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Caminhando com a vida

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Spin-off de "Força de Superação". Uma nova perspectiva e continuação da vida de personagens já existentes. A história começa com Mirella, irmã de Milena e filha de Dirce. Aqui o objetivo é dar continuidade aos outros personagens do livro mencionado e agregando novos conhecimentos.

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Capítulo Primeiro
Mirella continuava trabalhando em casa de Berenice, muito satisfeita. Era tratado com muito carinho, ia a todos os passeios com a família e ganhava bem, o que ia lhe render uma boa poupança, visto que não gastava nada do seu salário. Tudo o que precisava, tinha na casa. Quando a mãe retornou das férias em que foi viajar com os patrões e agora amigos, já que morava na casa deles, Júlio, seu patrão a levou na casa deles, para vê-la. Foram todos. Berenice que estava com saudades da mãe e do pai, levando o pequeno Henrique, Júlio que além de estar com saudades dos sogros, estimava a mãe da moça e Mirella. De volta a casa dos patrões, continuou servindo a eles com muita dedicação, já que estava ali por escolha. O tempo de licença de Berenice chegou ao fim e Mirella ficou cuidando de Henrique, agora sozinha. O menino era muito bonzinho. Uma vez limpo e alimentado, deixava-a fazer o resto do serviço e ainda sobrava tempo para mimar a criança. Estava muito satisfeita ali. Henrique estava crescendo rápido e logo começou a engatinhar. Apesar de ter ficado, um pouco mais complicado, ainda conseguia dar conta de tudo e quando o casal chegava do trabalho, encontrava tudo em perfeita ordem: Serviço da casa pronto e a criança limpa e alimentada. O único problema é que Henrique estava cada vez mais apegado a Mirella, causando um certo desconforto em Berenice, que preferia o colo da moça ao da mãe. Berenice continuou tratando Mirella do mesmo modo, mas Júlio percebeu o ciúme da mãe da criança. Um dia puxou conversa com ela e perguntou: - Porque você não para de trabalhar e se dedica a casa e ao Henrique? - Por quê? Você acha que a casa não está sendo bem cuidada? - Não. É que você está se roendo de ciúmes da Mirella. - Bobagem tua. Está tudo bem. - Não está não. Você está ressentida do Henrique estar mais apegado a ela do que a você. - Isso é normal, ela fica com ele o dia todo e nós quando chegamos é quase a hora dele dormir. Nós só ficamos com ele nos finais de semana. - Porque você quer. Pode parar de trabalhar e ficar em casa com ele o dia todo. - E aí, como seria? Teríamos que deixar pra ela só o serviço da casa e diminuir o salário dela? - Não seria justo. Ela continuaria do jeito que está, mas com você em casa, dividindo com ela o cuidado com Henrique. - Ela poderia ficar ressentida. - É só saber fazer as coisas. Você não tem necessidade financeira de trabalhar e quer ficar com teu filho. Diz isso prá ela. Que você vai pedir demissão porque fica com saudades dele durante o dia e quando chegamos a noite é praticamente pra colocar ele na cama. - Tenho receio. Afinal, quando ele nasceu ela largou a vida dela e veio morar conosco pra me ajudar, aí a Dirce foi morar com meus pais e alugaram a casa delas. Já pensou a confusão que eu ia arrumar? - Não precisa dar confusão. Diz que você resolveu parar de trabalhar porquê quer ficar em casa com ele. Ela vai entender e não precisa se mudar por causa disso. - Você acha que ela vai querer receber se diminuir o trabalho? - É, realmente, vai parecer estranho. Mas temos que tentar. Você não está bem com as coisas do modo que estão. - Cuidado com o que vai fazer. - Vou dar um jeito de resolver isso em paz, sem magoar ninguém. Júlio aguardou até o dia seguinte e durante o café da manhã, tocou no assunto: - Berenice, porquê você não deixa o trabalho e fica em casa cuidando do Henrique? Afinal, você não precisa trabalhar fora. Eu ganho o suficiente para manter as despesas com sobra. - Porquê isso agora? - Tenho notado que você anda meio prá baixo, depois que voltou a trabalhar. Só pode ser falta do nosso filho. - Isso é