Capítulo Um

3342 Words
Melissa Lisboa. — Acorda Geyse!! — peço, jogando o travesseiro nela, depois da terceira tentativa de acordá-la para irmos para a universidade. Gey passou a noite inteira em uma festa da fraternidade e chegou quando o dia já estava quase amanhecendo. — Temos prova no primeiro horário — aviso. Ela resmunga algo e se força a sair da sua cama de solteiro, que fica próxima à pequena janela de vidro, com molduras esverdeadas. — Vou fazer um café para nós duas, você tem meia hora para ficar pronta! — digo, saindo do quarto da minha amiga, e entro na minúscula cozinha acoplada a pequena sala, onde só tem um sofá verde-musgo de três lugares, de frente para um pequeno raque de madeira clara, e uma TV de LCD de 24 polegadas. E entre eles, tem um tapete retangular vermelho. Ligo a cafeteira e verifico as horas mais uma vez. — Geyse, vinte e cinco minutos! — grito da cozinha. — Já estou saindo! — Ela responde lá do quarto com um tom elevado de voz. Mais seis minutos e a baixinha sai com uma mini saia jeans azul desbotada e desfiada, meias arrastão pretas, um top da mesma cor da meia e uma blusa branca e folgada por cima, caindo de um lado do ombro. E claro que não podia faltar o velho All Star preto nos pés. Os seus cabelos curtos e coloridos fazem um contraste com o look descolado e a maquiagem pesada demais para o horário, realçando seus olhos negros. Sirvo duas xícaras de café fumegantes e passo uma para ela. — Pronta para mais um martírio? — pergunta depois do seu segundo gole de café. — Eu sei que estou pronta, já você, não tenho tanta certeza assim — ralho com deboche e ela sorri. A danada não tem uma nota vermelha em seu currículo. Detalhe, ela nem sequer pega nos livros, pois como já mencionei, sua vida é uma farra atrás da outra. — Tiro de letra, você sabe, comunicação é moleza! — retruca. Termino o meu café e lavo a xícara depositando-a no escorredor de aço inox, que está sobre a pia. Saio da cozinha e volto ao meu banheiro, para fazer a minha higiene bucal, e quando termino, pego os meus livros e minha bolsa que está em cima da cama, apoiando-a em meu ombro. — Então, vamos? — Chamo, assim que volto para sala. Ela assente, pegando os seus materiais e finalmente saímos para o campos. No caminho encontramos Isadora, Megan e Kathy, nossas amigas do curso de jornalismo. — Vocês viram aquele garoto da festa de ontem? — Megan comenta animada. Como podem perceber elas entraram em um assunto que estou totalmente por fora. — Gente, eu não pensaria duas vezes em tirar a minha calcinha para ele! — Kathy!! — Geyse a repreende com humor. — O quê? Vai me dizer que você não faria o mesmo? — Elas riem enquanto eu me sinto totalmente por fora do assunto. — E você, Mel? Teve um bom orgasmo com os seus livros na noite passada? — Kathy pergunta com ironia, fazendo as meninas rirem. Reviro os olhos. — Ela não teria um orgasmo nem se sonhasse com aquele Deus grego de ontem a noite, Kathy! — Isadora zomba e eu rio. — Vocês são malucas, sabia? — resmungo com desdém e elas voltam a rir. Chegamos a sala de aula com pelo menos dez minutos adiantados e muitos alunos já ocupam os seus lugares. Gracy, a professora de filosofia entra logo em seguida, ocupando sua mesa com sua bolsa preta de marca, algumas pastas e um livro grande e grosso apoiado em seu braço. — Bom dia, pessoal! Como foi o final de semana de vocês? — Ela pergunta e todos começam a falar quase que, ao mesmo tempo. A aula inicia logo após ela ouvir o relato animado dos alunos. O conteúdo da aula sobre a teoria do jornalismo se estende por pelo menos uma hora e meia e para