CAPÍTULO 6 ADRIANA NARRANDO Tem dor que atravessa a gente feito faca. Que corta por dentro, rasga em silêncio, e a gente só sente… sem saber explicar. Foi isso que eu senti quando ouvi a voz da minha irmã pelo telefone. Aline. Minha caçula. Minha menina. Minha metade. Desde que saí de casa, anos atrás, ela sempre foi o meu elo com tudo que ainda era bom no mundo. E mesmo de longe, eu fazia de tudo pra estar presente: mandava dinheiro, ligava, cobrava nota de escola, presente de aniversário, tudo. Tudo pra ela não sentir tanto a falta de mãe. Mas eu nunca imaginei… Nunca imaginei que minha irmã tava vivendo um inferno. Ela sempre falava do Carlos como se fosse um príncipe. Dizia que ele era cuidadoso, carinhoso, parceiro. E eu, burra, acreditei. Achava que ela tava sendo amada. m*l sa