verdade. Tenho saudades de poder ficar com ele. - Então. Pede as contas e fica em casa. Daqui há pouco chega outro e você vai acabar ficando em casa mesmo. Mirella ouvia sem dar opinião. Berenice respondeu: - Tenho vontade de ficar mesmo. Quando eu chego é praticamente prá botar ele prá dormir. Mirella resolveu entrar no assunto: - Seria muito bom. Criaria mais amizade entre vocês. Eu poderia ficar somente com o serviço da casa e vocês podem dar baixa na minha carteira e assinar de novo com uma só função. Júlio respondeu: - Quando eu te coloquei nas duas funções, Berenice ficava em casa, pois estava de licença. Se ela resolver ficar de vez, não vai mudar nada prá você. - Mas antes ela estava de resguardo e precisava que eu cuidasse do menino, agora ela já pode cuidar dele sozinha. - Mas quem vai ficar com o trabalho mais pesado, vai continuar sendo você. Ela pode ficar em casa e você continuar como babá. Quando ela tiver que fazer compras, ir ao cabeleireiro, essas coisas de mulher, quem vai ficar com ele será você. - O senhor é quem sabe. O que sobrar prá mim eu topo. - Então, estamos acertados. Berenice, pede as contas. - Amanhã mesmo vou avisar a empresa. E eles saíram para o trabalho. Mirella gostava muito de Berenice, mas não achava justo continuar com o mesmo salário trabalhando menos. E ficou remoendo o assunto o dia inteiro. Júlio não tinha horário muito rígido no trabalho, devido ao serviço de fisioterapeuta e as vezes, quando não tinha plantão no hospital, chegava em casa cedo. Assim que se viu livre dos compromissos do dia, correu prá casa a fim de conversar com Mirella. Quando chegou ela estava brincando com o pequeno, e o restante do serviço estava todo pronto. Percebeu que Mirella tinha o ar preocupado e perguntou: - Algum problema? - Não senhor. - Você está preocupada por Berenice ter resolvido ficar em casa? - Não é isso. É que não é justo eu ficar com as duas funções. Com ela em casa, muito pouco eu vou fazer pelo menino. - Berenice, gostamos muito de você. Você sempre foi de inteira confiança e nós queremos que continue como está. Vai ter dia que ela vai querer sair, visitar as amigas e você vai continuar fazendo o que tem feito até agora. Não tem necessidade de mudar nada. Apenas, vocês vão dividir o trabalho com Henrique. Ela é mãe e está sentindo falta do filho. - Eu compreendo isso. Só não quero ser peso prá ninguém. - Não é peso nenhum. É uma questão de merecimento. Se eu tiver que tirar o cargo de babá de você, vou dobrar o teu salário de doméstica. Vai dar no mesmo. Você merece ganhar o quanto ganha. - Se o senhor pensa assim, eu fico aliviada. Quando Berenice chegou, avisou que havia avisado a empresa de sua saída e pediram-lhe que trabalhasse mais um mês para preparar alguém para assumir o seu cargo. No Sábado, Júlio foi atender a um chamado de cliente, deixando Mirella e Berenice em casa. Estavam cuidando juntas do pequeno Henrique e começaram a conversar. Berenice falou: - Mirella, sempre gostei muito de trabalhar, mas durante a minha licença, dividindo com você o prazer de cuidar do meu filho e da minha casa, quando voltei ao trabalho, senti falta de vocês. Não quero que você pense que estou fazendo isso por desconfiança de você. Nós duas, juntas, podemos fazer do mesmo jeito que fazíamos quando eu estava em casa naquele tempo. - Sabe, Berenice, vai ser melhor prá você e pro Henrique. Ele estava muito apegado a mim, porque eu passava a maior parte do tempo com ele, mas não acho justo continuar a receber o salário de babá. Mas falei com o Seu Júlio e ele me disse que se eu não aceitasse o salário de babá, ele dobraria o meu salário de doméstica que iria dar no mesmo. Eu não quero ser um peso pra vocês. - Você não é peso nenhum. Se amanhã ou depois eu precisar me ausentar, vou sair tranquila, sabendo que meu filho estará sendo bem cuidado. E isso não tem dinheiro que pague. Aliás, você é moça. Deveria dedicar um tempo prá você. - Prá fazer o quê? - Sair com amigas, namorar, visitar sua irmã e seu sobrinho ou sua mãe. Podemos combinar: Quando você quiser sair sozinha, não quero que se acanhe em