Entre Verdades & Silêncios

1995 Words
Capítulo 11 – Entre Verdades e Silêncios Maitê passou a evitar encontros com Renan. Manteve-se profissional, mas fria. Ele percebeu, e tentou se aproximar sem invadir seu espaço. Em uma noite de evento beneficente, ambos estavam presentes, mas pareciam dois estranhos. Foi Rafael Venturini quem tomou a liberdade de alertá-lo. — Você está cometendo o mesmo erro que todos nós já cometemos: achando que o silêncio protege. Mas, às vezes, é exatamente ele que destrói. Renan refletiu. Sabia que Rafael tinha razão. E na mesma noite, ligou para Maitê. — Podemos conversar? Ela hesitou. Mas aceitou. — Capítulo 12 – A Ponte que Restaura Encontraram-se no café onde haviam se visto pela primeira vez em Lisboa. A chuva batia nos vidros com força, como se lavasse mágoas. — Não quero te perder, Maitê — disse ele, de imediato. — A Elisa não significa nada. Nunca significou, desde que você entrou na minha vida. — Então por que não me contou? — Porque eu ainda me saboto. Ainda acho que devo resolver tudo sozinho. Ela respirou fundo, observando o rosto dele, o tom de voz quebrado. — Está disposto a mudar? — Por você, sim. Pela gente. Ela sorriu, e dessa vez havia ternura e perdão em seu olhar. — Então a gente tenta. De novo. Juntos. — Capítulo 13 – Os Primeiros Passos da Nova Versão Os meses seguintes foram marcados por crescimento. Renan aprendeu a compartilhar. A falar. A confiar. Maitê, por sua vez, aprendeu a abrir mão do controle, a aceitar que amar também era se arriscar. Eles viajaram. Conheceram as famílias um do outro. Maitê encantou Donatella com sua leveza e conquistou Rafael com sua perspicácia. Em uma dessas reuniões de família, Maitê ouviu de Luciano: — Você foi a melhor coisa que podia ter acontecido ao Renan. Ela riu. — E ele foi a última coisa que eu esperava… mas a única que eu queria. — Capítulo 14 – Um Pedido Inesquecível O aniversário de Maitê chegou. Ela achava que passariam apenas com um jantar a dois, mas Renan havia preparado algo maior. Reservou um restaurante de frente para o mar, reuniu amigos, flores, músicas francesas e... uma caixinha de veludo azul. No fim da noite, sob as estrelas, ele se ajoelhou. — Não sei o que fiz para merecer você, mas quero passar o resto da vida tentando estar à sua altura. Maitê Barreto, casa comigo? Ela chorou. Riu. E disse o mais bonito dos “sim”. — Capítulo 15 – Promessas de Amor Verdadeiro O casamento foi no sul da França, cercado por vinhedos, amigos e sorrisos. Maitê usava um vestido de renda leve, e Renan um terno cinza pérola. Durante os votos, ele olhou nos olhos dela e disse: — Eu achava que ser forte era não sentir. Hoje, entendo que minha maior força está em amar você sem medo. E ela respondeu: — Eu achava que era livre. Mas só me encontrei quando você me escolheu para caminhar ao seu lado. Foi aplaudido por todos. Rafael e Vanessa, Luciano e Angelina, Thiago e Vanessa, Vitório e Ana, Miguel e Ángel... todos estavam ali. — Epílogo – Entre Vidas Entrelaçadas Anos depois, numa tarde dourada de primavera, no jardim da casa Venturini, as famílias reunidas celebravam o aniversário dos gêmeos Rafael e Luciano. Crianças corriam entre flores, e risadas enchiam o ar. Renan e Maitê sentavam-se sob uma pérgola de rosas, observando seus gêmeos — dois meninos de olhos verdes, cabelos ruivos e sorrisos herdados da mãe. — Eles herdaram sua coragem — disse Renan, com orgulho. — E sua intensidade — completou Maitê. Ágata, Emmanuelle, as filhas de Ángel e Miguel, e os outros pequenos herdeiros brincavam juntos, criando entre si uma nova geração de amizades e histórias de amor. Porque quando o amor é verdadeiro, ele continua. De coração para coração. De geração para geração. Título: Escolhida por Lorenzo Santoro Protagonistas: Lorenzo Santoro: Italiano, herdeiro de uma poderosa vinícola na Toscana e CEO da Santoro Wines. Um homem intenso, reservado, com um passado marcado por uma