Local: Um terraço abandonado e alto em Roma.
(Duas semanas depois do tiroteio em Milão)
Íris Corleone estava sozinha no terraço. O trabalho que ela fez em Roma foi fácil demais, rápido demais, limpo demais. Mas o alívio que ela sentia não tinha nada a ver com o sucesso da missão. O alívio era por Sebastian Castello não ter aparecido.
Ela foi para a beira, sentindo o vento gelado no cabelo. Por dois dias, ela tinha ensaiado frases afiadas e ameaças de morte, só para o caso de ele aparecer. Agora, sem ele, ela sentia um vazio esquisito e estava irritada por ter se preparado à toa.
"A vista é ótima, mas seu coque estava melhor solto."
A voz suave veio das sombras, e Íris se virou na mesma hora, com a mão já na pistola.
Sebastian estava ali, de pé. Desta vez, ele não vestia um terno. Estava casual, com uma jaqueta de couro preta e calças escuras,mas parecia igualmente perigoso. Ele segurava uma garrafa de vinho e duas taças de cristal.
"Como você sabia que eu estaria aqui?" Íris perguntou, falando baixo e tensa, evitando olhar nos olhos dele, que ela sabia ser a sua perdição.
Sebastian deu um passo para a luz fraca. Ele nem se importou com a postura de luta dela.
“Eu tenho meus métodos. Ou melhor, eu tenho informantes m*l pagos nos lugares certos. Meus homens pensam que estou à caça de informações sobre o Clã Corleone. E eles estão certos. Só não sabem o tipo de informação que estou caçando.” Ele sorriu, cheio de charme.
Íris não se moveu “Você está arriscando a vida deles e a sua própria vida para me seguir? Isso é um novo nível de estupidez, Castello. A Máfia não perdoa a traição.”
“Não é estupidez. É ter um objetivo. Desde que você apontou essa arma para mim e hesitou, eu entendi qual é o meu objetivo. Eu sou um Sedutor, Íris. Eu transformo ódio em atração, e atração em devoção, E eu quero você. ” Ele colocou as taças e o vinho sobre um parapeito de tijolos.
"Não quero você como alvo. Quero você como minha parceira, minha aliada, minha obsessão."
Ela deu um passo à frente, finalmente cedendo à sua raiva. “Você não me conhece! Eu sou a Executora! Eu sou fria. Eu só trago destruição. Não existe atração. Existe apenas o trabalho.”
“O trabalho? O trabalho é o que te obriga a usar essa máscara de gelo,” Sebastian rebateu, a voz ficando séria, mais profunda. “Quando atiramos lado a lado em Milão, eu vi a sua dança. Você é pura agilidade, puro fogo. E você riu por um instante, Íris. Um som quebrado, quase imperceptível. Você não estava a rir dos inimigos; estava a rir da conexão que sentiu.”
Íris estremeceu. Era verdade. Aquele momento de sintonia na luta a fez se sentir viva, algo que não sentia há anos.
"Você é perigoso," ela sussurrou, com a mão tremendo de leve.
“E você é letal. Nós combinamos.” Ele se aproximou, e agora estavam bem perto. "Me diz uma coisa, Íris. Olhando para esse céu sujo de Roma... o que existe além disso? Além da pólvora, do sangue e das ameaças de morte?"
A pergunta a atingiu em cheio, Era exatamente a pergunta que ela se fazia em seus momentos mais solitários ,no palácio Corleone. Ela olhou para Sebastian, e seu olhar frio falhou pela primeira vez.
"Não existe nada," ela respondeu, tentando parecer firme. "Existe mais trabalho. Mais sangue. E no final, a morte."
Sebastian balançou a cabeça, sorrindo com charme. Ele pegou uma taça e serviu o vinho.
“Errado,” ele disse, oferecendo-lhe a taça. Ela hesitou por um momento, mas pegou a taça, aceitando “Existe o sol. O sol da manhã, que não vem com a culpa da noite anterior. Eu conheço um lugar. Chama-se Miami. É quente, é caótico, mas é limpo, Sem honra, sem Capos, sem dever.”
Ele bebeu, olhando nos olhos dela, usando a voz suave como arma
"Imagine, Íris. Casas coloridas que não escondem cadáveres. Uma praia gigante. Você pode usar saias. Pode acordar ao lado de um homem que te ama. E você pode ter... uma filha. Uma menina com seus olhos, mas com meu sorriso, que te chama de mãe," ele continuou, pintando um futuro que ela achava impossível.
atingiu-a no fundo de sua alma , Uma filha, Ser mãe, Viver para protege,não para m***r. O gelo dela rachou.