falar. - Não tenho essa necessidade, quando vocês vão na casa deles eu vou junto. Pra mim já basta. - Mas você tem que ter folga. - Eu não faço questão. Estou sempre com minha mãe e minha irmã. - Você não pretende ter um namorado? - Não estou procurando. - E se um dia você olhar para um rapaz e simpatizar e for correspondida? - Se acontecer, aí eu te falo. - Promete? - Prometo. Elas eram mais que patroa e empregada. Eram amigas. A partir daquele dia, de vez em quando Berenice passou a sair a tarde. Um dia ia lanchar com uma amiga, em outro visitar seus colegas na empresa em que trabalhou e Mirella ficava cuidando de Henrique. O menino, mesmo tendo a mãe mais tempo com ele, continuava muito apegado a Mirella e ela cada vez mais, percebia o ciúme da mãe. Passou então a querer sair também, para que Berenice se ocupasse mais do filho e restabelecer laços com a criança. No Sábado, quando Júlio avisou que iriam passar o dia na casa dos pais dele, ela pediu para ir para a casa da irmã. Júlio deixou ela na casa de Milena e depois foi para a casa dos pais. Milena estranhou e perguntou: - Tá acontecendo alguma coisa? - Não. Mas prefiro passar o dia com a minha família do que com a deles. - Mas você sempre gostou de ir pra lá! - Eu até gosto. Sou bem tratada. Mas a Berenice está com ciúmes de mim porque o Henrique está muito mais apegado a mim do que a ela. - Isso é normal. Ele passa mais tempo com você. - Aí é que está. Ela parou de trabalhar para ficar com o filho, mas sai muito. Quando ela tenta ficar com ele, pegar no colo, brincar ou dar uma comida, ele faz manha até eu ir fazer o que ela estava fazendo. - Isso é muito chato. - Por isso eu resolvi que vou dar um tempo prá eles. Vou começar a sair também e deixar que ela cuide dele sem eu estar por perto. Assim ele vai ter que acostumar. - Ela não reclamou da tua decisão? - Não. Até falou que eu tinha que ter folga. Disse que eu tinha que passear com amigas, ir a um cinema ou arranjar um namorado. - É. O ciúme tá brabo mesmo. - Se a mamãe não tivesse alugado a casa, eu ia prá casa toda noite e folgar nos finais de semana. Mas moro lá. Então só pensei em vir pra cá passar o dia. - Fez bem. - Tem certeza que não estou atrapalhando. - Claro que não. Por mim, pode vir prá cá sempre que quiser. A casa é grande. E se você quiser mudar prá cá, tem lugar prá você também. - Vou pensar. Pode ser uma solução. Eu posso ir e voltar todos os dias. Ou ficar lá de Segunda e Sexta e passar os fins de semana fora. - O que você resolver, conte comigo. - E o Jairo? Ele não vai reclamar? - É claro que não! - Tá eu vou pensar e conversar com eles. Depois eu te falo. Passaram um dia maravilhoso. Conversaram muito e brincaram com o pequeno Jurandir que ainda não engatinhava. Na parte da tarde, como estava muito calor, resolveram tomar banho de piscina. Jairo enchia a cunhada de atenções, toda hora oferecia suco, um sanduíche ou salgadinho. Com isso ela estava se sentindo bem vinda. De noite, Júlio ligou avisando que ia passar lá para buscá-la. Se arrumou e ficou aguardando o patrão. Quando ele chegou, se despediu e entrou no carro. Ao chegar na casa deles, resolveu primeiro conversar com Berenice quando estivessem sozinhas na Segunda-Feira, e só depois tomar uma decisão. No Domingo foram passar o dia na casa de Seu Jair. Assim que teve uma oportunidade, Mirella se abriu com a mãe. Contou tudo o que estava acontecendo e a mãe ficou preocupada. Mirella não podia mesmo continuar morando com eles. Mas a seu ver, morar com Milena também não seria solução. Era trocar seis por meia dúzia. Apesar de serem irmãs e amigas, Milena agora era casada e tinha um filho. Seria penetrar na i********e da outra do mesmo jeito. Resolveu se aconselhar com Dona Nora assim que fosse possível. Depois que todos saíram, Dirce ajudou a colocar as coisas no lugar e a limpar a cozinha, pensando em como abordar o assunto. Quando se sentaram na sala, junto com Seu Jair, a própria Nora, puxou o assunto: - Percebi que a Mirella estava se esquivando um pouco de ficar com o Henrique hoje. E quando ele estendia os bracinhos pra ela a