05: O Juramento Quebrado: 7 Anos de Paz em Miami e a Chegada do Pesadelo

1339 Words
Miami, Flórida 7 anos depois «Uma manhã ensolarada na cozinha» O sol forte e tropical de Miami invadia a cozinha, espalhando claridade pelas janelas amplas,Não havia cheiro de pólvora, mas sim de torradas queimadas e café forte. A casa, um chalé colorido perto da praia, era uma confusão cheia de vida, vibrante e, acima de tudo, segura. Íris, agora conhecida como Natalie , usava uma calça de yoga cinza e uma camiseta velha. O coque de Executora foi substituído por um r**o de cavalo desleixado. Ela estava tentando convencer sua filha Alice de 5 anos a comer um sanduíche de pasta de amendoim antes da aula de natação. “Mãe, a Sarah diz que o sol destrói o DNA. Devo usar três camadas de protetor solar?” Alice argumentou, os olhos verdes, idênticos aos de Íris, mas cheios de inocência alegre, fixos no tubo de protetor solar. “O sol de Miami é forte, bambina. Mas é um bom destruidor de DNA, então uma camada só já basta,” Íris respondeu, seu sorriso era mais um hábito do que algo que ela precisava se lembrar de fazer. Ela ria, um som que agora era suave e frequente. Sebastian tinha ensinado a ela como. Sebastian, o negociador, agora era professor universitário de História (o disfarce perfeito) e estava fazendo ligações em voz baixa na varanda, organizando um churrasco. Ele ainda estava sedutor, mas a agitação perigosa de Nápoles e Milão havia sido substituída pela paz paciente de um marido e pai dedicado. A vida deles era uma farsa perfeita, construída sobre o sangue e a traição que deixaram na Sicília. A campainha tocou, alto e sem parar. Íris ficou tensa. O instinto de Executora, que estava quieto há 7 anos, acordou na hora. Eles nunca recebiam visitas sem aviso. “Sebastian… Não atende,” Íris sussurrou, a mão já no cabo da faca de pão. “Calma, amore. Deve ser o entregador de gás,” Sebastian respondeu, embora sua voz tivesse uma nota de alarme que ele tentou disfarçar. Mas não era o entregador. TRIIIM! O telefone fixo, que eles só usavam para chamadas de emergência codificadas da rede de segurança de Sebastian, tocou. Íris correu e atendeu. A voz do outro lado era de um ex-associado de Sebastian, um homem que eles pensavam estar morto. “Natalie… É o Marco. Estão dizendo que o Capo Corleone morreu , de ataque cardíaco esta noite.” O sanduíche de Alice escorregou e caiu no chão, fazendo um barulho seco Tudo parou. O Juramento Quebrado: A frieza de antes voltou na hora, como um choque, sumindo com toda a alegria e carinho que ela sentia. O pai dela, o homem que ela traiu, o Capo Corleone... estava morto. O ataque cardíaco era a desculpa mais manjada da Máfia. A morte do Capo não era o fim da guerra; a caçada ia começar. Com ele morto, o trono estava livre, e a Íris, a única filha que sobrou, era agora o alvo principal. “O que isso significa?” Sebastian perguntou, entrando na sala, muito assustado. Íris nem olhou para ele. Ela olhou para Alice, que só via o sanduíche no chão, sem entender nada. O pânico que tinha travado a Íris virou uma raiva muito forte e fria. “Significa que a trégua acabou. O nosso acordo silencioso de ‘vocês estão mortos, então nos deixem em paz’ já era. O trono está vazio, Sebastian. E eles vêm buscar a Executora,” ela respondeu, a voz muito baixa e perigosa. “Quem? Os Corleone? Os Moretti? Acha que eles sabem que estamos aqui?” “Não importa,” Íris disse baixinho. “Meu pai era o único que sabia do nosso plano de fuga, e ele estava rindo na noite do farol. Ele estava nos vendo fugir. Ele sabia que eu voltaria. Ele deixou a Máfia sem líder para me forçar a voltar. Ele queria que eu herdasse o inferno.” A campainha tocou de