiro, não dourado como o de Lúcifer, estava mais para um castanho claro; seu cabelo era cortado na altura dos ombros e ele tinha franja que caiam sobre os supercílios. – Galadriel. – Miguel respondeu a ele. – Alev e Constantine. – Cumprimentou os outros. Alev não parecia ter mais do que dezoito anos humanos; sua pele era lisa e sem barba; seus cabelos num tom de castanho que variava entre o escuro e o claro; seus olhos eram no mesmo tom. Ele devia ser uma cabeça mais baixo que Miguel. Constantine aparentava ter uns trinta e cinco a quarenta anos; ele tinha barba grisalha de fim de tarde e olhos cansados; seus cabelos eram a mesma mistura de preto e branco, criando um tom de cinza meio prateado. – Vocês sete comandarão as sete Legiões a partir de hoje e, Miguel, será o General, ou seja, todos se reportam a ele, e ele a mim. – O Criador explicou. – Algo que também será estipulado será a mobilidade entre as Legiões. – Os anjos nem sempre pertencerão ao mesmo grupo. – Miguel confirmou. – Mudarão de comando de acordo com a necessidade estratégica de uma guerra. – Exato. – Deus disse com um sorriso. – E nesta guerra os posicionaremos em cada uma das Passagens e colocaremos todas as almas limpas nelas. – É um bom plano. – Miguel disse; o que eu estou dizendo?, o querubim pensou, Ele é Deus, é claro que esse é um bom plano. – Senhor, eu tenho uma pergunta que vem me consumindo nos últimos dias... – Começou. – Por que eu não interfiro diretamente na Guerra se tenho poder o bastante para acabar com todos os Filhos do Abismo com apenas o estalar de um dedo? – Sim. – Miguel abaixou a cabeça, envergonhado. – Não se preocupe, Miguel, eu o criei para ter dúvidas. E eu estou aqui para te dar respostas. – O Criador tinha um sorriso tão cativante que o querubim se questionou por que ainda existiam humanos que não o seguiam. – Bem, apesar de todo meu poder, eu não sou capaz de algumas coisas. Mentir, por exemplo, é uma delas. O querubim ouvia fascinado ao seu Senhor. Ele sabia que havia limitações para Ele, apesar da sua onipotência, onisciência e onipresença. Não poder mentir; deixar de cumprir uma promessa; interferir no Livre Arbítrio de suas criações; fazer um humano amar a outro a força. Pequenas coisas que o tornavam mais real... Mais... Perfeito. – Eu fiz uma promessa tempos atrás. Prometi a meu filho que àquela luta de três dias contra a Morte seria a última. Depois dela, eu não mais levantaria minha espada contra ser algum. Por isso, não posso interferir diretamente nessa Guerra Celestial. Estou contando com vocês. Tudo fez sentido para Miguel. Então, eles não poderiam contar com Deus para combater efetivamente aquelas batalhas. Por isso Ele tinha aqueles que lutavam para Ele. Os mundos e o Sétimo Universo dependiam das mãos dos anjos e de seus outros heróis. – Senhor, estamos em desvantagem nessa guerra. O Fogo Celestial consome muito de nossa energia para selá-los. – Sim, entendo. – Ele respondeu de forma simples. – É por isso que venho pensando em uma maneira de derrotá-los sem destruí-los. Então eu criei isso. O Senhor estendeu a mão em direção ao anjo com a palma para cima. De repente, uma pequena esfera transparente surgiu, dentro dela uma pequena chama queimava em forma circular; a esfera emitia um brilho alaranjado, como o Fogo Celestial. – Lembra-se daquele feitiço que Aaron criou com o Fogo n***o? Aquele que queima por dentro? – Sim, Senhor. – Bem, esse aqui é praticamente a mesma coisa, mas ao invés de queimar irá selar. Criei especialmente para combater os Filhos do Abismo. – Ele explicou. – A diferença entre esse e o Fogo Celestial é que, ao invés de selá-los de fora para dentro, isso ocorrerá de dentro para fora. Praticamente instantaneamente. Eu o chamei de Fogo Leve, pois é mais leve e gasta menos energia que o Fogo Celestial. – Qual a fraqueza? – Miguel perguntou. – Digo, algo assim capaz de selá-los com mais rapidez, deve ter um ponto fraco. – O selamento só estará completo quando o Filho retornar ao Abismo, durante o caminho, o selo pode ser quebrado. Mas o Filho em questão não voltará na forma da alma que possuía e sim, a sua original, o que o torna mais fraco. – Deus desfez a bola. – As palavras para invocar