Cap16

1300 Words
Christoff dormia profundamente em sua cama, Eva não conseguia descansar, fazia algum tempo que ela não tinha tido pesadelos tão cruéis... "Corra Linn, ele está vindo atrás de você...CORRA LINN"- A voz de seu pai ecoava e repercutia em seus pensamentos, ela olhou para Christoff e respirou fundo. Ela se lembrou de seu toque gentil e de sua a proximidade, ele tinha um cheiro amadeirado com café, era inebriantes, como ela  iria conseguir não abraça-lo quando fosse dormir? Como ela encontraria a fuga de seus pesadelos sem ele acariciando seus cabelos? -Ah cale-se Eva, pare, isso está de fato, errado...-ela não queria que fosse assim, foi até a cozinha e resolveu cozinhar,   aparentemente ninguém gostava muito de cozinhar ali, ela com agilidade e como desculpa para fugir de seus pensamentos começou a cozinhar, em questão de uma hora o apartamento todo estava cheirando a bolo de uva passa e tâmaras, torta de legumes e cogumelos, um delicioso chá de ervas frescas- ela considerava que iria impressionar Christoff daquele modo- e por fim um pão caseiro delicioso, ela olhou para aquela mesa e sorriu, mas ele não durou muito, ela nunca tinha pensado nisso, mas começou a se imaginar casada, com uma casa de porte médio, no campo, com flores, especialmente não me esqueças, ela jamais esqueceria de seu amado avô, ela se sentaria perto dos vasos em dias quentes e leria Dom Quixote perto delas, como fazia com seu avô, veria seus filhos correndo, talvez um casal, ela claramente já tinha decidido o nome da menina, Kiona, como seria o seu escolhido por sua mãe.- ela se sentou e pegou um pedaço de torta, ela brincava com os pedaços e sorria com aqueles pensamentos... -Que nome seria adequado para ele se fosse menino?- ela falou baixo mas num tom audível- se ele se chamasse Edgar meu pai apareceria a noite para me bater...- ela ria, estava tão distraída que não percebeu a presença de Christoff a espreita a observando- Arthur é um bom nome, em homenagem ao meu avô...Poderia ser segundo nome novamente, talvez deixo meu marido escolher o nome do menino, mas até agora Kiona e Arthur me parecem bons....- ela suspirava- Ah querido bolo de uvas passas, imagine você sendo feito em uma cozinha rústica e uma casa adorável, eu poderia viver facilmente longe da civilização é meio egoísmo de minha parte não? Aonde meu marido trabalharia? Talvez quem sabe, ele seja um escritor e trabalhe observando as flores da janela de casa, afinal eu sou rica não sou? Poderíamos ter a vida que quiséssemos, ele poderia ser o que quiser e eu não me importaria...Bom se ele for teimoso que nem o Christoff não iria aceitar dinheiro de mim, mas poderia patrocina-lo sem ele saber que sou eu...é genial, já sei irei me mudar para o interior, onde ninguém saberá que sou rica, e viverei a vida que eu sempre quis...acho que era isso que meu avô queria no final, não acha? -Eu já vi pessoas falando sozinhas, mas com um bolo nunca...- Eva se assustou e Christoff se aproximou sorrindo -Estava a quanto tempo ai?- ela cora -sim, ouvi você me chamar de teimoso, e gostei do seu plano de patrocínio, eu juro que não conto para ninguém, nem pro seu futuro marido...- ele ri mas logo fica abismado com a comida que cheirava tão bem- Você fez isso sozinha? -Sim, acredite quando eu digo que sei fazer muita coisa, tinha muito tempo livre na mansão então aprendi muitas coisas nos livros de culinária da Virginia, aparentemente ela era amiga de um chef famoso, ela tinha uma coleção de livros dele, e eu li quase todos...quer dizer...- ela ri -Vamos ver se seus anos de estudo valeram a pena. O que fez para eu experimentar e julgar?