- O FIM DE DENTUÇO

1520 Words
Ponto de vista de Kira Logo que me preparava para sair da área do acampamento, Killey apareceu segurando uma monokatana. Sem hesitar, ele se ofereceu para me ajudar. Antes que eu pudesse responder, estendeu a lâmina para mim. — Aqui, achei que fosse precisar. — Disse, sem rodeios. Peguei a monokatana, sentindo seu peso familiar na mão, enquanto ele continuava com sua preparação. Carregava também um rifle pesado, que colocou dentro de um carro junto com um suporte para a arma. — Você tem certeza? Posso ver que seus pontos ainda estão visíveis. Concordo que vá, mas apenas como apoio. — Declaro, sem deixar espaço para discussão. — Como se eu tivesse sido algo além disso durante toda essa incursão. — Killey responde em um tom seco e baixo, sem interromper seu trabalho. Ele então aponta para uma moto e olha para mim. — Kira, sei que você não gosta de andar dentro de veículos fechados, então ajeitei essa para você. — Um leve sorriso escapa de seus lábios. Fico realmente surpresa. Não faço ideia de como ele percebeu isso. Nem mesmo Douglas havia notado ou notou e não se importava, tanto faz... A caçada ao Dentuço foi direta e brutal. Quando chegamos ao bunker, Killey retirou do carro o suporte para a arma e anexou o pesado rifle sobre ele. Estávamos bem escondidos, preparando a emboscada com precisão. Pouco tempo depois, o som de um motor ecoou pelo local. Ficamos atentos. Assim que verificamos, vimos um carro chegando. Quatro homens desceram, posicionando-se de forma que bloqueavam nossa visão do alvo. Ajustei minha postura e falei baixo, sem desviar os olhos da cena à frente: — Killey, eu vou limpar a área. Quando não houver nada impedindo sua mira, finalize. Dentuço se aproximava do local com quatro de seus capangas, confiantes de que dominavam a situação. Mäl sabiam que estavam a segundos da morte. Kira veio como um trovão sobre rodas. A moto cortava o ar em alta velocidade enquanto ela avançava como um predador impiedoso. Sua monokatana brilhou no ar antes de encontrar seu primeiro alvo—um corte limpo e preciso que separou o corpo do capanga em dois antes que ele sequer tivesse tempo de reagir. Sem diminuir o ritmo, Kira girou o guidão e fez uma curva fechada, deslizando pelo campo de batalha. O segundo capanga tentou disparar contra ela, mas a lâmina o encontrou primeiro, abrindo seu peito de lado a lado. Sangue tingiu o solo quando Kira acelerou mais uma vez, sua presença sendo um borrão letal entre os inimigos. O terceiro capanga avançou contra ela na tentativa desesperada de acertá-la. Kira saltou da moto no último segundo, deslizando pelo chão enquanto a lâmina cortava as pernas do inimigo. Ele caiu de joelhos, e um golpe final atravessou sua garganta antes que ele pudesse sequer gritar. O último capanga recuou, tremendo, mas não teve tempo de fugir. Kira avançou, girando no ar e, com um golpe certeiro, arrancou sua cabeça. O corpo tombou sem vida, e a moto dela rugiu ao retornar para sua mão firme no guidão. Agora restava apenas Dentuço—e ele sabia que era o fim. Antes que pudesse reagir, um disparo ecoou pelo campo de batalha. Killey, já posicionado, não hesitou. Um único tiro. Preciso. Implacável. A cabeça de Dentuço explodiu em uma chuva de ossos e sangue antes mesmo que ele pudesse entender o que havia acontecido. Ao se aproximarem da entrada do bunker, Kira e Killey notaram que ele estava protegido por um pátio de fábrica abandonado. Estruturas metálicas enferrujadas se erguiam como esqueletos contra a penumbra, e pilhas de entulho estavam espalhadas pelo chão. Os postes de iluminação lançavam uma luz amarelada e trêmula sobre o local, criando sombras irregulares. Foi então que perceberam a emboscada. Oito homens estavam posicionados no pátio, armados com rifles FN-HAL e granadas. Eles não estavam ali por acaso — guardavam o lugar com disciplina e atenção. Kira estreitou os olhos. — Temos companhia. — Murmurou. Antes que pudessem reagir, um dos inimigos os avistou e gritou: — Intrusos! O primeiro disparo rasgou o ar, atingindo um pilar próximo e levantando uma nuvem de poeira. O combate começou. Killey se jogou atrás de uma pilha de sucata, ajustando o rifle pesado no suporte improvisado. Kira, por outro lado, avançou. Seus músculos se tensionaram, e em um único movimento fluido, sacou a monokatana e correu em zigue-zague entre as sombras. Dois inimigos tentaram interceptá-la. O primeiro ergueu o rifle, mas Kira foi mais rápida. A lâmina brilhou sob a luz artificial ao atravessar sua garganta, abrindo um corte profundo. Ele