o Fogo Leve na Língua de Prata são: Kýklus Sīl. Miguel estendeu a mão com a palma para cima e repetiu: – Kýklus Sīl. – Uma esfera com uma chama dentro surgiu em sua mão; era realmente mais leve e fácil de manter e controlar que o Fogo Celestial; a quantidade de energia que gastou para convocar o Fogo Leve era praticamente zero; no segundo seguinte a bola sumiu. – O Fogo Leve precisa ser lançado rápido, ou desaparece. Agora vão, os quatro, Sebastiam e os outros, estão esperando em Nova Jerusalém. Uma luz branca muito brilhante ofuscou a visão de Miguel e, no segundo seguinte, estava no centro da praça central de Nova Jerusalém, onde a cruz tridimensional – entrada para o Salão de Prata – estava. Alev, Constantine e Galadriel estavam junto com ele, assim como os outros três querubins, Salazar, Sebastiam e Valentine. _____________________________ Vaticano, Paraíso Os três Senhores de Guerra escolhidos dos Filhos do Abismo estavam reunidos em uma sala dentro da basílica de São Pedro. Junto com eles, apenas outros três Ryaks. Eram Manáryaks, aqueles que liam as mentes fora da memória coletiva; a missão deles ali era bloquear qualquer um de ouvir a conversa dos três. Há mais de uma semana que eles tinham dominado a cidade de Roma. Até aquele momento não foi registrado nenhum ataque dos anjos e há um tempo que a guerra não avançava em favor de nenhum dos lados. A única diferença é que, agora, os Filhos estavam construindo fortalezas nas cidades que dominavam, formando espécies de feudos. Os três maiores estavam em Roma, obviamente, que era liderado por Vizard. O segundo maior era Paris, que era dominado por Abigail. O terceiro estava em um lugar chamado Bucareste, na Romênia; Caleb não tinha memórias daquele lugar. Os outros feudos eram menores e funcionavam como cooperativas; nenhum líder e cada um trabalhava no que precisava ser feito. Havia algo novo que Vizard não sabia. Quando os Filhos juram lealdade a um Senhor de Guerra, a memória coletiva subdivide-se naquele grupo, ou seja, isolavam aqueles que juraram do resto dos Filhos. E foi isso que mais surpreendeu quando Abigail fez uma colocação importantíssima: – Eu tinha, até alguns dias atrás, quando saí de Paris e me dirigi a Roma, dois prisioneiros importantes: um anjo e... – Ela fez uma pausa. – Leonard Ross. Vizard e Kane levantaram com brutalidade, derrubando as cadeiras em que estavam sentados. – Você tinha Leonard e o perdeu? – Sim. Mas ele não estava com a Miʻridʻr. – Na língua falada pelo Filhos, esse era o nome dado a espada carregada por Leonard Ross; a palavra significa “assassina”. – E eu não consegui fazê-lo falar. – Como isso é possível? – Vizard estava indignado. – Como ele escapou? – Com a ajuda de um casal: um homem chamado David e uma mulher chamada Thais. – Como apenas dois humanos conseguiram invadir a segunda maior colônia de Filhos, passar suas defesas, libertar o prisioneiro mais importante em nossa guerra e saírem de lá inteiros? – Magia. – Abigail disse de forma simples. – O que? – Os outros dois Senhores perguntaram ao mesmo tempo. – Magia. O que aconteceu foi que as árvores criaram vida, lutaram contra os Filhos, enquanto David e Thais subiram minha torre e os soltaram. De acordo com a hospedeira-chamada-Marrie, a única explicação para aquilo é magia. – Você quer dizer, magia dos anjos? – Kane perguntou. – Não. É algo diferente. Algo que, eu acredito, tenha vindo da Terra. – Então, os humanos têm esse tipo de poder do lugar de onde vieram? – Vizard perguntou, mais para si mesmo que para os outros. – Sim. – Abigail respondeu. – Mas a minha dúvida é: de onde vem esse poder? Por que nenhuma das almas que possuímos tem um poder assim? – Eu acho que tem a ver com o Criador. – Vizard dividiu a teoria que surgiu em sua mente. – Essa mágica não deve ter vindo dele. Talvez ele tenha proibido, e todas as almas que chegaram aqui da Terra não praticavam essas magias. E como essa alma em particular chegou aqui? – Alguém a colocou aqui. E eu só consigo pensar em um ser com esse poder. – Abigail acrescentou. – Nosso pai. – Kane concluiu. – A Morte. – O que ele quer com uma alma assim aqui? Para onde vão, então, as outras almas que praticavam magia? – Abigail