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Blurb

Nunca me encaixei em lugar algum. Nem no grupo dos Cdfs, nem no grupo dos Geeks, nem no grupo dos ricos, nem no grupo dos jogadores de futebol americano, nem no time de outros esportes, nem no grupo dos drogados, nem no grupo dos valentões, nem em grupo nenhum - eu era apenas um aluno aparentemente normal - E também nem queria ser desses grupos - Mas se havia um grupinho no colégio que me impressionava, era o grupinho dos Descolados.

Era no Grupinho dos Descolados que havia uma garota que tirava o ar de qualquer garoto. Rosalyn fazia parte do grupinho dos descolados. Isso mesmo, Rosalyn Jonnes.

Isso soou tão cliché... Muito bem, me deixe pensar em uma coisa não cliché.... Na verdade, não é tão cliché quanto parece, nunca existiu e nunca existirá uma garota como essa.

Eu nem lembro como foi que nós nos conhecemos. - Éramos os rejeitados do sétimo ano - Éramos a dupla de alunos normais do colégio pode-se assim dizer.

Eu nunca tive coragem de falar que gostava dela. Eu devia ter aproveitados os momentos que passamos juntos e ter me declarado de uma vez. Mas agora, é tarde demais, Rosalyn Jonnes se tornou uma das garotas mais populares do colégio, agora ela cresceu, mudou - e quando eu falo que ela mudou, realmente, ela mudou.

Agora ela tinha cabelos longos e perfeitamente lisos, seu corpo ganhou belas formas, ela colocou lentes no lugar dos óculos, mudou o vocabulário - As vezes eu escutava ela falando palavrões e seu português, foi adaptado por gírias.

Mas Rosalyn Jonnes tinha o rosto angelical, e eu me apaixonei por ele desde o primeiro momento em que a vi. Eu sabia, que em algum momento ela iria desabrochar. E foi neste momento que eles a aceitaram no grupinho dos Descolados.

E ainda bem que não é de mim que estamos falando, se não essa história seria um verdadeiro fracasso. Mas Rosalyn Jonnes era o reflexo disso, ela se tornou o meu mau hábito, a má influêcia, que nossos pais falam para não chegarmos perto, Rosalyn Jonnes era a minha própria aventura.