Berenice virava ele pra outro lado. Você sabe o que está acontecendo? - A Berenice parou de trabalhar para ficar com o filho, mas o menino já estava muito acostumado com a Mirella e só queria ela, daí a Berenice ficou com ciúmes. - Isso é muito chato. - A Mirella está pensando em sair para a casa da Milena todo final de semana, pra deixar eles se acostumarem mais, um com o outro, aliás a própria Berenice falou que ela tinha que passear e ter folgas. - Seria bom mesmo, mas seria melhor se ela tivesse o cantinho dela. Ir para a casa da irmã todo final de semana, não me parece uma boa solução. - Também penso assim. Mas nossa casa está alugada e tem contrato. - Dirce, nós adoramos você aqui com a gente, será que ela não viria também? - Desculpa, mas também não acho viável. E não vou deixar ela sozinha. Ela nunca morou sozinha. Seu Jair deu sua opinião: - E se você alugar uma casa pequena prá vocês enquanto a tua estiver ocupada? Dona Nora: - É uma boa idéia. Um quarto e sala, só para finais de semana. - Como assim? - Vocês ficariam de Segunda a Sexta e passariam o final de semana juntas. - Mas achar alguma coisa boa, pode demorar. - Enquanto procuram ela pode ficar aqui ou na Milena. Acho que vai ser bom prá todos. No dia seguinte, Mirella resolveu conversar com Berenice: - Berenice, preciso conversar com você. - Vamos sentar prá conversar. O Henrique ainda está dormindo. Assim que se sentaram, Mirella foi ao assunto: - Eu gosto de trabalhar aqui e acho que vocês também gostam do meu trabalho. - Com certeza, estamos muito satisfeitos com você. Não vai me dizer que está querendo ir embora. - Vai depender da conversa que vamos ter agora. - Pode falar. - Por eu ter ficado muito tempo cuidando do Henrique, ele se apegou demais a mim e isso não é bom. A mãe é você. - Confesso que fiquei com ciúme. - Pois é. Eu notei. - E por isso você quer sair? - Não. Gosto daqui e de vocês. Mas pensei em mudar um pouco as coisas. - De que maneira? - Minha intenção é alugar uma casinha, prá mim e minha mãe. - Mas a sua mãe mora com meus pais. - Minha mãe foi morar com seus pais porquê eles não acharam bom ela ficar sozinha, com eles tendo uma casa enorme, já que ela trabalha lá. Mas todos os nossos móveis estão guardados lá mesmo. Já sabíamos que não se seria definitivo. - E você quer ir e vir todos os dias? - Não porquê seria dispendioso e cansativo. - E então? - Estou pensando em ficar de Segunda a Sexta. Eu aqui e minha mãe na casa dos teus pais. Na Sexta depois de acabar todo o serviço, nós iríamos prá casa. - Mas vocês vão pagar aluguel? Veja bem, Mirella. Apesar de eu ter ficado enciumada, não quero prejudicar você. - Vamos pagar o aluguel com o aluguel que recebemos da nossa casa e ainda vai sobrar dinheiro. Nossa casa é enorme. Eu e a Milena, dividimos o quarto por tanto tempo porque nos acostumamos desde pequenas a dormir juntas. E nós vamos procurar uma casinha de um quarto só. Eu vou passar a dormir com a minha mãe. - Mas enquanto isso não acontece? - Vou ficar finais de semana n casa da Milena, enquanto não arrumamos nosso cantinho. Veja bem, seria a solução pra todo mundo. - Seria bom mesmo. Só tenho medo de você acabar indo embora de vez. - Não tenho essa intenção. Mas você mesma falou que eu tinha que folgar, ter amigas e passear. E depois, final de semana, vocês não ficam em casa. Ou vão para a casa dos teus sogros ou dos teus pais. Se você quiser, posso deixar pratos congelados para uma necessidade. - Olha, eu estou gostando da idéia, mas e meus pais que estão acostumados com a Dirce morando com eles? - Minha mãe ficou de conversar com eles. - Então, eu vou falar com o Júlio e com os meus pais e saber como estão as coisas. Depois eu falo com você. - Tá bom. Nesse momento, Henrique abre o berreiro e Berenice vai cuidar do filho. O resto do dia passou tranquilo. A amizade não tinha sido abalada. De noite, depois de se recolherem Berenice conversou com o marido e depois de relatar toda a conversa que teve com Milena, apenas ouviu: - Vai ser bom prá todo mundo. O Henrique precisa entender quem é a mãe dele. Mas e se você engravidar