questionou. – Não sei. – Vizard respondeu. – Mas podemos concluir que, pelo menos, existem mais dois lugares onde há almas humanas; e onde há almas, há poder. – Precisamos vencer os anjos, e encontrar esses lugares. – Kane propôs. – Vencê-los não será fácil. – Abigail disse. – E ainda não sabemos como absorver o poder de outra alma, menos ainda como atravessar para a Terra. – Tudo ao seu tempo. – Vizard acalmou aos companheiros. – Temos uma guerra para vencer antes de qualquer coisa. Quantas colônias independentes existem? – Ainda não estão formadas totalmente, mas até o momento, mais de cinco mil. – Precisamos saber se irão combater por nós ou não. – Kane disse. – Sabemos apenas que eles buscam absorver as almas, provavelmente não lutarão em exército como nós. – Independente da situação deles nisso, precisamos prever o que os anjos farão a seguir. – Vizard mudou o assunto. – Faz algum tempo que não temos um embate grande. Nenhum deles tentou invadir Paris ou Bucareste. É como se não ligassem. – Talvez estejam se preparando. Obviamente estamos em vantagem numérica. Eles não podem arriscar perder mais soldados. – Kane está certo. Eles estão esperando a melhor estratégia. Estão esperando algo acontecer. O que pode ser? – Vizard perguntou. – Impossível dizer. – Abigail respondeu. – Mas acho que o melhor seria atacar enquanto eles não se movimentam. – Eu discordo. – Vizard respondeu. – Talvez seja um ataque que estão esperando. Talvez, estejam com uma defesa preparada para nós, uma armadilha. Nem sempre aquele que da o primeiro movimento vence a guerra. – Eu concordo com ele. – Kane respondeu. – O melhor, nesse momento, é encontrar Filhos que possam querer jurar lealdade a um de nós. Vizard olhou torto para o visitante. Kane era o Senhor da Guerra menos poderoso, ou seja, ele tinha menos homens e entre eles, poucos Ryaks. Era claro que ele queria mais poder ao seu lado, pois é o que todos os Filhos desejam. Vizard sabia que não podia confiar cegamente naqueles dois, mesmo eles sendo seus irmãos. Eles foram criados com o egoísmo e a desconfiança dentro deles, os únicos em quem Vizard podia confiar estavam em seu próprio exército. – Cada um dos nossos Manáryaks aqui mandará mensagens para os Filhos que não fazem parte de nossos feudos. – Kane sugeriu. – Assim saberemos quem está ou não conosco. Algum de vocês discorda? Vizard se perguntou qual era o plano real de Kane, mas perguntar não era sábio. Deixaria a espionagem para Decebal, seu Manáryak. Eles se levantaram e cada um foi falar com seu Manáryak, provavelmente dizendo a mesma coisa: – Fique de olho neles, mas mande as mensagens. Qualquer sinal de traição avise-me. Nós ainda somos o mais poderoso, ainda mais com a Soulryak. – Vizard sussurrou a Decebal, que confirmou uma vez com a cabeça. Dali, ele seguiu para aonde estavam seus Ryaks, tinha que ajudá-los com a mudança, que iria permanecer em segredo, ao contrario de Jeremy, a alma que tinha os poderes do Thunroryak, que todos os Filhos já tinham o conhecimento sobre. _____________________________ Itália, Terra Nathanael abraçou o velho amigo com fervor. Fazia três anos que não via nenhum dos velhos companheiros de jornada. Apesar de não ter esperado vê-lo naquele lugar, reencontrá-lo trouxe alegria ao coração do anjo. – É muito bom revê-lo, Nathanael. – Phillip Jones disse. – E também, uma sorte encontrá-lo a tempo antes que fosse levado. Soltando o amigo, o anjo fitou-o confuso. – O que você quer dizer com isso? – Faz algumas semanas que uma existência vem consumindo a energia dos magos na Terra. E bem, para um ser de pura energia como você, seria sugado até não sobrar mais nada. Apenas dentro desse quarto você estará seguro. – Foi quando, pela primeira vez, ele reparou em todos os símbolos nas paredes; eram milhares em diversas línguas; cada um tinha uma finalidade, mas juntos, ele notou, tinham apenas uma função: prender a energia dentro daquela sala. – Que tipo de existência é essa? – Eu não sei. É algo novo. Algo que nasceu há apenas poucas semanas. Isso o pegou de surpresa. Imaginava que apenas um ser poderia ser capaz de um feito assim: o m*l. Contudo, se fosse mesmo ele, seria algo que estivesse ocorrendo