traição dolorosa. Dono de um charme rústico e voz grave, Lorenzo é um verdadeiro lobo solitário. Sua fama o precede: sedutor, impiedoso nos negócios, mas leal até a alma com quem ama de verdade. Isabella Nunes: Brasileira, sommelière premiada, conhecida por sua paleta sensorial refinada e sua independência firme. Trabalhou em diversos países, mas sempre recusou vínculos duradouros. Ela acredita que amor e liberdade não coexistem — até encontrar Lorenzo. Inteligente, sofisticada e apaixonada por vinhos, Isabella também carrega marcas do passado. Família e contexto: Lorenzo é o caçula de três irmãos. Perdeu o pai ainda jovem e desde então assumiu as rédeas da vinícola. Sua mãe, Carmela Santoro, é uma mulher forte e elegante, que deseja ver o filho feliz, mas conhece as cicatrizes que ele esconde. Isabella tem uma irmã mais nova, Júlia, que sempre foi sua melhor amiga e confidente. Ambas foram criadas pela avó, em Minas Gerais, após perderem os pais. Como se conhecem: Lorenzo precisa de uma sommelière exclusiva para o novo projeto de vinhos de edição limitada que será lançado em parceria com os Hotéis Venturini. Isabella é a única indicada pelos especialistas. Eles se encontram pela primeira vez em Milão, e o choque é imediato — química, desconfiança e um jogo de provocações que apenas o tempo poderá decifrar. Capítulo 1 – O Convite Inesperado Isabella Nunes não gostava de surpresas. Ainda menos quando envolviam voos internacionais e contratos cheios de cláusulas confidenciais. Mas ali estava ela, diante do espelho de um hotel em Milão, ajustando os brincos de madrepérola que sua avó lhe dera. Uma reunião com Lorenzo Santoro não era apenas uma reunião. Era um evento que movimentava expectativas, rumores e palpitações. Ela já havia ouvido falar dele: o magnata do vinho, herdeiro da vinícola mais prestigiada da Toscana, cobiçado por mulheres e respeitado (ou temido) por seus rivais. O tipo de homem que, segundo Isabella, ela jamais se envolveria. Ao entrar na sala envidraçada no alto do prédio, encontrou-o de costas, observando a cidade cinzenta. — Isabella Nunes — anunciou o assistente. Lorenzo se virou devagar. Seus olhos verdes pareciam frios, mas carregavam algo de denso, algo que se arrastava como vinho envelhecido em barril de carvalho. — Finalmente — disse ele. — A mulher que todos juram ter o paladar mais refinado da Europa. Ela ergueu o queixo com um leve sorriso. — E você é o homem que insiste em não sorrir, mesmo quando está prestes a lançar a safra mais esperada do ano. Ele sorriu. De canto. Quase imperceptível. Mas estava lá. O jogo começara. --- Capítulo 2 – A Primeira Degustação Lorenzo não era um anfitrião simpático. Era exigente, metódico e, para Isabella, deliciosamente provocador. Na vinícola Santoro, entre parreirais maduros e barris artesanais, ela foi apresentada à nova linha de tintos intensos que ele desejava lançar. — Quero que cada garrafa conte uma história. Não apenas sobre vinho, mas sobre paixão, perda e renascimento — disse ele, enquanto servia uma taça. Isabella inalou o aroma, rodou o líquido com delicadeza e levou aos lábios. — Cereja n***a, toque de cacau, e algo mais… tristeza? Lorenzo a encarou, surpreso. — Você sentiu isso? — Sim. Seu vinho está carregado de silêncio. Quase como você. Ele riu, um som grave e sincero. Pela primeira vez, ela viu o homem por trás do empresário. — Talvez você seja mais perigosa do que imaginei, Isabella. Ela sorriu. — Eu só interpreto o que você derrama nas garrafas. Capítulo 3 – A Noite no Jardim A convivência diária entre os dois tornou-se inevitável. Isabella conheceu Carmela, a mãe de Lorenzo, que a recebeu com um carinho discreto. Carmela via algo diferente na brasileira, e silenciosamente torcia por ela. Numa noite especial, após um jantar de degustação privada, Lorenzo a convidou para um passeio pelo jardim antigo da propriedade. — Me conte algo que ninguém sabe sobre você — pediu