CAPÍTULO 65 DANTE NARRANDO Segurei ela no meu peito e, pela primeira vez em muito tempo, senti que nada no mundo me ameaçava. Nem polícia, nem facção rival, nem dívida de ninguém. Só ela ali, pequena, tremendo, chorando, e eu jurando pra mim mesmo que não ia soltar. Mas, por dentro, era guerra. Porque quanto mais eu dizia que era pra proteger, mais eu sabia que tinha outra coisa me consumindo. E isso me deixava putø comigo mesmo. Traguei fundo, sentindo o cheiro doce do cabelo dela se misturar com a fumaça que ainda queimava na ponta do baseado. O coração batia acelerado, pesado, como se quisesse sair no soco com as ideias na minha cabeça. — Eu não vou deixar tu sumir… nunca. — murmurei, baixo, quase sem perceber que tinha falado em voz alta. Ela se ajeitou no abraço, a respiração p