o desespero de alguns alunos, a professora sai nos deixando um trabalho em dupla de pelo menos quinze folhas, com um tema da nossa escolha, que nos deixarão ocupadas por dias. — Não acredito que ela fez isso conosco! — Gey resmunga indignada. — c****e, quinze páginas? E ainda temos que escolher um bom tema, se não a nota já era! — Não sei do que você está reclamando. Você sempre se sai bem em todas as matérias, seja ela qual for. Pior sou eu que fiquei na equipe de Diego! — Kathy reclama com desânimo. — Meus pêsames! — Isadora ironiza. — Vocês precisam me ajudar! — A garota suplica. — Fora de cogitação, Kathy. Foi um sorteio, é tudo uma questão de sorte, amiga. — Isadora replica. — Mel? — Ela volta a suplicar. — Nem vem! Já terei que quebrar a minha cabeça com o Charles. No intervalo vamos todas para uma lanchonete do campus e ocupamos a mesa de sempre. Aquela que fica próxima a uma janela, que tem a vista para o imenso gramado da faculdade. Pedimos alguns hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes e enquanto os pedidos não chegam, as meninas voltam a se envolver na conversa sobre a festa da noite passada. Aproveito para observar o lado de fora pela janela. Tem alguns jovens espalhados por todos os lados no imenso gramado, nos bancos de concreto e nas escadarias. Um pequeno grupo de rapazes, usando jaquetas de couro pretas me chama a atenção. Eles falam alto e fazem algazarra, empurrando uns aos outros. Olham para as garotas que passam despercebidas ao lado deles de alto a baixo e soltam assobios e elogios descabidos. Um rapaz moreno e alto chega se juntando ao grupo e mesmo sem perceber, observo o seu porte atlético. Ele é muito alto, está usando um jeans escuro, uma jaqueta preta e camisa branca, e os seus cabelos negros estão bagunçados. Ele é simplesmente lindo! — O que está olhando, bonitinha? — Geyse pergunta esbarrando o seu ombro no meu, me tirando da minha análise minuciosa, e automaticamente sinto o meu rosto queimar, como se tivesse sido flagrada fazendo algo ilícito. — Nada em especial. — desconverso. — Fui convidada para conhecer uma casa noturna aqui perto, hoje a noite. Estão dentro? — Isadora fala com empolgação, chamando a atenção de todas, e agradeci aos céus por isso. — Posso saber quem te convidou? — Kathy quis saber e Isadora lhe abriu um sorriso cínico. — Ah, olha pra garota! É claro que foi o loirinho com quem ela ficou a noite inteira. — Gey comenta e a garota abre um sorriso espalhafatoso. — Foi ele, sim. O pai dele é o dono do lugar e isso facilitará a nossa entrada. Ah! Vamos meninas, vai ser divertido! — insiste manhosa. — Eu estou dentro! — Gey fala sem pensar duas vezes. — Eu também vou! - Kathy diz comemorativa. — E você, Mel? — Gey questiona e as três olham imediatamente para mim. A droga de uma cobrança escancarada. Penso. — Eu? Ah! Eu não sei meninas. Tem esse trabalho pra fazer e… — Ah, qual é Melissa? Você prometeu nos acompanhar em uma dessas aventuras. Você nos deve uma noitada. — Kathy cobra me apontando o seu indicador. — Nem vem dona Kathy, eu já faço isso nos sábados com vocês. Não estou devendo nada! — O sábado não conta, dona Mel. E aí, você vai? — Isadora insiste. — Ah, qual é, meninas? Hoje ainda é segunda, não pode ser pelo menos na sexta? — Não!!! — As três respondem juntas. Respiro fundo me dando por vencida. — OK, vocês venceram! Entretanto, não pensem que pretendo repetir essas saídas durante a semana. — Relaxa! Sabemos que você precisa do seu soninho de beleza, princesa. Não se preocupe. — Gey zomba e todas riem. Nossos pedidos chegam e nos concentramos no nosso