de novo? - Não pensei nessa possibilidade. - Mas pode acontecer. - Se acontecer a gente resolve na hora. - Acho melhor combinar tudo logo, com antecedência. - Amanhã eu converso com ela. - É o melhor a fazer. E foram dormir. No dia seguinte na mesa do café, Júlio começou a conversar com Mirella: - A Berenice me contou dos seus planos de alugar uma casa para você voltar a morar com a sua mãe. - E verdade. Acho melhor o Henrique ficar alguns dias sem me ver. Assim vai aumentar o apego com ela. - A idéia é muito boa, mas e se a Berenice engravidar de novo? - A gente volta a situação atual até ela poder ficar sozinha de novo. - A sua mãe já sabe dessa tua decisão? - Sabe que eu vou ficar os fins de semana na casa da Milena. Que eu quero alugar um lugar prá nós, não. - Isso tem que ser conversado com todos os envolvidos. Sua mãe mora com os meus sogros. Será que eles não vão ficar ressentidos dela mudar de lá? - Pelo que eu os conheço, acredito que não. Afinal esse foi um arranjo que já na época, foi combinado como temporário. Tanto que nossas coisas estão guardadas lá. Eu fiquei aqui direto porque a Berenice trabalhava e era o melhor a fazer na época. Agora as coisas estão diferentes e não há necessidade de ficar aqui o tempo todo. - Eu espero que corra tudo da maneira que você está prevendo. - Eu também. O resto da semana correu sem novidade. Na Sexta-feira, Mirella depois de terminar o serviço, foi para a casa de Milena, passar o fim de semana. No Domingo, dia em que toda a família estava reunida, Júlio aproveitou para conversar com os sogros e Dirce: - A Mirella está querendo passar as folgas em casa, com a mãe. Dona Nora tomou a palavra: - Nós já sabíamos. Eu acho certo. Até falei com a Dirce que era melhor alugar alguma coisa para as duas. Afinal, elas têm o direito de viver a vida delas nas folgas. - A senhora falou com a Mirella sobre isso? - Não. Não vi mais a Mirella desde o Domingo passado. - Ela também está pensando em alugar alguma coisa prá ela e a mãe. E até lá quer ficar na casa da Milena nos finais de semana. Mirella que estava calada até então, resolveu falar: - Foi uma ótima coincidência. E perguntou diretamente para a mãe: - E a senhora, o que pensa disso? Dirce respondeu: - Achei uma boa idéia. - Então, vamos começar a procurar. Com todos de acordo era muito melhor. Ninguém ficaria magoado. Como era Domingo, deixaram para começar a busca para o próximo Sábado de manhã. A noite, na hora de irem embora, Júlio perguntou: - Quer ir agora, Mirella? - Não. Vou amanhã às oito. - Até amanhã então. - Até amanhã. Depois que eles se foram, Dirce, Dona Nora, Seu Jair, Mirella, Milena e Jairo continuaram o assunto. Milena, que até agora não havia se envolvido, deu sua opinião: - Porquê ao invés de alugar alguma casinha pra vocês, não compramos uma? Dirce respondeu espantada: - Nós já temos casa, só não está disponível no momento. - Eu sei mãe. Mas, veja bem: Nós três temos economias. A Mirella vem juntando dinheiro desde que ainda morava em casa, você também e morando aqui acredito que só aumentou e eu tenho ainda aquele dinheiro que recebia do Seu Osvaldo, até o que eu retirei para o enxoval, já cobri e continuei juntando. Um imóvel, sempre é um investimento. Amanhã se não precisar mais morar, aluga. - Não acho justo você gastar o seu dinheiro com a gente. Você tem um filho agora. - Que também vai ser herdeiro da casa algum dia. E que demore muito, se Deus quiser! Jairo que tinha se mantido calado, resolveu dar sua opinião: - Concordo com a minha mulher. Vocês vão ficar com uma casa a mais. Eu acho válido. Afinal a senhora tem duas filhas. Dirce perguntou: - O que você acha Mirella? - Não tinha pensado tão alto, mas gostei da idéia. Vamos procurar e se aparecer alguma que possamos comprar, eu topo. Só que a Milena é quem tem a maior parte e eu não acho justo ela entrar com todo o dinheiro dela. Milena respondeu: - Esse dinheiro eu recebi quando ainda morava em casa, com vocês e ele foi indenização de anos de trabalho em que não recebia salário justo. Se não fosse assim, eu teria recebido só os meus dias trabalhados