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Amanda Narrando Acordei com a cama vazia. O travesseiro ainda quente do lado, o cheiro dele grudado no lençol, mas o corpo… não tava mais ali. Abri os olhos devagar, com a esperança boba de ver ele no canto do quarto, botando a camisa, tomando água, qualquer coisa. Mas não tinha ninguém. Só o silêncio. E o eco da noite passada ainda rodando dentro de mim. Fiquei uns segundos ali, deitada, encarando o teto, sentindo o coração pesar no peito. Era como se a realidade tivesse me dado uma voadora logo ao acordar. Ele foi embora. Do jeito dele. Na surdina. Sem beijo, sem aviso. Igual sempre faz quando quer evitar dor. Quando prefere engolir o sentimento do que encarar. E doeu. Do jeito que só dói quando a gente se importa de verdade. A lágrima escorreu antes mesmo de eu perceber.

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