Milão, Itália
Um luxuoso estúdio de design de
interiores.
(Meses após o primeiro encontro)
Íris Corleone odiava o cheiro de couro novo e café expresso caro. Era um cheiro que disfarçava a podridão. Ela estava em Milão há três semanas, caçando um traidor que desviou fundos maciços do Clã Corleone. A missão era simples: identificá-lo em uma reunião de negócios de fachada e eliminá-lo discretamente.
Ela estava vestindo um tailleur cinza impecável, parecendo uma investidora fria, o coque baixo mais formal do que o habitual, tentando esconder qualquer vestígio da Executora. Mas a Beretta, escondida na bainha da cintura, estava fria e pronta.
O traidor, um homem chamado Pietro, ria alto perto da porta de mogno. Íris calculou a distância: três passos rápidos, dois tiros, e a saída seria pela janela de serviço.
“Buonasera, Corleone.”
O sussurro rouco e conhecido bateu na nuca de Íris como um choque. Ela parou na hora, o corpo todo tenso, as mãos apertadas em punhos dentro das luvas de couro.
Sebastian Castello.
Ele estava ao seu lado, encostado casualmente a uma coluna de mármore, parecendo saído de uma capa de revista, com um terno azul-marinho de corte perfeito. Os olhos castanhos, intensos e sedutores, brilhavam com diversão descarada.
“Você está me seguindo,” Íris disse, a voz baixa, quase inaudível, mas carregada de fúria. Ela não olhou para ele, mantendo a atenção no alvo.
“Seguindo? Eu prefiro chamar de ‘perseguição romântica de alto risco’,” Sebastian respondeu, seu hálito quente roçando a orelha dela. “Demorou para você aceitar meu convite para um segundo encontro, Executora.”
"Eu não aceitei nada disso. Eu vim aqui para terminar o meu serviço," ela murmurou bem baixinho, brava. “Seu aparecimento está comprometendo minha missão. Saia daqui, Castello, antes que eu decida te incluir na lista de eliminação.”
Sebastian se endireitou, mantendo-se perigosamente perto. “Você teve sua chance em Nápoles. Você hesitou. E eu senti. Aquele segundo de indecisão, Íris, foi o momento mais honesto que você teve em anos. Ou você achou que eu esqueceria o quanto sua mão tremeu com o meu sorriso?”
Íris ficou com muita raiva. Ele sabia exatamente onde atingi-la: ela tinha falhado f**o no trabalho da última vez. Ela sentiu uma vergonha enorme. Precisava mostrar que era totalmente fria e que não tinha sentimentos.
"Não se engane, aquilo foi acaso Sr. Castello. Hoje, eu vou terminar o serviço que deixei incompleto," Íris respondeu, com uma voz fria e firme.
Sebastian m*l conseguiu piscar, e de repente sentiu algo de metal na garganta. Íris foi tão rápida que parecia impossível! Ela nem precisou da pistola. Ela usou um golpe de luta (chamado Kali) para tirar o canivete tática que ele escondia na manga, girou o canivete e mirou bem na veia principal do pescoço dele. A mira dela era impressionante e assustadora.
Sebastian não se mexeu, nem piscou. Mesmo com a faca em seu pescoço, ele não desfez o sorriso.
"Nossa, que impressionante. Você é a mulher mais rápida que eu já conheci,” ele elogiou , parecendo mais admirado do que assustado.
Íris jogou o canivete fora, pegou a pistola (a Beretta) e a encostou na cabeça dele. Ela estava no limite, quase explodindo. O medo de ser vista como fraca a fez agir.
"Hoje sua sorte acabou. E eu não vou me distrair," ela avisou, com o dedo pronto para atirar. Ela sentia uma vontade louca de m***r ele, não só para tirar a ameaça do caminho, mas para acabar com a atração que sentia.
“Se você atirar,” Sebastian sussurrou, “vai provar que está apaixonada por mim. Porque só se mata algo que te assusta, Íris.”
Antes que Íris pudesse puxar o gatilho, a janela do estúdio quebrou e começaram os tiros
Trac-trac-trac!
Não eram os homens de Íris. Não eram os homens de Sebastian. Era um terceiro grupo. O alarme de segurança começou a tocar
"Srta. Corleone, parece que seu traidor tinha um 'Plano B', e o plano é nos m***r," Sebastian disse, ainda sorrindo, mesmo com os tiros passando perto da cabeça deles.