e nada mais. Vocês têm que ver que se eu tivesse recebendo o certo, nós três teríamos tudo uma vida melhor. Nunca nos faltou o essencial, mas poderíamos ter tido mais conforto. Nós três passamos por isso juntas, portanto o dinheiro não é só meu. Pertence a nós três. Jairo: - Concordo com a Milena. Tanto que nunca deixei ela mexer nesse dinheiro. Mirella, emocionada: - Se vocês pensam assim, não tenho mais argumentos. Dirce concordou: - Nem eu. Milena procurando manter sua postura: - Aqui no bairro, terrenos enormes foram loteados, Vamos procurar alguma coisa aqui perto? Dirce e Mirella responderam juntas: - Vamos. Depois disso, Milena e Jairo se despediram e levaram Mirella com eles. As semanas foram passando, sem que encontrassem alguma casa. Nem para comprar e nem para alugar. Mirella continuava indo para a casa da irmã toda Sexta-feira, mas essa situação já estava se tornando incomoda, afinal estava atrapalhando a privacidade do casal, apesar de ser muito bem recebida. Depois de passadas quatro semanas, são avisadas que perto dali, há quatro quarteirões de distância, tinha uma casa a venda. Como era noite de Sexta-feira, deixaram para o dia seguinte. No Sábado, logo cedo, foram os quatro na casa de Seu Jair, e depois de deixar ele olhando o pequeno Jurandir, foram ver a casa . Dona Nora, curiosa, foi junto. Se tratava de uma boa casa de frente, com um bonito quintal. Tinha dois quartos e demais dependências. O proprietário morava ao lado e foi pessoalmente mostrar o imóvel. Gostaram do que viram. Se tratava de uma casa ampla, muito bem conservada, apesar de antiga, e o proprietário estava se desfazendo porque queria voltar para sua terra e já tinha se desfeito de quase todos os seus imóveis, restando apenas aquela casa e a que ele morava com a família, que só seria vendida, quando vendesse aquela. O preço cobrado cabia no que elas tinham juntado e não sobraria quase nada. Porém, como as três estavam trabalhando, resolveram fechar o negócio. Seu Joaquim, o proprietário, marcou de irem no cartório na Segunda-feira, o que ocasionou certo embaraço, uma vez que as três estariam trabalhando, mas Nora, logo deu a solução, e disse: - Mirella e Milena, vão trabalhar e eu e o Jair, acompanhamos a Dirce ao cartório, até porque vai precisar de testemunhas. Milena se preocupou: - E o Jurandir? Durante a semana o menino ficava com as avós para Milena trabalhar. Foi Nora novamente que respondeu: - Vai com a gente. Mirella: - E como vamos retirar o dinheiro? Isso era um problema. Seu Joaquim então, resolveu marcar para Terça-feira. Realmente, não tinham como retirar o dinheiro no final de semana, pois os valores dos saques em caixas eletrônicos, eram com valores limitados. Depois de combinarem, voltaram para casa de Dona Nora. Elas sabiam que tinham que avisar ao banco que iriam sacar o dinheiro das contas com vinte e quatro horas de antecedência. No dia seguinte, quando todos estavam reunidos, deram a boa notícia para todos. Júlio e Berenice foram os primeiros a cumprimentar. Sérgio, procurando disfarçar, pegou o telefone e ligou para o pai. Logo depois Seu Paulo chegava na casa de Jair. Pediu para ser levado até a casa para dar uma olhada. Dirce ficou sem jeito, porque achava que ia incomodar Seu Joaquim. Afinal estava tudo combinado. Depois de Seu Jair explicar que ele como engenheiro, poderia ver melhor as condições do imóvel, Seu Paulo disse que se não desse prá ver por dentro, voltaria no dia seguinte. Resolveram ir Seu Jair e Paulo, sem mencionar que eram parentes das compradoras, como se estivessem interessados na compra. Assim que chegaram no endereço, Seu Joaquim explicou que já tinha sido negociada e logo colocaria a do lado a venda. Ele estava no local apenas retirando as placas. Pediram pra ver mesmo assim, já que estavam ali. Seu Joaquim acabou cedendo e principalmente Paulo vistoriou o imóvel todo. Agradeceram e saíram. De volta a casa de Seu Jair, Paulo deu a sua opinião: É uma casa muito boa. Vale bem mais do que foi pedido. Elas ficaram felizes com a compra.

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