Eu cheguei no núcleo atrasada. Tinha dormido m*l, a cabeça fervendo, o corpo ainda marcado da noite anterior. O gosto de Kay ainda na minha boca, o cheiro dele preso nos lençóis, e aquela frase sussurrada no corredor me martelando sem parar: "Vai. Antes que eu te beije aqui mesmo."
Nada me preparou para o que Gabi faria.
Era meio da manhã quando ela entrou na minha salinha improvisada da comunicação. Eu estava mergulhada nos textos das campanhas, tentando revisar como se as palavras me dessem refúgio. Ela entrou sem pedir licença, se jogou na cadeira da frente, segurando um copo de café e trazendo aquele sorriso enviesado que já me dava calafrios.
— Precisamos conversar — disse, apoiando o copo na mesa e cruzando as pernas devagar.
— Sobre o quê? — tentei manter a voz neutra, mas minha