Íris soltou um som de raiva (ela rosnou de frustração). Ela tirou a arma da cabeça dele e usou para atirar num dos novos bandidosque apareceram de um corredor ao lado
“Obrigada pelo aviso e você me deve uma,” ela disse, agachando-se atrás de um sofá de veludo e atirando com precisão fria.
“Eu prefiro te dever um jantar,” Sebastian respondeu, já pegando um 9mm de um dos corpos que caíram e se movendo para a posição ao lado dela, cobrindo o ângulo que ela não via.
Eles se tornaram, na mesma hora, uma dupla de luta perfeita.
Íris atirava duas vezes no peito, uma na cabeça. Sebastian usava movimentos mais amplos, socos brutais e desarmes rápidos antes de usar a arma. Ela era precisa e tática; ele era selvagem e letal.
"Três caras na direita! Atrás da estante!" Sebastian gritou, super empolgado com a adrenalina.
Íris não disse nada, mas agiu antes que ele terminasse a frase. Ela se jogou para a frente, aproveitou o tiro de Sebastian como cobertura e acabou com os três caras em três segundos. Eles estavam pensando a mesma coisa ao mesmo tempo. Eles se moviam como se tivessem treinado juntos por anos.
Íris sentiu uma conexão viciante com ele. Pela primeira vez em muito tempo, ela não estava sozinha; ela estava numa «dança da morte» com alguém que sabia exatamente o que fazer. Isso é loucura, ela pensou, sentindo um prazer proibido que a assustou.
O tiroteio acabou tão rápido quanto começou. Voltou o silêncio, só quebrado pelo alarme e pela respiração pesada de Íris e Sebastian. O estúdio estava um caos, cheio de corpos e coisas destruídas.
Sebastian se levantou. Ele estava tenso e suado, mas olhava para Íris com muito desejo e admiração.
"Tivemos um pequeno imprevisto, Executora. Mas preciso admitir," ele ofegou, limpando um pouco de sangue (que não era dele) do terno.
"Nós combinamos muito bem. Você é o fogo, e eu sou a gasolina."
Íris se levantou, voltando a ter sua expressão de pedra. Ela estava cansada, mas a adrenalina ainda era boa. A lembrança de como eles lutaram juntos, pensando a mesma coisa, a incomodava.
Ela mirou a pistola na cabeça dele de novo, firme e sem hesitar.
“Eu ainda posso te eliminar aqui e agora, Castello,” ela disse, a voz como um gelo seco. “Mas vou deixar passar dessa vez. Você serviu para alguma coisa. Na próxima vez, eu te mato sem dó. Você é uma complicação, e eu não gosto disso"
Sebastian levantou as mãos em rendição sarcástica.
“Uma ameaça de morte é a sua maneira de dizer ‘obrigada por me salvar’?”
“É a minha maneira de dizer ‘fique longe’ ” ela rebateu. Ela guardou a arma na bainha, o movimento final e decidido.
Íris se virou, ignorando os corpos, e começou a caminhar em direção à janela de serviço, a única saída segura.
Sebastian observou Íris ir embora, meio curvado pelo cansaço, mas seus olhos brilhavam com uma paixão sem controle. O jeito que ela andava, a força dela, a frieza... ele pensava que ela era a mulher mais perigosa do mundo e estava totalmente obcecado.
"Eu me apaixonei pela assassina mais temida," Sebastian sussurrou para o nada, para ele mesmo, para os mortos no chão. "Isso é loucura."
Ele sentiu uma vontade enorme de correr atrás dela, segurá-la e beijá-la ali, no meio daquela confusão, para provar que a atração deles era de verdade. Mas ele sabia que precisava ser mais esperto.
Ele a deixaria ir por enquanto.
“Você é minha, Íris Corleone. Você só ainda não sabe disso. E eu vou te encontrar no próximo trabalho, e no próximo, e no próximo, e no próximo até você aceitar que essa chama é para nós dois."
Sebastian sentou em uma cadeira quebrada. O sorriso de sedutor sumiu, dando lugar a uma determinação séria. Ele pegou o celular para ligar para o pai, não para falar sobre o tiroteio, mas para perguntar qual era a próxima missão do clã de Íris. Ele tinha que estar lá. Ele precisava vê-la de novo. Ele sabia que, para conseguir Íris, teria que trair sua própria família e talvez a dela. Na Batalha era o único lugar onde eles se encontravam.
Mas Sebastian não estava sozinho no escuro. Um dos bandidos que ele pensou ter matado abriu os olhos devagar, olhando para Sebastian com um ódio frio. Íris e Sebastian fizeram inimigos sem saber, e esses inimigos agora sabiam a identidade de Sebastian Castello.
Ele era o novo alvo