A boa irmã a casa volta

804 Words
Ao entrarem pela porta principal, Justine não teve muito tempo para olhar em volta até ser conduzida a sala que mais parecia uma biblioteca, com estante circundando as paredes laterais repleta de livros com apenas um vão na parede da direita que indicava que ali havia uma janela comprida, um imenso sofá de cor escura no meio e no fundo uma grande lareira a espalhar um calor reconfortante, no teto havia pendurado um enorme lustre de cristais com varias lampadas, era a sala de entrada, que Justine conhecia muito bem. A mulher ainda desconhecida a Justine era magra, apesar do rosto redondo, tinha olhos pequenos e pretos, usava cabelos longos e avermelhado que estavam soltos e davam a ela um ar de sensualidade, ela falou para a menina mais jovem que havia aberto o portão: _ Analice vá avisar rápido a madre superiora sobre a chegada de irmã Justine! _Irmã Justine essa é irmã Beatriz, ela veio ficar conosco pouco tempo depois de sua partida a 7 anos atrás- disse a mais velha que se chamava Frederica. Justine olhou para Beatriz e não sabia definir o que sentia sobre sua energia, não sentia repulsa, mas também não sentiu simpatia, talvez pela emoção dos últimos momentos não se conectou a ela de imediato, mas mesmo assim deu um sorriso e aceno de cabeça meio sem jeito. Tirando a pequena do seu peito viu que ela ainda estava dormindo, alheia a tudo que acontecia a sua volta, nesse momento todas as mulheres estavam olhando a recém nascida. _Tem quantos dias que ela nasceu? - perguntou Frederica. _ Tem pouco mais de 1 semana, sei o dia e a hora do nascimento- respondeu mesmo sem ter muito certeza de quantos dias se passaram desde que começou sua jornada até ali. Justine sabia que o nascimento da pequena foi marcado pela morte de sua genitora no parto, logo após ela deu um fim digno ao corpo e fugiu com a pequena sem falar nada a ninguém, pois sabia que quem havia atacado aquela luna poderia vir atrás dela e da lobinha, já havia entendido que o oráculo teria avisado de sua volta ao mosteiro com uma carga preciosa e Justine tinha idéia do por quê, mas o oráculo teria avisado sobre quem eram os inimigos? Sabia que corria perigos, os vampiros que perseguiam a genitora daquela lobinha poderia achá-las, os outros vampiros que perseguem e matam os filhotes também e dos lobos que desconfiariam das intenções dela com a bebê, afinal ela deveria ter uma matilha, mas era mais perigoso do que imaginava a ponto de ser anunciada pelo oráculo? O pai da bebê ela sabia que estava morto...tantas perguntas surgiam agora, mas não teve mais tempo para se questionar nada, pois a madre superiora, a líder das irmãs bruxas entrou no recinto, era a mulher mais alta que Justine tinha visto na vida e também era a única bruxa albina que conhecia, olhou diretamente para Justine e veio em sua direção sem tirar os olhos dos seus. _ Justine me diga que ninguém mais sabe da existência desse bebê com você? E que ninguém te seguiu?- Disse a madre em tom baixo e detonando certa ansiedade. _Madre Vitória, ninguém sabe que a criança nasceu e quem sabe que estou com ela pensa que eu sou a mãe, fui cuidadosa e não precisei dar satisfacao a ninguém- disse Justine com certa decepção pela madre não te lá cumprimentado antes de tudo. _ Graças a Hecate! Que bom que está de volta, a boa irmã a casa volta!- disse irmã Vitória num tom calmo e solene. Justine apenas sorriu sem entusiasmo, ela sabia que o melhor lugar para levar a criança era o monasterio, ainda mais devido às circunstâncias de seu nascimento, era um retorno ao local que foi o seu lar desde que se conhecia como gente, fora levada as freiras por sua mãe que dizia que ela simplesmente corria até as pessoas e dizia a elas estavam doentes e que iria curá-las, muitos achavam graça, achando ser coisa de criança, outros se viam curadas de suas mazelas poucos dias depois de Justine tocar-lhes a fronte, até que um dia sua avó materna ficou prostrada por causa de uma gripe e Justine disse que não poderia curá-la já que estava na hora dela morrer, não demorou muitos dias e a avó dela realmente faleceu, sua mãe a culpou, deu lhe uma surra e a abandonou na fortaleza alegando que ela estava endemoniada, possuída pelo d***o, Justine tinha quatro anos e desde então sua mãe que era solteira jamais voltou para busca lá, quando completou trinta e três anos o oráculo determinou que ela tinha que ir embora atrás do seu destino e agora sete anos depois de ter partido com imensa tristeza, estava de volta, estava em casa.
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