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01| Fazer Uma Mudança.
As pessoas crescem, algumas vão para o sétimo ano nerds, e aí vão amadurecendo, se desenvolvem... Quando vão para o oitavo ano, crescem mais, ficam mais bonitas, começam a bagunçar no colégio, colocam lentes de contato no lugar dos óculos, e se forem realmente bonitas são aceitas no Grupinho dos descolados. Foi isso que aconteceu com Rosalyn Jonnes. No sétimo ano, ela era a nerd mais linda do colégio, mais nerd do que eu. Mas, no oitavo ano, ela se transformou em uma verdadeira gata e aí, a colocaram nesse grupinho. Depois disso, ela nunca mais olhou na minha cara, nunca mais falou comigo. Lucca sempre me dizia para tentar nos colocar nesse grupo. Mas é claro que era uma ideia bizarra. Jamais nos aceitariam. Mas eu nem queria mesmo (aliás, eu pensaria) Eles jamais aceitariam um garoto como eu, um garoto que fazia todas as lições, que não falava gírias perto das autoridades. Tinha medo de quebrar regras que aparentemente era ingênuo, e não se encaixava em lugar algum - Sempre que eu estava prestes a entrar em algum grupo, parecia que faltava alguma coisa. Então fiquei apenas os observando no colégio. Passei apenas a observar Rosalyn Jonnes de longe. Neste dia em questão, eu me atrasei para o colégio. Era assim ás vezes, eu acordava antes do despertador tocar e ficava pensando em Rosalyn, pensando em como ela mudou durante todo este tempo. E ai me atrasava. Terminei de me trocar, vesti minha camiseta preta o jeans preto e o par de tênis. Penteei o cabelo - o mesmo penteado de sempre - peguei minha mochila e corri para a garagem onde minha mãe me esperava por algum motivo, o que para mim era estranho já que ela era enfermeira e nunca estava em casa, ou nunca tinha tempo para me levar no colégio. – Por que não o frango que deixei na geladeira ontem? – perguntou ela destravando a porta do carro para que eu entrasse – Está dormindo sem comer? Na verdade, eu só não estava sentindo fome mesmo. Mas minha mãe fazia muitas perguntas quando estávamos juntos. Acho que ela cobrava isso de si mesma. m*l tínhamos tempo um para o outro. Meu pai morreu quando eu ainda era criança e desde então, ela trabalhava muito para manter a casa sozinha. E agora, sinto que ela tentava recuperar esse tempo perdido, agora que eu já estava crescido. – Fique tranquila, eu tenho comido... Cookies – chequei a hora no relógio de pulso. – Precisa maneirar um pouco de comer essas besteira, elas não sustentam nada – ela comentou enquanto dirigia cautelosamente – Como está o colégio? – Está indo – respondi. – Está fazendo os deveres de casa? – Sim, mãe – ela deu os ombros – Eu sempre faço. Mamãe me deixou frente ao estacionamento do colégio e foi para o trabalho.   Corri até os armários e dei de cara com Rosalyn beijando Ash Lynkown. Ash é um Bad Boy, também do grupinho dos descolados. Forte, alto, loiro, tem os olhos azuis. E eu ainda não sabia por qual motivo estava parado vendo eles se beijando, e por quê estava reparando nas características dele. – Uhuhm – eu não quis ser tão inconveniente, mas eles estavam em frente ao meu armário e eu estava atrasado há 20 minutos. 21 agora. Ambos nem olharam na minha cara, e seguiram para a aula. Abri o armário, antes colocando a senha, e peguei os livros da aula de História aonde a Sra. Lindoy me olhou por cima da armação dos óculos vermelhos assim que abri a porta interrompendo sua explicação tediosa. Me sentei em meu lugar habitual - terceira fileira, quarta carteira - e abri o caderno rabiscando na última folha um desenho qualquer, que mais tarde alguém me perguntaria que desenho era aquele e eu responderia,  é só um desenho. Rosalyn e Ash não tinham nada a ver um com o outro. Eles estavam namorando? E o que eu tinha a ver com isso? – Seth, será que pode voltar para a aula? – a Sra. Lindoy me encarou com o livro na mão, e eu percebi que ainda nem se quer havia aberto o meu. Pisquei três vezes e encontrei uma posição melhor para me sentar. O sinal tocou e fomos para o almoço. – Você viu o namoradinho da Rosalyn? – Lucca me deu um tapinha nas costas. – É, eu vi sim – Respondi sem dar muita atenção ao magrelo de cabelos castanhos arrepiados com gel cola, olhos claro e nariz arrebitado. – Cara, se ela pegou Ash, por que não pegaria você? – Lucca insistiu no assunto fazendo-me bufar. Pegamos nosso lanche e fomos nos sentar em uma mesa qualquer. Escolhemos a mesa que Matt e Nathan estavam sentados. O céu estava azul e sem nuvens e o sol era de m***r qualquer um, mas mesmo assim nos sentamos ali, em uma mesa ao ar livre, perto de alguns alunos que jogavam vôlei no gramado. – Você chegou atrasado na aula de novo Seth? – Nathan disse de boca cheia – Não estou te reconhecendo. Já é a terceira vez na semana – ele terminou de falar e tirou os óculos de descanso para limpar com a barra da camiseta azul marinho – Por acaso está se aventurando de noite e está dormindo tarde? – continuou o loiro que adorava fazer piadas sobre tudo e todos. – Vocês me amam mesmo... – disse irônico. – Me diga Seth, aonde você anda se aventurando? – Matt, o garoto dos cabelos castanhos encaracolados, olhos verdes lábios rosados, riu entrando na brincadeira me fazendo revirar os olhos. – Qual é gente, o Seth se aventurando? Só se for lendo O Hobbit debaixo das cobertas – Nathan comentou retirando os fones do ouvido. – Aliás, nós bem que poderíamos partir em uma aventura. Poderíamos provar, que não precisamos ser do Grupinho dos Descolados para se aventurar – Lucca deu os ombros – E depois talvez eles até nos aceitem. – Não Lucca. A gente é só um grupo de normais do colégio – Nathan disse balançando a cabeça negativamente. – A gente pode chamar a Lúcia e a Anabel também. Pegamos nossas mochilas e partimos ao anoitecer – continuou Lucca sonhando alto nos fazendo gargalhar. Nossos olhos se desviaram para o grupinho dos descolados passando, Rosalyn estava no meio também. – Ela teve sorte... – comentou Lucca referindo-se á Rosalyn. – Até que ela ficou bem gostosinha... – Matt falou com a batata frita na mão – Se eu soubesse que ela ficaria assim, tinha tentado alguma coisa