CAPÍTULO 3

1822 Words
CAROLINA LELIS Boquiaberta. Perplexa. Alucinada. Mas... Que homem quente e gostoso era aquele? Cheguei extasiada ao complexo dos funcionários, sentindo meu ser feminino s****l sair do seu estado normal. Passei a mão no rosto. Não imaginava que fosse tão controlada, afinal, o cara foi mais que bom. Por poucos segundos me esqueci que ele era o chefão. Principalmente quando abri a porta e dei de cara com o homem usando aquela calça. Mas não era qualquer calça, e sim uma que marcava suas coxas tão bem que... Não que eu tenha me imaginado as baixando e... Longe de mim! A questão foi que o senhor “grandão” ficou com suas inéditas indiretas. Conheci e vi que não passava de um playboy, dono daquilo tudo, que vivia a favor de seu p*u. Já esbarrei com esse tipo. Querem apenas loucura, sexo, enfiar o p*u na “gostosa” do momento. Já me aventurei uma vez, mas não faço isso. No fim, você vai se sentir como um objeto, vai se sentir uma fracassada, em que só sua v****a vai valer algo. Mas, tenho que admitir, arrepios passaram pelo meu corpo. Era um homem bem trabalhado, o corpo gostoso e... aqueles braços fortes, que eu adoraria segurar. Sem safadeza, Carolina, se controle! Se bem que os lábios sorriram perfeitamente. Chega! Daqui a pouco eu precisaria de um bom banho. Imagine ele te olhando... Convite para o inferno, aquilo. Ele foi o mesmo que me tirou do banheiro, que me achou, que “pediu para alguém parar de chupá-lo” a fim de me ajudar. Ou seja, estava bem acompanhado. E ligando essas palavras ao pacote de camisinha, sim, ele era ativo. E, bem, não é de se estranhar que além de ser lindo ele é... grande. Eu não havia visto, mas a especificação em um pacote de camisinha diz muito, não diz? Você não vai comprar um G para uma coisa P, vai? Não vai. Droga! Não conseguiria esquecer isso fácil. Não com aqueles músculos deliciosos, aquele cabelo n***o úmido pelo próprio calor corporal, uma pele que era de uma cor fascinante. Daquele tipo de homem que todas, digo, “todas” as mulheres vão apalpar e sentir a virilidade. E ainda iriam puxar o cabelo escuro fortemente. Se eu queria, duvido muito que outras mulheres não quisessem. Não havia nada suave em Lorenzo Maldini. Nada suave e fácil naquele homem. Exceto o sorriso. Seu sorriso foi sacana, e em uma fileira de dentes brancos, mostrou os lábios bem trabalhados. O que os lábios de um homem não despertam em uma mulher, hein?! Você pode imaginar os lábios de um homem passando pelo seu seio — nada mais sexy. Em uma coisa você é igual a um homem. Adora aquele contato, olho com olho, enquanto ele te chupa. Admita! Mas isso não vem ao caso, muito menos o loiro das rosquinhas. Primo Maldini. A diferença dos dois era a fisionomia, mas o olhar era o mesmo. Isso era certo! Sem dizer a genética. Devem ter sido feito com muito amor e carinho. O primo tinha mostrou ter bom humor e eu quis rir das rosquinhas. Mas se fizesse isso, eu estaria perdida. Dando chances. Puxei o carrinho pelo corredor, antes de me virar vi a mulher loira, era uma espécie de nojenta. Por que todo lugar tinha esse tipo de mulher? Que merda! A loira veio caminhando com seu vestido cinza acompanhado pelo cabelo “liso” e solto. Se fosse mais humilde, se não fosse podre por dentro, eu a acharia bonita. Mas, por ora, eu a considerava nojenta. Desculpa, mas é isso que ela mostra ser, tentando passar algo que não é. Nunca na vida passe algo que você não é, isso acaba com você. Arruína uma futura amizade. Nariz empinando e se achando, é difícil lidar com esse tipo de pessoa. — Olá! Fiquei sabendo do incidente ontem à noite. — Ela parou de maneira imponente na mina frente. Podia estar com uma sapatilha e de uniforme, mas não me sentia nada diminuída por ela. Eu tinha orgulho próprio e amor também. — Como tudo aconteceu? — A porta trancou e não consegui abrir. — Deve tomar cuidado. Você é nova, não deve estar acostumada com tudo aqui, com as coisas, pessoas... — ela insinuou. Me senti a Alice no país da babaquice. — Não estamos acostumados com nada, não é verdade? Agora preciso continuar meu serviço. Passar bem. Gooool! Entrei no quarto me sentindo aliviada. Respirei e vi o cômodo um pouco desorganizado. Era fácil arrumar, nada de difícil. Só de lembrar o salário mais os benefícios, já me deixava mais animada. Dinheiro é algo relativo. Você precisa dele, mas ele não precisa de você. Logo depois de arrumar tudo, peguei o almoço no complexo dos funcionários e me dirigi ao escritório para finalizar minha contratação. Bati na porta e entrei. — Senhorita, aqui está o contrato pronto para a assinatura. — Obrigada— agradeci, peguei as três folhas e passei os olhos em tudo, até as vírgulas. Assim que terminei, perguntei: — Tem uma caneta? — Claro — ela me respondeu e me entregou, então rapidamente eu assinei o documento. — Aqui está a chave do seu armário, você vai encontrar os uniformes e tudo que precisa. Aqui temos normas que preciso que siga. Todo os funcionários que passaram por aqui, trabalharam