capítulo 4.

3684 Words
"tive a sensação de que você me ligaria para dizer que está arrependida em vez disso, você apenas disse que a culpa é minha você está travando uma guerra só para ter algo para dizer?" Slow Down | Maverick Sabre (feat. Jorja Smith) A mãe de Elizabeth deixou a gente em frente a casa que estava no endereço. Antes de sairmos do seu carro, ela pediu para que a ouvíssemos com muita atenção. Na mesma hora, Elizabeth bufou já sabendo o que viria. - Crianças, é sério! não aceitem drogas de estranhos, é muito perigoso. - Mãe, vamos ficar bem! relaxa. - Eu e Christian concordamos. Eu sei que vão, mas não custa nada alertar! - Ela disse respirando fundo. - Acho que nem preciso prolongar mais esse assunto. Se divirtam, mas com cuidado. - Obrigada! - Falei. - Qualquer coisa me liguem. - Nós três assentimos. Eu estava no banco da frente, enquanto Christian e Elizabeth estavam no banco de trás. Abri a porta do meu lado e saí do carro batendo a porta levemente e encarando meus amigos, que ainda estavam saindo. Elizabeth pegou na minha mão e puxou para caminhar com ela. Estávamos bem perto da entrada. Ela tinha percebido que eu estava nervosa. Provavelmente, pela minha mão suada. - Ei, relaxa, ok? - Disse me olhando. - Estou tentando. - Vai dar tudo certo. Só tenta aproveitar, OC. - Se quiser ir embora é só falar com a gente. - Christian disse, e eu assenti. - Obrigada, gente. Eles estavam sendo muito legais comigo. - Então, podemos ir? - Falei. Christian e Elizabeth assentiram com a cabeça. Começamos a caminhar para dentro da casa, ainda de mãos dadas. Quando já estávamos lá dentro, Elizabeth soltou a minha mão. Se a casa já era enorme e linda por fora, por dentro era 10 vezes mais. Pelo o que dava para enxergar, a casa era muito clean, com tons claros nas paredes e móveis numa cor neutra. A casa era completamente linda. Dos sonhos. Só consigo pensar que, as pessoas que fossem limpar teriam muito trabalho. Haja braços e pernas. Paro por um instante de observar a casa, começando a observar a festa realmente. A casa estava cheia, muito lotada. Algumas pessoas bebiam, outras conversavam, dançavam e claro, outras estavam se pegavam por aí. O barulho da música eletrônica estava ensurdecedor, mas isso não parecia incomodar ninguém que estava lá dentro. Eu ficava imaginando como os vizinhos deviam ficar com esse barulho todo. Se fosse eu, com certeza não aguentaria. - Você quer algo para beber? - Elizabeth perguntou no meu ouvido por conta da música alta. - Quero. - Falei no seu ouvido também. - Vamos na cozinha então! - Eu assenti. Antes de irmos para a cozinha, Elizabeth falou algo no ouvido de Christian e ele assentiu com a cabeça. Elizabeth pegou novamente na minha mão, me guiando até a cozinha que tinha perto da sala. Elizabeth abriu a geladeira, procurando por alguma bebida que gostasse. Ela pegou 3 cervejas e me entregou uma, ficando com as outras duas. - Bebe um pouco. - Sugeriu. Abri a garrafa, colocando um pouco do líquido na minha boca. Não era a primeira vez que eu tomava cerveja, mas era a primeira vez que eu gostava. Em alguma das festas da minha família, eu já havia experimentado, mas ela estava quente e eu odiei completamente. Aquela estava geladinha e com um gosto bom. Tomei mais alguns goles, fazendo Elizabeth sorrir. - Vai com calma, não quero você doidona! - Riu. - Não vou ficar bêbada, relaxa. - Falei mesmo não tendo certeza daquilo. Voltamos para onde a maioria das pessoas estavam. Elizabeth deu uma cerveja para Christian e ela ficou com a outra. Os dois pareciam estar bastante acostumados. Não só com a bebida, mas também com a festa completamente. Enquanto Christian e Elizabeth tomavam suas cervejas e dançavam no ritmo da música, eu fiquei tomando minha bebida quieta. Quando a música eletrônica acabou, uma de um ritmo mais lento foi colocada. Não era do tipo romântica, ou algo desse tipo. Ainda era animada. Christian parou de dançar, ficando encostado na parede recuperando o fôlego. Elizabeth parou de se remexer também e veio até mim. Sem