almoço, para voltarmos para sala de aula. Aproveito para olhar para janela, no exato momento em que os garotos de jaqueta sobem em suas motos barulhentas, cada um com uma garota em sua garupa e eles saem do campus em direção ao centro. De volta sala de aula, temos duas aulas seguidas de comunicação e ética e logo depois mais duas aulas de rádio jornalismo. Eu adoro essas matérias e minha concentração nelas é quase cem, vírgula noventa e nove por cento, se é que isso existe. Já é fim de tarde quando saímos do campus para nossos respectivos dormitórios e as meninas estão animadas com essa noite. O assunto é sobre qual roupa vestir, qual sapato combina mais e o tipo de make para noite, mas eu estou mais preocupada em como me safar de mais essa. Geyse entra no meu quarto vestida para matar. O vestido preto e curto vai até o meio de suas coxas esguias, os saltos muito altos como sempre completa o seu look, e ela está usando uma maquiagem pesada como sempre e alguns adereços para completar. _ Você ainda está assim? _ ralha exasperada, me vendo apenas de calcinha e sutiã, olhando para o meu armário, sem saber o que vestir. _ Estou com dúvida de qual deles vestir. _ Aponto para os três vestidos pendurados nas ombreiras. _ Deixa eu ver. _ Ela se aproxima, me empurrando para o lado e pega um vestido verde escuro, fazendo uma careta. _ Longo demais. _ Joga a peça sobre a minha cama de qualquer jeito e pega o branco. _ Comportado de mais... chique demais... fechado demais... Que droga, você não tem um vestido aqui que preste! _ Ei!!! _ Protesto. _ Esses vestidos são caríssimos, sabia? _ Pode até ser, mas não servem para essa noite! _ resmunga. Sorrio por dentro, sentindo um resquício de esperança. _ Bom, nesse caso vai ter que ficar pra próxima _ digo fingindo desanimo. _ Muito espertinha você! _ Ela sai apressada do meu quarto e volta com o celular na orelha. _ Kathy, emergência! Precisamos de um vestido para a bela adormecida. Isso... Ótimo!! Pode trazer._ Ela desliga e me olha. _ Pronto, caso resolvido. E lá se foram as minhas chances de ficar em casa por água a abaixo. As vinte e duas horas estamos em frente a tal casa noturna, Bloom Nigth e mesmo sendo uma segunda- feira, já tem uma considerável fila de jovens do lado de fora. Seguimos para uma porta dupla e escura com uma parte de uma lua dourada desenhada nela e com um segurança que mais parece um brutamontes m*l encarado, posicionado na frente dela. Isa fala algo para o brutamontes, que faz um sinal para um outro segurança e diz algo pra esse também. Ele entra nas portas e nós aguardamos do lado de fora. Alguém passa o rádio para o grandão e ele responde com um OK, nos deixando passar. Atravessamos um longo corredor de paredes escuras, com luzes neon azul. Daqui dá pra ouvir o som da batida abafada e por fim chegamos a uma porta menor, também preta e com uma lua dourada. Uma mulher usando um uniforme curto demais abre a porta para nós e o som alto da batida invade o corredor, fazendo o chão estremecer debaixo dos nossos pés. Descemos uma escada de ferro e nela podemos ver a pista de dança super lotada, as mesas quase todas ocupadas. Kathy abraça um rapaz alto, forte e loiro no final da escadaria. Seus cabelos tem um corte moderno e uma tatuagem toma conta do seu braço direito. Ele dá um selinho em sua boca e fala algo ao pé do seu ouvido, apontando para uma mesa em um canto mais reservado. Nós seguimos para uma mesa retangular branca, com acentos acolchoados e pretos, em formato de um C e nos acomodamos ali. Eu fico de frente para pista de dança, daqui posso observar o ambiente enfumaçado, com luzes coloridas e foscas, piscando para todos os lados. O chão chega a estremecer com a batida da música e os pulos das pessoas na pista. _ Bom, né? Eu gostei! _ Kathy fala mais alto do que a música com empolgação. _ Vou gostar mais quando as bebidas chegarem. _ Gey rebate. _ Eu vou dançar, você vem, Mel?