caiu de joelhos, olhos arregalados, antes de tombar sem vida. O segundo puxou o pino de uma granada, mas antes que pudesse reagir, Kira girou o corpo e a lâmina subiu em um arco perfeito, abrindo sua testa até o crânio. O homem estremeceu, os olhos vazios antes de desabar. — Cuidado com as granadas! — Killey alertou, puxando o gatilho. O estrondo do rifle pesado fez o ar vibrar. O projétil atravessou uma das coberturas metálicas e atingiu um inimigo, jogando-o contra uma pilha de caixas. Os adversários tentaram revidar com força total. Um deles puxou o pino de uma granada e lançou em direção a Killey. Ele se jogou para o lado no último segundo, enquanto a explosão lançou detritos e poeira para todos os lados. Kira avançou sem hesitar. Um inimigo disparou contra ela, mas ela se abaixou no último instante e deslizou pelo chão, cortando sua perna na altura do joelho. O homem caiu gritando, mas antes que pudesse tentar algo, Kira cravou a lâmina em sua nuca, torcendo-a para garantir que ele não levantaria mais. Restavam quatro. Dois deles disparavam rajadas contínuas para manter Killey acuado, enquanto os outros dois tentavam se reposicionar. Kira viu a movimentação e saltou sobre uma pilha de sucata, usando a estrutura metálica para impulsionar seu corpo. Ela aterrissou sobre um dos inimigos, sua lâmina já descendo antes mesmo que ele percebesse. O golpe perfurou o topo de seu crânio, atravessando até o maxilar. O outro tentou golpeá-la com a coronha do rifle, mas ela girou no ar, desviando com agilidade felina. Sua lâmina cortou em um movimento seco, decepando parte do rosto do homem. Ele caiu sem um som sequer. Killey aproveitou a brecha. Ajustou a mira e disparou, acertando um dos dois últimos oponentes. O último, percebendo que estava sozinho, tentou fugir. Kira lançou sua monokatana. A lâmina girou no ar e se cravou na base do crânio do fugitivo, interrompendo sua corrida abruptamente. O corpo dele tombou pesadamente contra o chão de concreto. O silêncio tomou conta do pátio, quebrado apenas pelo farfalhar do vento entre os destroços. Kira recuperou a lâmina e olhou para Killey, que soltou um suspiro pesado. — Direta e brutal, como sempre. — Ele comentou, recarregando a arma. Kira apenas sorriu de canto, agitando a lâmina no ar. A entrada para o bunker estava livre. Agora, era hora de terminar o serviço. Logo após atravessarem o pátio, Kira e Killey chegaram a um corredor estreito, com paredes de metal envelhecido e piso de concreto marcado pelo tempo. O ar ali dentro era pesado, impregnado com o cheiro de óleo e ferrugem. Kira ativou sua visão térmica, seus olhos adaptando-se rapidamente ao novo espectro de cores. O calor dos corpos se destacava contra o ambiente frio. No final do corredor, dois traços de calor denunciavam a presença de guardas posicionados próximos a uma porta reforçada. Ela retirou de sua mochila um pequeno robô de limpeza, um dispositivo que sempre carregava consigo para eliminar vestígios de suas ações. Mas, desta vez, o robô teria um propósito diferente. Com movimentos rápidos e precisos, Kira acoplou a ele um par de granadas e um pequeno dispositivo de acionamento remoto. — O que você tá tramando? — Killey perguntou em um tom baixo, observando-a trabalhar. — Vou mandar um presente pra eles. — Kira murmurou, ajustando os últimos detalhes antes de ativar o robô. O pequeno autômato começou a se mover silenciosamente pelo corredor, suas rodas quase inaudíveis contra o concreto. Programado para seguir em linha reta, ele avançou lentamente em direção aos guardas. Assim que ele alcançou metade do caminho de acordo com os cálculos de Kira,a Kira puxou uma cordinha presa aos pinos das granadas, ativando a contagem regressiva de cinco segundos, calculado o tempo e distância precisas. Os guardas notaram o robô se aproximando, franzindo a testa ao ver o pequeno dispositivo parar bem aos seus pés. Um deles inclinou a cabeça, confuso. O outro começou a levantar o rifle, talvez desconfiado. Mas já era tarde demais. As granadas explodiram com um estrondo ensurdecedor. O impacto reverberou pelo corredor, lançando estilhaços e uma onda de calor mortal. A pressão da explosão sacudiu as paredes de metal, e um breve clarão iluminou o ambiente antes da fumaça densa tomar conta do espaço. Kira esperou apenas um instante para garantir que o serviço estava feito. Então, com um gesto rápido, desativou a visão térmica e avançou pelo corredor, a monokatana em mãos, pronta para eliminar qualquer ameaça restante.
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