Minha versão Alien

975 Words
Ananke puxou-me para ele, seu olhar assustado buscando me trazer de volta a situação, o homem rosa, ficou em choque ao escutar aquelas palavras de Ananke. Porém nada daquela cena me deixava mais apavorada do que pensar na remota narrativa de tudo aquilo ser real. Ver Margo chorando arrasada, os detalhes, o macacão vermelho , as duas chiquinhas com elásticos amarelos de girassol que era sinal de que ela precisava se sentir reconfortada. Como eu poderia estar aqui, sendo a culpada do sofrimento dela? Isso tornava um dos meus piores pesadelos na realidade. —Meraki! —Chacoalhou-me Ananke tentando trazer meus pensamentos para os fatos presentes. —Eu estou aqui! — Por Asiris! Achamos que você tinha ido para reino dos Lóng yīng! — Fala Maha com as mãos no coração com um tom de voz ofegante. — O que foi isso? — Pergunta Ananke, ainda ajoelhado com um olhar assustado e protetor. — Meu corpo na Terra, ainda estou de alguma forma ligada a ele… Acho que ele estava morrendo— Falei levantando-me, assim que Ananke vê o senhor rosa, ele o olha com veracidade e pronuncia as palavras cerrando a mandíbula. — Se contar algo do que ocorreu aqui para alguém, desejaria ter nascido sem a habilidade de falar! Compreendeu? O ser simplesmente concordou mexendo a cabeça, acredito que ele não havia entendido o que de fato estava acontecendo, não subestimando sua inteligência, mas pensar que alguém que estava morta a 100 ano, está viva é um pouco demais. —Interessante, então se você morrer na Terra talvez sua consciência não sobreviva —Enfatizou Maha. —Não temos tempo de pensar nisso! Vamos para os jogos e depois nos preocuparemos com o que pode acontecer— respondeu Ananke de forma fria. Eu não saberia a resposta para aquilo, comecei a sentir meu coração disparar e minha mão tremer há pouco tempo descobri que aquilo se tratava do início de uma crise de pânico, mas precisa ser controlada, por mais apavorante que fosse estar em outra galáxia, cercada por aliens, em um corpo da minha versão alien, embora fosse totalmente plausível. —Respire fundo, respire fundo…—Sussurrei para que só eu pudesse escutar. Assim que a porta do elevador se abriu senti sem meu consentimento minhas pernas se moverem o mais rápido que elas conseguissem até se sentirem minimamente seguras, eu estava surtando, assim que cheguei na floresta uma árvore alta serviu de apoio para meu corpo cansado, repetia desesperadamente que tudo ficaria bem, contando de três em três, mas me vinha sem ser convidada a memória da Mag berrando por mim, apavorada com a possibilidade da minha morte, eu a amo tanto que a possibilidade de ser morta na guerra desses ETs me parecem menos assustadora do que fazê-la sofrer por mais um segundo. —Eu sinto muito! Falei colocando os joelhos contra meu peito e me abraçando forte, tentando encontrar algum conforto, uma forma de simplesmente parar de chorar, desviar minha dor para outro lugar, mas parecia impossível. —Você está maluca? Chamou tanta atenção que não me surpreenderia se tivesse infinitos soldados õpleanos vindo para cá agora!— Gritou o homem de cabelos pretos enquanto se aproximava. —Por favor, apenas me deixe em paz, eu não consigo …—Gritei em meio a cascata de lágrimas que rolavam pelo meu rosto, Ele se senta ao meu lado, faz um sinal para Maha que estava logo atrás para seguir. —Está assustada, não é criança? —Não me chame de criança! Eu me sinto uma i****a fraca e envergonhada, eu não sou assim normalmente, eu juro para você! — Está tudo bem ficar com medo, mas eu preciso que retome a compostura. —Como? Como acha que vou fazer isso? É tão fácil para você me dizer o que fazer! —Eu sei, que não é, mas preciso que fique calma, Meraki seu corpo humano pode ficar desequilibrado e não ter consequências aos outros, mas esse corpo se entrar em desequilíbrio pode destruir toda a nossa cúpula. —Jura que está colocando uma responsabilidade dessas no meu colo agora? Eu estou pouco me importando com a destruição da sua amada cúpula! Eu quero voltar para a d***a da minha casa! —Está sendo uma criança egoísta e me forçando a fazer algo que não quero! Então recomponha se agora! —Seu traquejo social é compatível com o da cuca! Eu só quero que me deixe em paz! Grito em um tom tão agudo onde por um milésimo de segundo como se a gravidade não nos segurasse ao chão e depois nos jogasse violentamente nele. Ananke se levanta limpando a roupa, enquanto eu já não tinha força para isso. —Disse que não queria fazer isso. Ele ressalta antes de tocar em meu braço fazendo com que eu apagasse em frações de segundo. Quando abri os olhos novamente estava ainda na floresta. Senti mãozinhas pequenas tocando minha cintura, uma paz transbordando meu coração fazia com que soubesse exatamente de quem se tratava. —Meraki! Você me fez correr muitíssimo! A pequena de olhos enormes, com um sorriso banguela estava olhando diretamente para mim. —Eu te amo, meu pedacinho do céu! Falei abraçando sentindo que meu universo estava a salvo. —Eu sei disso, o que você tem está esquisita. —Nada, só não me solte, está bem? —Por quanto tempo? —O quanto você aguentar. —Mas, o tio está nos esperando…—Ela sussurra. —Tio? Que tio? Do que está falando? Falei para você não confiar em ninguém! Falei segurando um firme seus bracinhos a fazendo ficar assustada. Sinto uma mão tocar meu ombro, me causando um pavor repentino. —Porque está assustando ela? Era Ananke sussurrando em meu ouvido, fazendo meu estômago desembrulhar. Eu me levanto e ele me abraça com certa i********e, me fazendo sorrir.
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