bem. Conto com isso. — Eu preciso desse trabalho. Preciso e vou cumprir meu papel da melhor forma possível — garanti, sendo sincera. Olhei para a placa em cima de sua mesa e dei um sorriso. — Muito obrigada, dona Patrícia. — Mais uma coisa. Dividimos aqui por setor. Temos seis setores, o seu é o segundo. Você e mais outras mulheres ficarão encarregada dele. A limpeza é diária e não podem pular nada. — O segundo setor é o que estou? — Não, esse é o quarto. O setor dois é o da parte em que você estava ontem. — Entendi — menti, sabendo que eu precisaria entender melhor como funcionaria aquilo. — As meninas vão te explicar melhor. — Ela se levantou e eu me levantei também, estendeu a mão e eu a apertei. Foi fofo da parte dela. patrícia passava uma imagem de chefe legal. — Passar bem, querida. — A senhora também. Com licença. Saí do escritório e fui para a parte dos armários, procurando pelo de número 154, até que o encontrei e abri, visualizando mais três uniformes, todos iguais. Fechei o armário e logo fui para a parte onde era a minha garagem, quer dizer, do meu carro de trabalho. Se eu me esforçasse, eu caberia ali dentro. Fiquei em frente ao cartaz que estava na parede de saída do complexo, onde era bem organizando, tinha as divisões, vestiário, cozinha, armários. Passei meus olhos pela marcação dos setores. Os hotéis Maldini eram duas torres gêmeas que ficavam lado a lado, com 27 andares. Era tudo muito arrumado e organizado demais. — Qual o setor, gata? — Levei uma mão ao coração com a voz fina ao meu lado. Me virei lentamente e olhei para a mulher. — Desculpa, não quis te assustar. Se você for a menina que ficou presa ontem, é do meu setor. — Sou eu. Carolina, muito prazer — apresentei-me, olhando para a figura a minha frente, que tinha o cabelo roxo amarrado e também usava um uniforme. — Você é...? — Me chame de Jack — ela disse e se virou para pegar seu carrinho, me olhou e sorriu. — Eu sou normal, vamos. E, pela primeira vez, alguém agiu de forma natural e não como um alienado. Talvez as loucuras de alguns sejam normais para mim. De qualquer maneira, a garota ao meu lado — que nos encaminhava para um novo corredor — sabia o que fazer, e não era igual às outras pessoas que m*l falavam. Talvez mudasse com o tempo, bastava eu me acostumar com tudo. — Quantos anos tem? — perguntou Jack. — 24. — Por que aqui? — Preciso do emprego. — Não reclamo de trabalhar aqui, tenho 26 anos e já vi de tudo, trabalho aqui há quatro anos, mas trabalhar aqui esse tempo todo, não é legal. — Ela fez uma pausa e sorriu. — Você passa a conhecer as pessoas, as pessoas te conhecem. Você aprende a lidar com todos. — Quatro anos? — Arqueei a sobrancelha, surpresa. — Sim — confirmou. — Já até quiseram me promover, mas não quis. — Por quê? — Eu parei de estudar aos 17, tenho uma filha para cuidar. Aqui tenho meus benefícios, Carolina, consigo pagar uma boa escola para ela. Sei fazer isso e isso me mantém. — Uau! Você é bem direta — falei, em seguida peguei o saco e coloquei dentro do carrinho. Encarei a mulher a minha frente, seu rosto fino, seu cabelo roxo. — Eu tenho um curso de secretariado. Poderia ser secretária, mas não é fácil achar um emprego, menos ainda escolher em que trabalhar. — E se você achar, se tiver que trabalhar para um homem, ele acaba querendo mais que uma secretária. Faculdade? — O que você cursava? — Contabilidade. É algo bom de se fazer e era para eu estar bem adiantada hoje. — Matemática? Além de linda, é inteligente — ela elogiou, abriu a porta e sorriu. — Não desista. — Como se chama sua filha? Mudei de assunto. — Ana, e ela é linda. Você tem filhos, Carolina? — Não, mas tenho uma irmã que precisa de mim. Ela tem um problema na perna, então trabalho por nós duas. — Qual é o nome dela? — Camila, dona FBI — brinquei, abrindo a porta e me virando com um sorriso nos lábios. — Um conselho para a notava aqui? — Tenho três. — Ela me olhou, me encarando longamente. — Quais? — Primeiro, sempre que precisar, fale com dona Patrícia. As outras são nojentas e te ferram em questão de segundos. — Ela olhou para o corredor. — Segundo, não converse muito. — É por isso que todos têm esse silêncio crucial? — Balançou a cabeça, confirmando. —E, por último — Jack deu um sorriso. — Fique longe desses homens daqui. São como deuses, mas fique longe. Eles podem te causar sérios problemas. São pervertidos por natureza. E se eles querem algo, eles vão atrás. Digamos que você é gostosa demais para ser apenas uma “funcionária”. O que de fato não era mentira, pensei comigo, lembrando de mais cedo na presença do homem bonitão. — Só isso? — E sempre saiba lidar com eles, que são caridosos, às vezes. Aqui tem luxo e dinheiro. Mas fique longe dos hóspedes problemáticos. — Isso será fácil. — Pode ser, Carolina, mas fique atenta. Ficar atenta. Ficar atenta. Claro que iria ficar. Só o aviso dela que me deixou curiosa. Mas isso não importava naquele momento. Não naquele momento.
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