novo, mais forte, e não parou. E, por baixo daquele som, Íris ouviu o barulho inconfundível de um carro blindado freando com tudo. Eles já sabiam. “Alice, bambina! Vai para o seu quarto, para o cofre debaixo da cama. Não importa quem chame, não abra a porta. Não faça barulho,” Íris ordenou, a voz de mãe severa, mas cheia de desespero. Alice, mesmo pequena, entendeu na hora a mudança de tom na voz da mãe. Os olhos de Alice, normalmente cheios de luz, ficaram sérios. “Sim, mãe,” ela sussurrou, e correu. Sebastian pegou a pistola que estava debaixo da mesa de mármore, o instinto de p******o tomando conta dele. “Eu os distraio na frente. Você pega Alice e foge pelo quintal. Você sabe o Plano B. Pra Cidade do México. Eu te encontro.” “Não. Você não pode ir sozinho. Eles virão em grande número,” Íris respondeu, mas já estava tirando uma faca de arremesso escondida dentro do armário de temperos. Sebastian segurou o braço dela. “Você é a Executora, Íris. Você pode lutar. Mas você é a mãe dela. Proteja nosso único futuro. Eu sou a isca. Corra, por favor!” O barulho parou na hora. A porta da frente voou pra dentro. Três homens de terno preto, rostos desconhecidos, entraram na casa. Eles não tinham a brutalidade dos capangas Corleone; eram silenciosos e profissionais, quase militares. O líder olhou para Íris e sorriu, um sorriso vazio e frio. “Senhora Castello. Ou devo chamá-la de Corleone? Seu pai está chamando você de volta para a Itália. Não se preocupe, a viagem de avião será rápida. Sua filha e seu marido também estão convidados.” Ele fez um gesto para os outros homens. “Peguem a garota primeiro. Pra garantir que ela colabore.” Íris olhou para a porta do corredor. Alice estava lá dentro, escondida. A decisão brutal foi imediata. Ela não ia se entregar. Ela não ia deixar Alice na mão desses caras. “Você não vai tocar na minha filha,” Íris gritou baixo, e a Executora voltou com uma raiva que Sebastian nunca tinha visto. A frieza tinha voltado, mas estava misturada com 5 anos de amor: era um gelo letal e protetor. Ela jogou a faca, que acertou o ombro do cara mais perto, travando ele. Sebastian abriu fogo contra os outros dois, usando a mesa de mármore da cozinha como cobertura. A guerra estava de volta à vida deles, mas desta vez, a Executora tinha algo a perder. E o maior medo dela não era morrer; era falhar com Alice. Íris pulou o balcão, a Beretta na mão, se movendo com a agilidade que ela tinha escondido por anos. Ela atirou, mas eram gente demais. “Vá! Pela janela!” Sebastian gritou, lutando sozinho. Íris correu para o quarto de Alice, o coração disparado. Ela não teve tempo. O líder dos caras estava logo atrás, com a pistola na mão. A última coisa que Íris viu foi o rosto aterrorizado de Alice espiando debaixo da cama, antes que o homem a agarrasse pelo cabelo, puxando-a para trás. “Se você lutar, a garota morre primeiro!” o homem gritou. Íris parou de lutar, o corpo todo tremendo. Alice foi levada. Sebastian estava ferido e lutando na sala de estar. Íris, a Executora que trocou sua vida da máfia pela de mãe, estava agora parada, forçada a voltar para o inferno. Ela olhou para o líder dos homens, o rosto cheio de lágrimas e um ódio paralisado. A promessa de paz tinha acabado, e a promessa de vingança ia começar. Íris sabia que tinha que voltar para a Itália. Mas quando voltasse, ela não voltaria mais como a Executora, mas sim como a Rainha da Vingança. O jogo do Capo havia começado, mas ele nem imaginava o que uma mãe é capaz de fazer para recuperar a filha. O que acontecerá com Sebastian? E com Alice? A Máfia ia descobrir que o amor de mãe é a arma mais perigosa de todas.
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