há mais tempo que apenas poucas semanas. O que poderia ser? Que tipo de monstro havia nascido? – Houve relatos de centenas de magos no mundo todo de que seus feitiços têm saído pela culatra, ou simplesmente não podiam ser conjurados. Tudo isso apenas na primeira hora após notarmos que nossas energias têm sido drenadas. – E agora? – Felizmente, nenhum mago morreu até agora por esse motivo, mas nenhum está conjurando magias. E, os que precisam, como eu e Sabrina, criamos salas como essas, para acumularmos energias e continuarmos nossas missões. – Pode traçar o local de fim dessa energia? – Nathanael perguntou. – Sim, eu consegui depois de três dias usando o poder de Apoliom direto. – Você melhorou. Antigamente não conseguia nem ao menos ficar cinco horas usando esse poder. – Obrigado. – Sorriu. – Sim, venho treinado bastante. Nathanael observava o amigo sorrindo, enquanto as memórias da jornada pelo Inferno e depois buscando os Quatro Cavaleiros de Lúcifer pelo mundo. Phillip havia herdado de Carlos Wolfrid uma maldição que iria matá-lo, não fosse as habilidades dos Van Helsing. Enfim, essa é uma história o qual não preciso lembrar-me agora, Nathanael cortou seus pensamentos, tenho coisas mais importantes com o que me preocupar. Enquanto falava, Phillip mostrou várias anotações de suas viagens que estavam sobre a mesa. A das últimas semanas mostrando sua jornada em busca do destino da energia roubada. – Para onde está indo a energia? – Saara. – Phillip respondeu. – E depois África central, então Egito, Mar Vermelho, Jerusalém e, se meus cálculos estiverem corretos, a energia está indo para algum lugar nessa região da Itália. – Ele apontou para um mapa que estava sobre a mesa. Nathanael reconheceu aquela rota, pois era exatamente a rota que ele vinha seguindo atrás de um deus fugido do Duat, sua prisão. – Eu sei o que está absorvendo a energia dos magos. – Nathanael afirmou, olhando nos olhos de Phillip. – E o que é? – É uma garota. Seu nome é Elena Treagus. _____________________________ Brasil, Terra Alan Rockbell andava de um lado para outro em sua sala de estar. Não sabia como iria encontrar o mascarado daquela organização, os Espadas do Alvorecer. Imaginou que era questão de tempo para que ele viesse encontrá-lo, mas ele estava com um pouco de pressa para encontrar a cidade perdida de Aztlan. Se havia mesmo uma forma de usar sua magia com sangue de animas, precisava encontrá-la. De acordo com o diário de Merlin dado por Veronica, ela é magicamente escondida em algum lugar onde hoje é a Cidade do México, e antes, durante o império asteca, Tenochtitlán. Sabia que tinha que começar por lá. – Olá, senhor Rockbell. – Uma voz abafada falou do nada. Apesar de ter ouvido apenas uma vez, ele reconheceu a voz abafada pela máscara. Era o mesmo homem que viera falar-lhe no Colégio Andersen. – Você veio mais rápido do que pensei. – Retrucou. – Qual sua resposta? – Eu aceito. Entrarei para sua organização. – Alan esperava não se arrepender desta decisão. Alan não podia ver seu rosto, mas sabia que por debaixo daquela máscara ele tinha um sorriso malicioso de vitória. – Ótimo. Daqui a alguns dias virei trazendo sua máscara e seu juramento. – Juramento? – Sim. Um juramento de lealdade a mim na Língua de Prata. – É realmente necessário? – Alan arrependeu-se imediatamente da questão; sabia que o mascarado desconfiaria. – Quando se está tanto tempo por ai quanto eu, você aprende que todo cuidado é pouco. – Ele fez um movimento com o braço para direita; um portal oval n***o surgiu emitindo um estranho brilho. – Até a próxima, senhor Rockbell. – Ele entrou no portal, que desapareceu em seguida. Sentou-se em uma cadeira e bateu em sua perna para que parasse de tremer. Quando fez sua última pergunta, sentiu que algo mudou no ar. Era como se o mascarado estivesse contendo seu poder e, com aquela questão, soltasse tudo de uma única vez. Alan sabia que se tivesse que lutar com o homem, sem dúvida perderia. Não havia nem sentido tentar algo. Todavia, se ele pudesse realmente usar o sangue de animais... Se pudesse encontrar Aztlan, teria uma chance contra ele. _____________________________

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