Dilemas do coração

III – Atração

- Você parece não estar à vontade. _ Paloma fala ao se aproximar da morena que estava afastada dos pais. Abelardo pediu licença para buscar um vinho, então a loira aproveita para falar com sua vítima.

- Ah, me desculpe, não é isso, eu só ...

- É tímida. _ Ela termina uma frase da mulher com um sorriso encantador.

- Sim, eu sou. _ Clara fala, baixo.

- Vem, vamos para a varanda. _ Paloma segura na mão da morena e se encaminham para fora da casa, essa que tinha uma linda vista para o jardim perfeito. - Aqui é bonito. _ A loira diz ao pararem perto da cerca de madeira e admirarem a paisagem

- Sim, eu sempre gostei de flores.

- Você me parece ser uma mulher encantadora. _ Paloma bebe do líquido vermelho de sua taça.

- Eu...

- Não se sinta envergonhada. _ A loira se aproxima. - Você é linda. _ Ela fica mais próxima. - E tem um sorriso maravilhoso.

- Paloma ...

- Não fale o meu nome assim. _ A loira passa sua mão perto do rosto da morena, acariciando sua bochecha com o polegar. - Você está nervosa? _ Uma morena assente. - Porque?

- Acho melhor ... _ Uma morena se afasta. - É melhor entrarmos.

            Paloma não entendeu, era evidente que as duas se sentiram atraídas. Clara estava tão abalada pela proximidade quanto a uma loira, mas a diferença eram os objetivos. Paloma corria atrás de sua vingança, já Clara estava atrás de felicidade. Ela era uma boba apaixonada, daquelas que sonham com o príncipe encantado e cavalo branco. Mas pelo que forjado, o destino pode ter-lhe oferecido uma princesa e o cavalo branco pode ser uma linda Ferrari vermelha.

- Tudo bem, vamos.

            As duas mulheres entram. O senhor Fonseca já estava na sala com sua esposa, conversando animadamente. Quando as duas voltaram, eles distribuíram as suas opiniões para as jovens. Paloma não tirava os olhos da morena e isso não passou despercebido por Priscila, Abelardo já estava alterado pelo álcool, então a loira notou que era hora de ir embora. Ela se despede de todos e quando chega perto de Clara fala.

- Prometa-me que verei você em breve.

- Eu não sei. Isso pode ser perigoso, para as duas.

- Também pode ser prazeroso. _ Paloma a encara intensamente.

            Clara não entendia, mas uma força a puxava para perto da loira e outra para longe. Se envolver com aquela mulher era o mesmo que se jogar em uma caminhada cheia de alegrias e tristezas, era o mesmo que ter certeza de uma vida s****l plena, pois a aparência da loira era impecável, seus olhos e seu corpo lhe diziam que ela era uma amante perfeita, mas ao mesmo tempo seu subconsciente gritava perigo, o sinal de alerta tocava à distância, aquela loira gostosa e sedutora era sinônimo de problemas.

- Tenho certeza que sim, mas ainda assim é perigoso.

            Paloma a encara. O fato de ser fornecido a deixar mais seduzida. A loira se aproxima e invade o espaço de segurança entre os corpos, coloca sua mão no pescoço da outra e aproxima seu rosto, então beija o canto da boca de Clara. O corpo da morena reage, aquele simples toque lhe trouxe sensações jamais sentidas. Era bom, era assunto, era delirante, era maravilhoso.

- Eu entrarei em contato em breve.

            Foram suas últimas palavras antes de se afastar e sair da casa, tendo uma porta do carro aberto por Carlos. Minutos depois já estavam na mansão. A loira dispensa o motorista e vai direto para o seu quarto. Ela tira seu vestido e saltos, em seguida, colocando sua camisola. Depois de comer seus pensamentos passeiam pela linda morena. Ela tinha que conquistá-la, de um jeito ou de outro.

Dinheiro não a encantaria, visibilidade também não, ela teria que ser uma pessoa que não era, tinha que ser uma mulher apaixonada, uma mocinha de contos de fadas e perfeita aos olhos da morena, mas o fato era que sua determinação estava muito maior que esse pequeno obstáculo, se era preciso fazer, ela faria, seria uma cavalheira, seria a mulher perfeita aos olhos de Clara Fonseca.

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(09 de janeiro de 2017, Segunda-feira)

            Os filhos dos saltos de Paloma foram ouvidos por todos os funcionários do local, se eles achavam André Marrie assunto, surpreenderam-se, uma loira era muito pior. Ela era implacável, sempre com a feição séria, palavras, algumas pessoas dentro da empresa só chegaram a ouvir seu bom dia e boa tarde. E sua beleza, sua forma física deixava todos com inveja e desejo, seu olhar que queimava ao simples contato, tinha um fervor que parecia despir não só como roupas, mas os sentimentos, como sensações, a alma. Paloma Marrie parecia decifrar todos os segredos de quem olhava diretamente em seus olhos avermelhados.

- Bom dia, senhorita Marrie. _ A secretária falou apressadamente. A entrou em sua sala acompanhada da mulher também loira.

- O que temos para hoje, Mariana?

- Apenas uma reunião no almoço com o pessoal da distribuidora de cimento, o contrato será reassinado e eles queriam conversar sobre uma mudança.

- Certo. Então quero que consiga para mim o número da filha de Abelardo.

- Da filha? _ A mulher pergunta confusa, mas logo é fuzilada pelo olhar quente da patroa, sabe que devia se calar. - Oh, claro. Farei isso. _ Ela fica parada.

- O que ainda está fazendo aqui? Quero esse número com urgência.

            A mulher se apressa em sair da sala depois do comando gélido da patroa. Paloma respira fundo e se senta em sua cadeira. Clara Fonseca foi seu único pensamento durante o domingo, durante as duas noites sem conseguir dormir corretamente. A loira tentava se convencer de que era apenas por sua vingança, mas ela sabia, ela tinha certeza que era muito mais que isso. Ela desejava aquela morena como nunca desejou outra mulher. Existia uma atração entre as duas, uma tensão s****l, uma aura que exalava t***o e luxúria, Paloma tinha que acreditar que era só isso, que era apenas desejo.

- Sim, é apenas t***o, ela só é gostosa. _ Paloma diz tais palavras quando escuta como batidas na porta. - Entre.

            Mariana entra afoita e entrega um papel para a patroa, que acena e pede que ninguém a atrapalhe pelo resto da manhã. Paloma analisa o número escrito no papel e logo o digita em seu celular, escrevendo uma mensagem.

Eu disse a você que entraria em contato. Estou ansiosa para encontrar-la novamente. Você é uma mulher misteriosa, Clara, eu estou louca para desvendar seus mistérios. Se não responder irei atrás de você e sabe que eu cumpro minhas promessas.