_ Isadora chama. _ Agora?_ questiono meio indecisa se quero ir para aquele tumulto de pessoas. _ Acho que não. _ Então tá. _ Ela diz e vai sozinha para o meio da multidão. O garçom chega para fazer os nossos pedidos e eu fico surpresa ao ver que é Mike, do terceiro ano de medicina veterinária. _ Manda aí meninas, o que vão querer para hoje? _ Ele pergunta com seu sorriso perfeitamente branco. _ São quatro vodcas e uma porção grande de batatas fritas bem generosas por favor! _ Geyse pede, enquanto o rapaz escreve os pedidos em seu bloquinho e antes de sair, ele me lança um sorriso enigmático e pisca um olho para mim. _ Mike está na tua, Mel. _ Kathy diz com um sorrisão no rosto, assim que ele se afasta da mesa. _ Oi?! _ Ah tá, vai me dizer que não notou que ele está caidinho por você? _ Claro que não! _ Claro que sim. _ As duas gritaram a cima da música. _ Ah, qual é Melissa, vai dispensar um cara lindo e gostoso como Mike? Olha pra ele; moreno, alto, forte e aqueles cabelos cacheados caindo sobre os ombros? Ele é uma delícia!!! _ Geyse fala toda melosa. _ Se eu fosse você, não perdia tempo não. _ Qual é, meninas, esse é o último ano dele aqui na faculdade, que futuro teria esse relacionamento? _ E quem falou em relacionamentos, Melissa Lisboa? Acorda garota, estamos falando em curtir, aproveitar o momento. _ Ah!!! _ falo completamente embasbacada. Minutos depois o Mike volta com nossas bebidas e as batatas e põe tudo sobre a mesa. Ele me olha de um jeito diferente. _ Estou surpreso em te ver aqui, Melissa. Você nunca sai para lugares assim. _ Pois é, resolvi conhecer o lugar. _ Digo meio sem graça, espantada por saber que ele prestou atenção em mim. _ Você está linda! _ disse e eu senti as minhas bochechas queimarem. _ Meu horário termina em uma hora, será que podemos ficar juntos? Para curtirmos a noite, sei lá. _ As meninas se entre olham e riem uma para outra. As palavras fogem e eu não sei o que dizer. _ Combinado, Mike. _ Kathy diz por mim. _ Estaremos bem aqui, aguardando por você. Mas não se esquece de trazer aquele seu amiguinho ali. _ Ela aponta em direção do bar, onde um cara afro, lindo e forte prepara algumas bebidas no estilo barmam. _ Combinado, vou falar com ele. _ Mike se afasta da mesa satisfeito com a proposta da Kathy, me deixando agitada e nervosa. Balanço minhas pernas por baixo da mesa, tentando conter minha ansiedade. Droga, como eu vou fazer isso, se eu m*l consegui dizer um não, ou um sim para o cara? _ Toma, bebe isso aqui que você consegue. _ Gey me oferece o seu copo de vodca, respondendo a pergunta que eu não fiz. _ Mas eu já tenho o meu _ retruco. _ Então bebe os dois. _ Tomo um gole da minha bebida, fazendo uma careta na sequência. O gosto é horrível, é amargo e quente ao mesmo tempo. A bebida desce queimando a minha garganta e as meninas riem. Volto meu olhar para a pista de dança, quando um novo ritmo eletrônico começa a tocar. As pessoas dançam alucinadas, em um ritmo sensual, como Isadora e o seu loiro atlético e quando dou por mim lá se foi um copo de vodca. Agora me sinto mais leve, mais descontraída e mais a vontade também. Não é que o negócio funciona mesmo? Meia hora se passou e meus olhos agitados olham na direção ao bar, onde Mike está conversando algo com seu amigo. Eles