falar nada, ela apenas encaixou sua mão na minha e me puxou para onde ela estava. No mesmo momento, eu já tinha entendido o que ela queria. - Eu não vou dançar, Elizabeth. - Falei num tom alto para que ela pudesse me ouvir. - O que? não estou conseguindo te ouvir. Ela começou a se mexer, fazendo movimentos leves. Nada muito exagerado. Depois de um tempo, ela já tinha se soltado mais. Dançava como queria. Enquanto estava dançando, ela me olhava como se estivesse dizendo para eu prestar atenção nos seus movimentos para aprender. Eu neguei várias vezes com a cabeça, mas ela estava ignorando isso. - Vamos, Oceana! pode se soltar, está tudo bem. - Eu não sei dançar. - É só fazer o que eu estou fazendo! Comecei a mexer meu corpo num ritmo lento, ainda com vergonha. Prestei mais atenção nos movimentos que Elizabeth fazia e comecei a tentar fazer igual. Quando já sentia que não precisava mais olhar, fechei meus olhos deixando meu corpo se remexer no ritmo da música. Deixei meu corpo fazer o que queria. Se eu estava dançando bem? eu não sei, mas sei que eu estava me divertindo com aquilo. Naquele momento, eu só prestava atenção em dançar. E do meu jeito. Eu só abri os meus olhos quando o final da música tinha chegado. Assim que a música acabou, parei de me movimentar e tomei mais um gole da minha bebida. Eu nem tinha percebido, mas enquanto eu dançava, acabei tomando quase toda a cerveja. Depois que a cerveja acabou, Elizabeth me trouxe uma bebida colorida. Coloquei o líquido na minha boca, sentindo o seu gosto doce. Ele era uma delícia. Acabei em poucos minutos. [...] Eu já tinha tomado muitas bebidas. A que estava na minha mão já era a sexta? eu ja não sabia mais. Assim que eu acabava a bebida que estava tomando, logo Elizabeth me dava outra. Ela até tinha pedido para eu parar um pouco, tomar uma água e respirar, mas eu neguei. Eu estava bem ainda, não precisava de nada daquilo. Quando a bebida estava quase no fim, me veio uma enorme v*****e de fazer xixi. Eu realmente precisava. Me aproximei de Christian para avisar que iria procurar um banheiro. - Você quer que eu vá com você? - Perguntou. - Não precisa. - Neguei. - Eu volto logo. - Está bem, mas toma cuidado, ok? - Eu assenti. Entreguei minha bebida a ele, que no mesmo minuto já voltou a dançar. Eu rir com aquilo. Nem ele, e nem Elizabeth paravam de dançar. Não sei como eles aguentavam tanto, sério. Fui em direção as escadas, subindo rapidamente. Eu precisava urgentemente de um banheiro. O corredor era grande e com muitas portas nele. A primeira porta que abri tinha apenas um escritório. Fui em direção a outra porta, a abrindo-a e vendo que era um quarto simples e só. Sem banheiro por ali. Assim que abri a terceira porta, me deparei com um casal transando loucamente na cama. - p**a m***a! desculpa. - Falei fechando a porta rapidamente. Pelo visto, a sorte não estava ao meu lado nesse dia. Fui até a outra porta e a abri, vendo que era um quarto também, mas que por sorte, tinha um banheiro lá dentro. Entrei dentro do quarto, me virei para trás e tranquei a porta. Fui em direção ao banheiro, entrei e deixei a porta encostada. Desabotoei minha calça, abaixei ela e me sentei no vaso. Eu estava tão apertada, que quando soltei os primeiros jatos, um sentimento de alívio me invadiu completamente. Quando já tinha acabado, me limpei com um pouco de papel higiênico que tinha ali e dei descarga. Me aproximei do espelho, abri a torneira e lavei minhas mãos com a água gelada. Ouvi o barulho da porta do banheiro sendo aberta, mas não tive nem tenho para olhar quem era, pois me virei na direção do vaso, me abaixando para vomitar. A pessoa que estava ali se aproximou de mim e colocou suas mãos no meu cabelo, o afastando para não sujar de vômito. Assim que senti que não queria colocar mais nada para fora, me levantei, dei descarga e limpei minha boca com água. Aproveitei e também passei uma água no rosto. Me enxuguei com uma toalha branca que tinha pendurada ali. - Ei, você está melhor? - A pessoa falou me assustando por um segundo. Droga, eu