ele, andando ao lado dela sob a luz de lanternas antigas. — Eu costumava guardar rolhas de vinhos especiais com bilhetes sobre o momento. Mas parei quando meu último amor me traiu com uma amiga. Ele a olhou em silêncio. — E você? — Nunca mais amei desde que fui abandonado no altar. O silêncio que seguiu foi cheio de verdades que não precisavam ser ditas. Isabella sentiu a dor dele. E ele, pela primeira vez em anos, sentiu-se compreendido. Capítulo 4 – Um Toque de Ciúme Durante uma visita técnica, Isabella precisou se reunir com Pietro, um enólogo que Lorenzo não suportava — não por falta de competência, mas por sua fama de flertar com tudo que usava salto alto. Lorenzo ficou em silêncio durante o jantar, observando de longe Pietro tentando se aproximar de Isabella. Na volta, no carro, o silêncio era espesso. — Vai me dizer que está irritado com a avaliação do Pietro ou com o modo como ele olhou para mim? Lorenzo apertou o volante, os olhos fixos na estrada. — Só acho que ele não estava interessado no vinho. — E você está? Ele estacionou bruscamente no vinhedo, saiu do carro e contornou até a porta dela. — Isabella, eu estou tentando resistir. Juro. Mas você não facilita. Ela saiu do carro devagar, o vento soprando entre os parreirais. — Talvez eu também esteja cansada de resistir. Então ele a beijou. Intenso, carregado de desejo contido, e ao mesmo tempo, suave como o primeiro gole de um bom vinho. Um beijo que ela sentiu no corpo inteiro. Capítulo 5 – Entre Uvas e Segredos Os dias seguintes foram de descobertas e olhares demorados. Isabella se deixava levar pelo fascínio de Lorenzo, mas mantinha a cabeça no lugar. Ela sabia que se apaixonar por ele era como pisar num campo minado. Mas Lorenzo surpreendia a cada passo. Preparou um almoço no meio da vinícola, ao ar livre, apenas os dois, com vinho branco leve e risotos feitos por ele mesmo. — Não conte a ninguém, mas cozinhar é minha válvula de escape. — Lorenzo Santoro tem um lado secreto… humano? — Não espalhe. Vai arruinar minha reputação. Ambos riram, e ela sentiu algo mudar. Pela primeira vez, ele não era apenas o homem poderoso. Era apenas… Lorenzo. E pela primeira vez em anos, ela começou a pensar que talvez fosse possível amar sem abrir mão da liberdade. Capítulo 6 – No Rastro da Verdade A crescente proximidade entre Isabella e Lorenzo despertava a curiosidade dos que os cercavam. Mas também atraía fantasmas do passado. Durante uma revisão de documentos da vinícola, Isabella encontrou inconsistências que poderiam significar fraudes contábeis. Ela não hesitou em levar a questão a Lorenzo. — Isso pode comprometer sua próxima safra, sua credibilidade… tudo. Lorenzo passou a mão pelos cabelos, irritado. — Eu confiei nisso ao meu cunhado. Pensei que estivesse tudo sob controle. Isabella estendeu os papéis. — Podemos resolver juntos. Mas precisa confiar em mim. Ele a olhou nos olhos. — Confio. Mais do que deveria, talvez. Naquela noite, enquanto revisavam documentos lado a lado, as barreiras entre eles se desfaziam mais rápido do que esperavam. Capítulo 7 – Sob as Luzes de Florença Lorenzo a convidou para um fim de semana em Florença. Disse que precisava mostrar algo. Mas era claro que não se tratava apenas de negócios. Caminharam pelas ruelas iluminadas, jantaram num terraço com vista para o rio Arno, e entre risos e brindes, Isabella se viu completamente envolvida. Naquela noite, ele a levou para conhecer uma antiga adega escondida nos fundos de um casarão. Ali, ele abriu uma garrafa de vinho que o pai guardara por décadas. — Ele dizia que este vinho deveria ser aberto apenas quando eu encontrasse algo verdadeiro. Ela tocou levemente a taça. — Então por que agora? Ele se aproximou. — Porque pela primeira vez eu acredito que encontrei. O beijo que veio em seguida foi calmo, cheio de promessas silenciosas. O tipo de beijo que sela um pacto.
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