com ela na sétima série. Cara, vocês lembram quando ela fazia trabalho conosco? – As pessoas mudam – falei cortando o assunto. Rosalyn atraia o olhar de qualquer um, com aquela saia azul com babado na barra, acima dos joelhos. – Menos você Seth, continua um bobo apaixonado por Rosalyn Jonnes – Nathan disse rindo. – Bobo mesmo – Matt disse num tom zombeteiro. – Vai se f***r – falei irritado. Rosalyn e o grupinho se sentaram em uma mesa próxima da nossa. Os garotos que estavam sentados perto dela fumavam cigarros. E eu , mais do que ninguém, sabia que ela odiava cigarros. Olhei disfarçadamente para ela, e a mesma estava com um cigarro na mão, dando longas tragadas, como se precisasse daquilo para viver. – Tudo bem com vocês garotos? – Lúcia disse se sentando conosco. Lúcia, é uma amiga nossa. Ela é uma das meninas que eu considero gente boa. E talvez seja a única que eu goste de conversar. – Vocês ficaram sabendo sobre o grupinho dos descolados? – comentou. – O que houve? – Matt perguntou encarando Ash que se sentava ao lado de Rosalyn. – Foram presos a noite passada por causa de drogas. Mas como podemos ver, já foram soltos – ela explicou. Os garotos não deram muita atenção e eu diria que também não dei se Rosalyn não fizesse parte do grupo dos descolados.  – Rosalyn também foi? – perguntei. – Foi – disse ela indiferente. Em todos esses anos, Rosalyn mudou muito, mas nunca cheguei a pensar que ela seria presa. Terminamos de comer em silêncio e voltamos para a aula. Tudo foi como sempre é, professores explicando, alguém atrapalhando e ai o professor para de explicar para dar uma bronca na sala, e depois volta e explicar tudo de novo, eu anoto as idéias mais importantes, enquanto os outros alunos ficam moscando, olhando para o nada. E ai a aula acaba. E então acaba. O sinal tocou e o corredor se encheu como um formigueiro. Eu, Lucca, Nathan e Matt tentávamos avançar para nossos armários, - mas isso se tornou um pouco difícil com algumas turminhas conversando no meio do caminho, como se o corredor estivesse vazio. – A cada dia ela fica mais bonita – Lucca disse suspirando. Lucca é apaixonado pela aluna nova Anabel - ela não é tão nova assim, entrou no colégio há um mês e meio - Ela tem mais ou menos 1,60, os cabelos ondulados castanho escuro e olhos pretos. É carismática e de vez em quando, ela vem falar conosco. Foram poucas as vezes que nós nos falamos, mas essas poucas vezes, foram o suficiente para Lucca começar a gostar dela. – Dois idiotas – Nathan disse rindo – Eu não perderia tempo com essas garotas, elas só servem para esvaziar nosso bolso e a única coisa que me faz esvaziar os bolsos, é comida. – Se for bom o bastante pode comer elas – Matt comentou dando um tapinha no ombro de Nathan. Nathan era o amigo que não ligava pra nada, e quando você quebrava a cara, ele te consolava dizendo.  – Eu disse pra você deixar de ser trouxa, mas você insiste. Nos conhecemos a um bom tempo, e neste bom tempo, eu nunca o vi apaixonado. Conseguimos nos aproximar dos armários e guardamos nossos livros. Fomos para a casa. Nós três sempre íamos juntos. Apesar de ir cada um para um lado depois de duas quadras do colégio. A rua onde eu morava era totalmente monótona, minha casa ficava em frente de uma outra - Óbvio - mas o vizinho que morava em frente, tinha uma filha chamada Corline - Seria mais bonito se fosse Coraline - Ela é totalmente fechada, e a maioria dos vizinhos não fala com ela, apenas eu, mas o pai dela, o Sr. Stiven vivia de bom humor, e a Sra. Silvia, era um amor de pessoa - isso antes dela se m***r - Já os outros vizinhos não tinham filhos e trabalhavam demais a ponto de eu nunca ter conversado com eles. Abri a porta de casa e entrei, jogando a bolsa no sofá. Caminhei direto para a cozinha e abri a geladeira pegando a comida congelada que minha mãe deixava todos os dias para mim, abri o microondas porém esqueci que o mesmo estava quebrado, então com preguiça, peguei um danone, e um pacote de Cookies dentro do armário e subi para meu quarto. Como todos os dias de minha vida monótona, me joguei em minha cama e abri o livro que aonde o marcador de páginas estava colocado. O Hobbit. – Estou procurando alguém para compartilhar uma aventura, mas simplesmente não posso ir sem saber para onde. Meu celular tocou interrompendo minha leitura.                “Querido, tem frango congelado na geladeira para você” disse ela como todos os dias.  “Obrigado mãe, mas acho que vou fazer uma mudança de planos hoje” disse com o olhos focados no livro. “Mudança” “Vou almoçar fora” coloquei o celular no viva voz e enquanto falava com ela, joguei todos os livros que precisava dentro da mochila. “Houve algum problema com o frango?” gargalhei com o tom de voz preocupado dela. “Não...” fiz uma pausa e pensei em uma mentira para acabar com a série de perguntas que viriam a seguir da parte dela “Marquei com os garotos de almoçar fora.” “Tudo bem então” por fim ela disse e eu abri um sorriso vitorioso descendo as escadas em disparada antes que eu me arrependesse em fazer a mudança que eu não fazia a menor ideia por onde começar.   Caminhei rumo a um pequeno restaurante que durante a semana é pouco movimentado, e me sentei em uma mesinha solitária nos fundos. Retirei meu livro de literatura de dentro da mochila enquanto Lylla, a garçonete se aproximava com o cardápio. – O que o moreno vai querer comer? – perguntou ela simpática. – Hoje, você vai poder escolher por mim – dei os ombros. Tudo bem, foi i****a sair para comer fora. Claro que nada de mais vai acontecer aqui. Talvez eu devesse sair por ai pichando muros e tacando fogo em ônibus, assim as coisas seriam mais interessantes e aconteceriam mais rápido. Mas esses pensamentos se dissiparam da minha mente como uma névoa, assim que vi Rosalyn Jonnes entrar pela porta do estabelecimento. E daí, ela não pode mais entrar em um restaurante? Eu diria que sim, ela só estava entrando se ela não tivesse se sentado na mesma mesinha que eu, na cadeira a minha frente.  – Se importa se eu me sentar com você? – disse ela apoiando os cotovelos na mesa.

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