tinha esquecido que tinha alguém ali. - Oi, estou sim. - Falei para o menino que estava na minha frente. - Desculpa por ter visto essa cena nojenta. - Ele riu. - Está tudo bem! é normal ver essas coisas em festas, já estou acostumado. - Eu soltei um riso fraco. O menino que estava na minha frente era lindo pra c*****o. Ele era alto, tinha um cabelo curto, mas ao mesmo tempo grande, suas sobrancelhas eram grossas, os olhos castanhos e uma boca vermelha, carnuda. Puta. m***a. Percebi que ainda estávamos naquele banheiro e que ali não era um lugar tão agradável assim. - Ei, vamos sair daqui? não acho que seja um bom lugar para ficar. - Fiz uma careta. - Por um momento até até esqueci que estávamos aqui ainda. - Ele riu. - Vamos sair. Eu e ele saímos do banheiro e fomos até a sacada que tinha no imenso quarto. Não tinha nenhuma luz no local, a única coisa que nos iluminava era a luz da lua. Quase nem dava para enxergar nada. O menino que eu não sabia o nome ficou ao meu lado olhando para a vista que tínhamos. Era apenas a vizinhança, mas devo confessar que todas as casas eram bem sofisticadas e muito lindas. Igual a essa que estávamos. Um vento forte e gelado veio, me fazendo ficar completamente arrepiada. Passei as duas mãos pelos meus braços, me fazendo um leve carinho. A noite estava fria pra c*****o. O menino que estava ao meu lado me olhou por um segundo, tirou a jaqueta jeans que estava vestindo e me ofereceu. Eu neguei. - Não precisa. Está tudo bem, sério! - Não precisa mentir. Eu percebi que está com frio. - Mas e você? - Eu não estou com tanto frio como você. - Você tem certeza? - Ele assentiu. - Irei aceitar, então. - Peguei a jaqueta jeans da sua mão. Vesti a jaqueta, a ajeitando direito em mim, para que pudesse me esquentar bem. A jaqueta tinha ficado muito grande em mim, por isso não precisei fazer muita coisa. Já estava me esquentando o suficiente. - Por que está aqui? - Perguntei e ele me olhou. - Aqui com você? - Sim. Está todo mundo lá em baixo, curtindo a festa. Por que está num quarto longe de todos e conversando com uma estranha? - Eu sei que parece muito solitário, mas eu gosto de ficar sozinho. - Numa festa? - Sim. - Ele riu. - E eu também precisava pegar um pouco de ar. - Entendi. - Sorri fraco para ele. - E você? só veio aqui para vomitar? - Na verdade, eu nem estava com v*****e de vomitar. Eu bebi demais e fiquei com muita v*****e de fazer xixi. Eu estava muito necessitada. - Ele soltou uma gargalhada. Provavelmente do que eu falei por último. - Cara, às vezes odeio beber em festas. Bebo tanto que depois pareço um mijão. - Nós dois rimos. Eu não tinha percebido antes, mas o seu sorriso era lindo. Seus dentes eram perfeitamente alinhados, bem diferente dos meus. Os meus dentes da frente eram separados. Aquilo nunca tinha me incomodado. Mamãe sempre os elogiava, dizendo que eu ficava uma gracinha com eles. Ela gostava e eu gostava também. O menino ao meu lado enfiou sua mão no seu bolso esquerdo e tirou um maço de cigarro de lá, no outro bolso, tirou um isqueiro. Ele levou o cigarro até a boca entreaberta e acendeu. Nunca pensei que fosse achar bonito alguém fumar, mas preciso confessar que ele estava sexy pra c*****o com aquele cigarro. Muito sexy. - Você não vai me oferecer um? - Perguntei brincando. - Eu jamais te oferecia isso! - Por que? - Você não tem cara de quem fuma. E eu não quero ser o primeiro a estragar sua vida com isso. - Eu ri. - É, você tem razão, eu não fumo. - Falei. - Mas se você sabe que isso estraga a vida das pessoas, por que você está estragando a sua? Ele ficou em silêncio por alguns segundos, parecia que não sabia o que falar. - Eu não me importo se vou estragar a minha vida. Se eu tenho v*****e de fazer algo, eu vou lá e faço. E foi assim com o cigarro. Eu quis experimentar, experimentei e estou aqui até hoje. Tem outros motivos também, mas isso é uma longa história. - Ah, entendi... Ter entrado naquele assunto não parecia ter sido bom. Enquanto ele estava falando, senti que estava desconfortável com aquilo. Preferi