- ela riu e lhe serviu um pedaço de pão com manteiga, o pão estava tão quente que a manteiga derreteu imediatamente -Esse é um pão de trigo e ervas, experimente...- Christoff se deliciava com o aroma até que deu uma mordida- a cada minuto eu contemplo mais a minha brilhante ideia de ter trazido para morar aqui- ela sorri e lhe serve um chá- Chá?- ele cheira- é de que erva? -Laranja...e segredos...- ele encarou o chá e finalmente bebeu -Evangeline Hoffman, estou impressionado, está quase tão bom quanto meu- ela sorri -Fiz torta de legumes e cogumelos para o almoço, está muito boa, espero que seu tio goste, reparei em como está magro... -Ele tem anorexia - Christoff limpa a boca- ele simplesmente não come, vive a base de café, amendoim e nicotina, me preocupo com ele... -Ele vai comer a minha comida, você vai ver...e por fim...- ela trás para perto o bolo que conversava- Meu amigo, bolo de uvas passas e tâmaras- Christoff gargalha -É definitivamente ele parece ser um bom ouvinte, mas terei que me alimentar dele...- Eva sorri ao cortar um pedaço- Inclusive, do que conversam especificamente? -ela respirou -Do que eu vou fazer quando for embora...- Christoff engoliu seco o bolo -Embora? -Sim, quando o caso acabar, vou pegar minha herança, pelo contrário que meus tios pensam não é tudo pra mim, bom...50% sim, mas o resto é dos meus primos, todo mundo vai ganhar, meu avô era rico o suficiente para deixar todos bem....Mas quando tudo acabar...- ela olha dentro dos olhos de Christoff, naquele momento ela percebeu o tom de mel que era seus olhos, ele prestava atenção em cada palavra - eu vou embora, talvez até mudar de nome, trabalhar em algo simples, ter uma casinha só pra mim, e conquistar as coisas ao meu redor, eu não tenho nada que prenda aqui, quero esquecer que já fui uma Hoffman, irei assumir o sobrenome da minha mãe e desaparecer...- ela sorri- eu só quero encontrar o que eu não tive.... -E o que seria isso?- ela ri de canto -Alguém que fique...- Christoff queria pegar em sua mão, ele sentia a necessidade daquilo, mas não fez, ele não podia....- Christoff nunca pensou em construir uma família? -Eu já tenho meu tio, é o suficiente -vão ser os dois para sempre? e se seu tio se apaixonar? -ele riu- porque ri? ele é mais humano do que aparenta...- Christoff fica sério- e se o amor da vida dele aparecer quando ele tiver 50? Acha que um homem que já perdeu tantos amores e amigos iria desperdiçar a oportunidade de ser feliz de novo, porque você decidiu que seria os dois para sempre? -Quando eu acho que estamos nos entendendo você faz questão de estragar tudo não é?- ele consegue deixar Eva sem palavras- Podia pelo menos tentar me entender também, Eva. -Você tem medo de quem lhe joga verdades duras de mais, não é? -Eu não quero mais falar sobre isso, por favor....- ela falou de forma sutil e Eva se calou e olhou para os eu prato, ela sabia o que ele realmente queria dizer -Perdão, quase quebrei minha promessa..- ela sorri triste- aceita mais um pedaço de bolo?- ele negou sem tirar os olhos dos seus, ele viu que eles estavam marejados, mas ela tentou evitar de olha-lo -Certo, irei lavar a louça, fique a vontade...- ela se levanta mas ele pega em sua mão -Eva, eu não queria...- ela se soltou -Está tudo bem, está no seu direito, eu que fui intrometida, ta tudo bem..- ela sorri e segue para a pia e começa a lavar a louça no mesmo instante, ela conseguia sentir seu olhar nela mas ela não se virou -Eu só queria saber porque tem tanto medo de ser feliz....- ela pensou e aquela simples pergunta a fez derrubar uma lágrima- Ah Christoff, entende tanto de tudo, vê tudo o que ninguém vê, mas o que está diante de seus olhos não enxerga...Ah Christoff...-ela pensava  
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