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Sem nenhum arrependimento

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Blurb

Marianna Ferachinni pode orgulhar-se de sua vida: quando tudo parecia ter desmoronado ainda no fim da adolescência, ela lutara e batalhara e hoje, era sócia de uma empresa pioneira em seu ramo. Tinha um vida ótima: casa, apartamentos, carros, dinheiro para aproveitar e duas filhas incríveis, a única coisa na qual ela não havia dado sorte nenhuma ao longo de sua vida era em seus relacionamentos.

Disposta a mudar de cidade e de vida, e decidida a não mais se desiludir, ela acabar tendo algumas surpresas interessantes.

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A vida perfeita desmoronando lentamente
            Era mais um dia perfeitamente normal na rotina de Marianna na Fronteira: acordar cedo, sair para correr, tomar banho, trabalhar em home office... A diferença, era que hoje as crianças não estavam em casa, e a viagem delas ainda duraria alguns dias e a única certeza que Marianna tinha, era de que quando elas voltassem, nada mais seria igual.             Ela não deixou de sorrir quando Bob, o cão da família, um Golden Retriver de seis anos, tentou de todas as formas e em vão, roubar um pedaço de bolo que estava sobre a bancada ao lado de uma grande caneca de café e do notebook, logo serviu ração no prato do amigo de quatro patas, tomando uma importante decisão “você vai comigo para a capital, bonitão”. O silêncio do chalé era quase ensurdecedor naqueles dias.             Quando ela e Pedro haviam se casado, cerca de dez anos antes, haviam escolhido um terreno com vista bonita, de fundos para um parque e um lago, já no fim da zona urbana e bem longe do centro, e lá haviam construído uma pequena casa. Alguns anos depois, quando Marianna começou a trabalhar, comprou mais dois terrenos e construíram uma linda propriedade, quase uma chácara dentro da cidade: o Chalé, que era uma grande casa de madeira de lei com dois andares, cinco suítes, adegas, porão, sótão, sala de jogos e área gourmet dividia espaço com piscina, horta e um pomar... As vezes Marianna pensava que deveria passar mais e mais tempo naquele lugar, mas manter tudo aquilo tinha um custo alto, o que a levava para a Capital semana após semana, para se manter à frente dos seus negócios.             Pedro apareceu em casa por volta do meio dia: não bastasse o clima tenso entre os dois, tinham muito o que conversar, mas por sorte, ele estava sem tempo, e ela poderia procrastinar aquele momento por mais algumas horas – ou dias, ela bem que queria que fossem dias... E em uma tentativa em vão de convencê-la a ficar na Fronteira, Pedro despediu-se dizendo que voltaria à noite para que conversassem, então, seriam apenas mais algumas horas.             Não queria conversar sobre aquilo, porque a ferida estava aberta e provavelmente, seria a última conversa, e não que ela estivesse arrependida, ou mudando de ideia, ela apenas queria aproveitar o que para ela ainda era normal: a casa, a vida e a presença de Pedro. Depois que por fim conversassem e resolvessem as questões do divórcio, tudo mudaria na vida dela, e mudaria rápido demais.             Marianna trabalhou duro o dia todo, por vezes encarou os cômodos vazios da casa e questionou-se sobre a sua decisão, de repente o divórcio não era a melhor opção, como ela criaria sozinha as meninas? Como ela viveria sozinha... Devaneios interrompidos diversas vezes por telefonemas da sede da empresa na capital onde ela ajustava diversos pontos com seu sócio, mas logo que desligava, voltava a encarar os vazios e respirar profundamente numa tentativa de ainda manter o controle. Até a solidão e o silêncio se tornarem sufocantes, e então apreciou alguns minutos o sol se ponto na margem do lago, e abriu o vinho antes das dezoito horas, continuou analisando relatórios até que Pedro chegou. - Oi – ele disse animado encarando Marianna – tudo bem? - Tudo bem – ela suspirou e fechou o notebook, largando-o ao seu lado – e você? - Já tive dias melhores – ele suspirou coçando a cabeça – tem certeza que quer conversar? Estou com fome, pensei em pedir pizza. - Parece boa ideia – ela respondeu enquanto servia uma taça de vinho para ele – mas a conversa vai acontecer igual, Pedro. - Tudo bem – ele encarou a mulher à sua frente, e sentiu um estranho aperto no peito: ela queria o divórcio – vou pedir a pizza e tomar um banho. - Tudo bem, quero quatro queijos e strogonoff de carne – ela disse e logo encaminhou-se para a cozinha, pôs a mesa e esperou pacientemente por ele.             Ela estava com trinta e dois anos. Não era mais nenhuma criança, e isso era sabia. Casara muito cedo, tivera filhos muito cedo... As meninas estavam com quatorze e doze anos, ela tinha um relacionamento de dezesseis anos com Pedro, e ele estava chegando ao fim. Dezesseis anos: dois filhos, duas formaturas, casamento, viagens... Parecia uma vida inteira, uma vida inteira que ela estava deixando para trás. Mas também eram dezesseis anos de brigas, mentiras, traições, coisas que ela relevava pelo medo de ficar sozinha. A verdade, ela sabia bem, era que se ela houvesse resolvido essa questão quando os problemas começaram, ela estaria fazendo quase dez anos de solteira, ao invés de casada.             Marianna suspira: acreditara que o casamento resolveria, que mais dinheiro resolveria, que as viagens ou o carro do ano resolveriam e com o tempo, ela se viu tentando – em vão – comprar o amor de Pedro, comprar seu respeito, sua fidelidade e hoje, era apenas conseguia olhar ao redor e perceber a sua “vida perfeita” desmoronando lentamente, e doía mais do que ela havia imaginado que pudesse doer. - E ai – Pedro diz de forma descontraída – acho que vai chegar logo... – ele se referia à pizza. - Eu aprovei o acordo que minha advogada propôs – ela disse sem nenhuma cerimônia – provavelmente você e o seu advogado receberão uma cópia em... - ... você tem mesmo certeza de que quer fazer isso? – ele a encara nervoso. - Sim, Pedro – ela responde – eu tenho certeza absoluta de que eu quero fazer isso. - Não quer esperar um pouco? Ver se consegue viver sozinha... – ele insiste. - Ah, eu consigo – ela está um pouco indignada – não é negociável o divórcio, Pedro, apenas as condições do mesmo. - Não poderia acabar assim – ele suspira – dezesseis anos... - Não me diga – ela debocha – eu não quero ter esse tipo de conversa. - E quer conversar sobre o que? – ele pergunta. - Coisas práticas, como o fato de que eu vou levar o cachorro e que queria ficar sozinha em casa um tempo, no fim da semana, sei lá, para pegar as minhas coisas – ela diz. - Sério? – ele riu. - Sim, é sério – ela responde. - Tudo bem – ele consente, por fim.             Terminaram de jantar em silêncio e Marianna foi para um dos quartos de hóspedes, precisava dormir, o máximo que conseguisse, porque precisava sair para a capital ainda durante a madrugada, tinha negócios para resolver e uma empresa para tocar em frente. 

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