não tocar mais nesse assunto e acabei ficando quieta. O silêncio reinou entre nós, afinal ainda éramos desconhecidos um para o outro. Olhei para frente voltando a olhar a vizinhança. Nada estava acontecendo lá embaixo. Estava tudo tão parado e quieto. A única coisa que se podia ouvir era o som alto da música da casa que estávamos. De repente, um barulho de celular começou a tocar. O menino sem nome pegou o seu celular que estava no bolso, desbloqueou e atendeu a ligação. - Oi. - Foi a primeira coisa que ele disse assim que atendeu. - Eu estou na festa ainda, onde você está? hum... ok. Tchau. - Desligou rapidamente. Ele desligou a ligação, bloqueou o celular e o guardou no bolso novamente. Virei minha cabeça para frente, tentando não mostrar que estava ouvindo atentamente sua conversa. - Ei, eu já preciso ir. - Ele disse me olhando. - Você vai ficar aqui? - Acho que sim. - Falei o olhando também. - Ah, sei. - Assentiu. - Foi um prazer te conhecer, senhorita do vômito. - Eu ri do péssimo apelido. - Igualmente, ajudante de meninas em festas. - Ele riu balançando a cabeça. - A gente se esbarra por aí. Ele estava mentindo. A gente não se veria de novo. Qual seria a probabilidade disso acontecer? zero. O menino se distanciou de mim saindo da sacada e indo em direção a porta do quarto. Antes dele ir embora, virou para trás, me olhando pela última vez. Acenei para ele, que retribuiu o gesto com um sorriso no rosto. Ele saiu do quarto, deixando a porta como estava antes. Me virei para frente voltando a olhar para lua. O silêncio que estava aqui em cima era bom. Eu gostei da festa, claro, mas sei lá, fugir um pouquinho foi bom. Estava tão cheio e abafado lá embaixo, que um pouco de espaço e ar fresco era necessário. - Oceana? você está aqui? - Ouvi a voz da Elizabeth e me virei para trás. Saí da sacada indo até a porta do quarto. Elizabeth estava parada lá e com uma cara nada boa. Parecia que algo de r**m tinha acontecido. - Estou aqui. - Falei. - Eu preciso da sua ajuda, vem! - Elizabeth se aproximou de mim e pegou na minha mão, me puxando para sair dali. - Ei, o que aconteceu? - Perguntei confusa com aquela situação. - O Christian. - Ela disse. Elizabeth e eu descemos as escadas correndo e fomos até uma parte da casa mais afastada, onde tinha algumas cadeiras ali. Christian estava sentado em uma delas, com a cabeça abaixada. - Christian! - Elizabeth foi a primeira a falar. Meu colega levantou a cabeça e olhou para nós. Ele estava muito machucado. Estava com a boca cortada, sangrando muito, seus olhos estavam inchados e tinha mais alguns cortes pelo rosto. - Que p***a é essa? - Perguntei me aproximando dele. Christian me olhava, mas sem dizer nada. - Precisamos sair daqui, Oceana. - Elizabeth disse com uma certa preocupação. - E é o que vamos fazer. - Falei. - Chris, você consegue se levantar? Christian se levantou da cadeira que estava sentado e tentou ficar de pé, mas ele estava fraco demais para fazer isso sozinho. - Ok, entendi. - Falei indo para o seu lado esquerdo. - Elizabeth, vamos levar ele para sua casa, certo? eu seguro ele de um lado e você do outro. - Está certo. - Ela respondeu indo para o lado direito dele. Passei o braço de Christian pelo meu ombro e o segurei, Elizabeth fez o mesmo que eu. Quando certificamos que estava tudo bem para ir, caminhamos para fora da casa, sempre pedindo licença para as pessoas que estavam no caminho. Saímos da festa e colocamos ele sentando na calçada. Christian podia não parecer pesado por ser magro demais, mas ele era muito. Se Elizabeth não tivesse me ajudado, não sei se teria dado conta sozinha. Nós afastamos um pouco dele para podermos decidirmos o que iríamos fazer. - Vamos levar ele para onde? - Elizabeth perguntou. - Ele está machucado, seria bom checar se está tudo ok, não acha? - Sim, verdade. - Ela disse. - Vamos falar com ele, então. Elizabeth e eu nos aproximamos de Christian, que estava sentado na calçada. Elizabeth se abaixou, ficando da sua altura. - Chris, a gente quer te levar pro hospital. Você está muito