riem e tiram seus aventais. O moreno faz um gesto afirmativo com a cabeça e nervosa, eu pego o copo de Isadora, que ainda está disposto sobre a mesa e bebo a metade de uma só vez. _ Preciso ir ao banheiro _ aviso para Gey , praticamente gritando, para que ela consiga me ouvir. Ela assente e eu me levanto sentindo uma leve tontura. Me seguro na ponta da mesa, respiro fundo fechando os meus olhos e recupero o meu equilíbrio. Sigo para qualquer direção, já que não faço ideia de onde ficam os banheiros desse lugar. As pessoas esbarram em mim, ou seria eu quem esbarra nelas? Não importa. Ando por alguns minutos e encontro uma fila em um corredor, com uma luz tênue, que deduzo que seria o banheiro, então entro na fila e aguardo a minha vez. Olho para o corredor de paredes claras e estreito com duas portas de madeira escuras e um circulo redondo de vidro logo a cima dela e me pergunto; é um banheiro, precisa mesmo de um olho mágico tão grande assim? Um gemido do meu lado direito me chama a atenção e movida por minha curiosidade, eu olho em direção do som. O local está meio escuro, mas eu forço minha visão e tento focar no que está acontecendo bem ali na minha frente. Não sei de onde vem tanta curiosidade, porém o meu pai disse que isso é muito bom para a minha profissão. Não dá pra ver muita coisa, mas acho que as coisas ali estão esquentando consideravelmente. A minha vez de usar o banheiro chega e eu entro no cômodo muito bem iluminado, com grandes espelhos sobre uma enorme bancada e começo a observar o meu corpo no minúsculo vestido vermelho de alcinhas com um decote vantajoso na frente, realçando meus s***s que nem são tão grandes e nem tão pequenos. O banhado do vestido bate um pouco mais a cima das minhas coxas. Eu suspiro alto. Acho que bebida está fazendo um efeito positivo em mim, porque começo a passar minhas mãos por meu corpo e a me achar gostosa dentro dele. Sorrio. _ Ô minha filha, vai demorar muito ai? Tem gente aqui fora querendo usar o banheiro! _ Uma garota grita do lado fora. Agora eu sei o porque do tal olho mágico gigante na porta, mas ainda acho inconveniente. Faço as minhas necessidades, lavo as minhas mãos e saio do banheiro logo em seguida. No caminho de volta vejo o casal gemidos sair do seu esconderijo de fininho e constato que é o mesmo carinha do grupo de motoqueiros da faculdade. Ele ainda está usando a sua jaqueta de coro e a camisa branca e seus cabelos parecem ainda bagunçados. Me pergunto se ele só tem essa roupa ou se todas as suas roupas são do mesmo estilo? O carinha beija a boca da garota, que tem as vestes bem parecidas com as dele, só que com um estilo bem feminino, mas os saltos altíssimos faz um diferencial em tanto. Ele bate na b***a da garota, ela rir e se afasta, indo em direção a um outro grupo que não é o dele. O rapaz por sua vez, volta para o grupo seu e os caras fazem muita algazarra quando ele se aproxima. Parece comemorar a faceta que o amigo fez. _ Onde você estava esse tempo todo, garota? _ Gey pergunta parando ao meu lado. _ Estávamos todos preocupados com você, faz quase meia hora que saiu da mesa. _ Desculpe, a fila estava muito grande! Estava indo pra lá agora mesmo. _ Vamos, os meninos já estão nos esperando na mesa. _ Ela diz e eu sinto um nervoso se apossar do meu corpo. Não sei, é como se eu tivesse um trauma psicológico, o que não faz nenhum sentido, já que eu não tenho nenhuma experiência s****l,. Será que é por isso, falta de experiência? Não sei, só sei que tenho certeza que eu não vou conseguir... Não essa noite.
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