Samuel White
O almoço com a Lívia foi melhor do que eu esperava.
No começo, ela ainda estava tensa, com o olhar baixo, o corpo encolhido como se tivesse medo de respirar. Mas aos poucos, entre um gole de café e outro, eu vi a cor voltando ao rosto dela. Ela até sorriu uma vez, e aquilo bastou para me deixar satisfeito.
Ela é o tipo de pessoa que tenta se recompor rápido, mesmo quando o mundo inteiro parece desabar nas costas.
Depois do almoço, voltamos para a fábrica no mesmo ritmo de sempre. O barulho das máquinas preencheu o ar como se nada tivesse acontecido, mas eu sabia que, por dentro, ela ainda tremia.
A cada passo que o Supervisor dava pelo galpão, eu sentia o corpo dela enrijecer. Mas, por sorte, ele não apareceu mais. O dia passou numa mistura estranha de tensão e alívio.
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