machucado. - Eu não quero ir para o hospital, Beth. Não estou tão r**m assim. - Você pode estar com algum osso quebrado, sei lá. É o melhor a se fazer nesse momento, Chris. - Argumentei. - Eu já disse que não, Oceana. O melhor a se fazer nesse momento é me ouvir. Eu não acho que seja necessário. - Bufei. - Vamos respeitar sua decisão, então. - Elizabeth falou e eu olhei para ela sem entender. - Não concordo com isso. - Por favor, OC. Se ele não quer, ok. - Suspirei. - Ok. E vamos levar ele para onde? - Minha casa. - E a sua mãe? - Ela deve já ter caído no sono. Já está bem tarde. - Peça o Uber, então. Ela tirou o celular da sua mini bolsa, o desbloqueou e entrou no aplicativo da Uber. Elizabeth colocou o endereço certo da casa e pediu o carro. No aplicativo estava dizendo que ele estava a 2 minutos daqui. Não demorou muito para o carro chegar. Antes de entrarmos, verifiquei a placa e depois que vi que era ele mesmo, nós entramos. Eu sentei na frente, enquanto Elizabeth e Christian ficaram atrás novamente. - Boa noite. - Falamos em uníssono. - Boa noite, jovens. - O motorista respondeu. - Já podemos ir? - Sim, por favor. - Falei. [...] Elizabeth tirou a chave da sua bolsa e encaixou na fechadura da porta. Ela colocou a mão na maçaneta da porta e abriu com cautela. Assim que a porta estava aberta o suficiente para a gente entrar, Elizabeth e eu levamos Christian para dentro. Entramos na casa e eu me virei para trás para fechar a porta. - Façam silêncio! - Elizabeth sussurrou. Subimos as escadas com muito cuidado para não fazer barulho nenhum. Entramos no quarto dela e colocamos Christian sentado na cama. - O que a gente faz agora? - Perguntei olhando para Elizabeth. Ela coçou a cabeça pensando no que iríamos fazer. - Eu tenho um kit de primeiros socorros, deve servir. Vou pegar ele, pera aí. - Saiu do quarto indo até o banheiro. Depois de alguns minutos, Elizabeth voltou pro quarto com o kit de primeiros socorros na não. Ela tirou seus sapatos ficando apenas de meia. Se aproximou de Christian e colocou a caixinha em cima da cama. Como eu nunca tinha feito essas coisas, deixei que Elizabeth cuidasse dos seus machucados. Enquanto ela fazia, percebi que estava tomando o maior cuidado para que não machucasse mais ele. Ela estava sendo muito cuidadosa. - Vai demorar para acabar? - Christian perguntou. - Não, eu só preciso passar uma pomada agora. - Ele assentiu. Elizabeth parou o que estava fazendo e pegou a tomada e colocou um pouquinho no dedo, colocando nos machucados do Christian. Assim que ela acabou, colocou tudo dentro do kit de primeiros socorros e o pegou para colocar no seu devido lugar. - Já que o Christian não vai tomar banho, eu vou primeiro, ok? - Ela disse e assenti. Elizabeth saiu do quarto fechando a porta. Christian se deitou na cama ficado do lado da parede. Eu tirei meu tênis e me deitei na cama, ficando ao seu lado. Estávamos os dois em silêncio, mas eu senti que precisava falar com ele. - Chris? - Oi, estou ouvindo. - Você sabe que pode nos dizer qualquer coisa, né? eu e Elizabeth estamos aqui com você para tudo. Tudo mesmo. - Ele me olhou com um sorriso fraco no rosto. - Eu sei que sim. - Eu assenti. - Mas eu realmente não quero falar sobre o que aconteceu naquela festa, ok? - Ok. - Falei. - Quando quiser falar eu estarei aqui. - Ele assentiu. - Vocês estão sendo ótimas amigas. - Sorri. Voltamos a ficar em silêncio novamente. Não foi um silêncio constrangedor, apenas não tínhamos mais o que falar. Depois de uns minutos, Elizabeth entrou no quarto já vestida com um pijama. Ela foi até o seu guarda-roupa e o abriu, pegando um perfume e colocando um pouco no seu corpo. Depois disso, ela veio até nós e se deitou também na cama. - Eu amo vocês. - Ela sussurrou. - A gente ama você também, não é, Christian? - Falei. - Muito. - Ele balançou a cabeça. Elizabeth abraçou a gente com muita força, nos fazendo rir. Talvez eu tenha percebido tarde demais, mas sim, eles eram realmente meus amigos. Eu tinha amigos
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