"Você está vendendo um sonho que custa o nosso sangue," Íris sussurrou, emocionada.
"É um preço que estou disposto a pagar. E você também, Íris. Você é a Executora, mas está cansada de m***r. Eu vejo a mulher esgotada por baixo desse casaco. Você quer o sol, não a escuridão."
A conversa era um jogo: ele a desarmava, ela se defendia, e a atração crescia. Íris deu um passo para trás, tentando se manter fria.
"Seu sonho é ridículo. Eu sou uma Corleone. Se eu fugir, meu pai vai nos caçar até o inferno," ela disse, voltando a ser dura.
"Deixe ele vir. Nós dois contra o mundo. Você viu o que fizemos em Milão, Em Nápoles. Juntos, ninguém nos para," Sebastian insistiu. Ele esticou a mão, não para agarrá-la, mas para tocar de leve a ponta de seu cabelo escuro.
O toque a paralisou como um choque elétrico.
"Sebastian..."
Ele não respondeu com palavras. Apenas se inclinou, e a boca dele encontrou a dela. Não foi um beijo rápido ou violento, mas um beijo sério, carinhoso e desesperado. Ele a beijou como se estivesse selando a traição deles com o afeto mais puro.
Íris não o afastou. Ela se rendeu. Por um segundo. A taça de vinho caiu e quebrou no chão, um barulho que parecia o código de conduta dela se quebrando. A pistola ficou na bainha.
O beijo terminou, deixando os dois ofegantes. O fogo nos olhos de Sebastian era agora uma paixão vitoriosa.
Íris cambaleou para trás, tocando os lábios, sentindo confusão e pânico, mas dominada pelo desejo.
"Você... você não devia ter feito isso," ela conseguiu dizer, quase sem voz.
"Eu tinha que fazer. Agora você sabe que essa chama é real. Você sentiu a vida que eu te ofereço, Íris," ele sussurrou.
Ela olhou para ele, para o seu sorriso, e para o caos interno que ele havia criado. O Clã Corleone, seu pai, sua vida inteira… tudo parecia cinzento e insignificante comparado à visão na praia.
“Eu não vou te m***r,” ela finalmente admitiu, a confissão rasgando sua alma. “Eu não consigo. Mas eu não posso ficar.”
Sebastian recuou, dando-lhe espaço. Ele sabia que o beijo tinha vencido a guerra.
"Então fuja comigo. Eu te ajudo a sair. Eu deixo minha família por você. Viveremos a vida que te trará paz. Eu vou te ensinar a amar."
Íris pegou o celular. Em vez de responder a Sebastian, ela ligou para seu contato secreto no exterior, alguém que poderia fazer documentos falsos.
"Sim. Sou eu," Íris disse ao telefone, olhando fixamente para Sebastian. "Prepare a rota. Preciso de passaportes e um esconderijo em Miami."
Sebastian sorriu, um sorriso de vitória, mas cheio de amor de verdade. Ele tinha conseguido. Ela não estava olhando para trás. Estava olhando para o futuro.
Íris desligou e olhou para Sebastian, voltando a ser fria, mas agora era uma frieza de decisão.
"Você me deve uma vida, Castello. E se esse sonho de Miami não for real, ou se você me trair, eu juro que vou te caçar até o fim do mundo, e a morte será o menor dos seus problemas."
"m*l posso esperar para te dever essa vida, Executora," ele respondeu, com a voz cheia de carinho. "Mas me chame de Sebastian. Para sempre."
Ela balançou a cabeça em concordância. A decisão estava tomada, o destino selado. A Máfia tinha perdido sua Executora.
A fuga estava planejada. Íris e Sebastian se encontrariam em um mês na Sicília, o ponto de não retorno, prontos para queimar suas vidas antigas. O que eles não sabiam é que as conversas secretas de Íris já tinham sido descobertas. O pai dela, o velho Corleone, estava observando tudo. Ele não a deixaria ir. E o bandido ferido em Milão, inimigo de Sebastian, já tinha avisado o seu próprio clã. A Máfia inteira estava se mobilizando. Íris e Sebastian tinham um mês para se apaixonar antes de serem caçados por todas as famílias que traíram.